Quem procura acha... As inconfidências de Gilmar Mendes podem render
problemas judiciais para o Doutor Chefão Luiz Inácio Lula da Silva. O
Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, tem tudo para pedir a
abertura de um inquérito para investigar a revelada tentativa de crime
de tráfico de influência e até de extorsão praticadas pelo ex-Presidente
da República contra um ministro titular e ex-Presidente do Supremo
Tribunal Federal. Gurgel tem o dever de agir com rigor neste caso que
envolve pelo menos uma autoridade com foro privilegiado: Gilmar. Lula
perdeu o privilégio dele.
Não dá para ignorar a gravidade da revelação feita por Gilmar Mendes à
revista Veja. O ex-Presidente da República, veladamente, fez ameaça ao
ministro do STF. Gilmar Mendes confirmou que Lula lhe pediu para tentar
adiar o julgamento do mensalão. Ofereceu, em troca, uma blindagem a
Gilmar na CPI do Cachoeira. A clara tentativa de tráfico de influência,
com extorsão, aconteceu em Brasília, no dia 26 de abril. O picadeiro da
proposta indecente feita pelo eterno sindicalista de resultados foi o
escritório de Nelson Jobim - ex-ministro da Justiça e ex-presidente do
STF.
Lula teria recomendado a Gilmar que o mais correto seria julgar o
mensalão após as eleições municipais de outubro. O companheiro
$talinácio também teria dito a Gilmar: “o Zé Dirceu está desesperado”.
Gilmar Mendes reagiu com indignação: “Fiquei perplexo com o
comportamento e as insinuações despropositadas do Presidente Lula”.
Outro membro do STF, não indicado por Lula, Celso de Mello, ainda tirou
uma lição do escândalo: “"Um episódio negativo e espantoso em todos os
aspectos. Mas que servirá para dar relevo à correção com que o STF
aplica os princípios constitucionais contra qualquer réu, sem
importar-se com a sua origem social e que o tribunal exerce sua
jurisdição com absoluta isenção e plena independência".
Agora, de nada adianta o anfitrião do encontro Lula-Gilmar, o Genérico
sem estrelas Nelson Jobim, ex-ministro da Defesa, tentar defender Luiz
Inácio, alegando que "nada do que foi relatado pela Veja aconteceu".
Pior ainda foi o que Jobim comentou com a reportagem do jornal gaúcho
Zero Hora: "Estranho que o encontro tenha acontecido há um mês e só
agora Gilmar venha se dizer indignado com o que ouviu de Lula. O
encontro foi cordial. Lula queria agradecer a colaboração de Gilmar com o
seu governo".
Gilmar Mendes ouviu de Lula e tornou pública a estratégia que usaria
para influenciar os demais ministros do STF. Lula escalaria o amigo
Sepúlveda Pertence, ministro aposentado do STF e chefe da Comissão de
Ética Pública da Presidência, para conversar sobre o processo do
mensalão com a ministra Cármen Lúcia. Sepúlveda é padrinho da indicação
da ministra ao tribunal. Lula também comprometeu o ministro José Dias
Toffoli – também indicado por ele: “Eu já disse ao Toffoli que ele tem
que participar do julgamento”. Lula não liga que a namorada dele seja
advogada de Roberta Rangel, que atuou na defesa de três réus do
mensalão. Lula também conta que, em 2013, os ministros Ayres Britto e
Cesar Peluso, propensos à condenação dos réus, estarão aposentados.
Quem procura acha...
Lula cometeu uma de suas maiores besteiras dos últimos tempos.
A bobagem anterior foi investir na abertura da CPI do Cachoeira – onde ele agora de passar de pedra à vidraça.
A “oposição” já pensa em convocá-lo para que explique a tentativa de chantagem contra um ministro do Supremo Tribunal Federal.
Interpelável
O PSDB já avalia qual será a melhor forma jurídica e política de interpelar o ex-presidente Lula.
A revelação de Gilmar Mendes à Veja apenas explicitou o que se comentava nos bastidores.
Diretamente ou com ajuda de interlocutores, Lula vinha forçando
ministros do Supremo Tribunal Federal a se esforçar pelo adiamento do
julgamento do Mensalão.
Lula sabe muito bem que postergar o mensalão para o ano que vem pode significar a prescrição de vários crimes do processo.
CPI em chamas
Por causa da trapalhada de Lula, nesta terça-feira, a CPI do Cachoeira
corre até o risco de aprovar os requerimentos de convocação dos
governadores Sérgio Cabral Filho (RJ), Marconi Perillo (GO) e Agnelo
Queiroz (DF).
O grande temor da petralhada e seus companheiros peemedebistas é que a
desgraça da corrupção de Cachoeira deságüe em quem recebia, de verdade e
de forma indireta, a grana desviada de grandes obras públicas.
A Delta era a principal empresa do PAC, cuja mãe é a Presidenta Dilma e o padrasto, lógico, era Luiz Inácio Lula da Silva.
Cadeia alimentar
Da lavra da leitora Helena Rodarte Costa Valente, do Rio de Janeiro:
Em 2011, a Braskem do grupo Odebrecht doou R$ 4 milhões ao PT e a JBS,
R$ 2,85 milhões. Agregadas à primeira, a Petrobras e sua subsidiária
Petroquisa têm 30% do capital votante e 25% do capital total do grupo.
Associado à segunda, o BNDES detém cerca de 30% do capital da JBS. Essas
uniões sustentam o Partido dos Trabalhadores.
Em 2011, que não foi um ano eleitoral, o Partido dos Trabalhadores conseguiu o milagre de obter R$ 50,7 milhões em doações.
Curioso é que os filiados entraram com apenas R$ 7 milhões do bolo,
enquanto a maior parte (R$ 43,7 milhões) foi “doada” por grandes
empresas que têm contratos com o Governo...
DO ALERTA TOTAL
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