Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram fazer
sessões extras às segundas-feiras para julgar o processo do mensalão.
Para acelerar o julgamento, o tribunal se reunirá nas tardes de segunda,
quarta e quinta-feira exclusivamente para analisar a ação penal aberta
contra 38 réus.
Os ministros rejeitaram a proposta apresentada pelo presidente do
STF, ministro Carlos Ayres Britto, de fazer um esforço concentrado com
sessões plenárias todos os dias, incluindo o período da manhã. Por esse
cronograma, calculou Britto, o julgamento terminaria em três semanas.
Relator do processo, o ministro Joaquim Barbosa, disse não ter
condições físicas para aguentar sessões duplas e diárias. Barbosa
enfrenta há anos problemas na coluna e no quadril. Por isso sugeriu três
sessões de julgamento por semana apenas no período da tarde.
Por essa sistemática que está praticamente definida - o Supremo
baterá o martelo na próxima semana - o tribunal levará pelo menos um mês
e meio para concluir o julgamento cuja data de início ainda não foi
marcada.Barbosa adiantou que seu voto tem mais de mil páginas. O relatório
tem outras 122 páginas. Ele afirmou que julgará os réus em blocos, assim
como fez quando a ação penal foi aberta. Em 2007, quando a denúncia foi
recebida, os ministros analisaram o caso levando em conta os núcleos a
que pertenciam cada um dos suspeitos - núcleo publicitário, núcleo
político e núcleo bancário.
Na segunda-feira, o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, advogado de um
dos réus do mensalão, levou ao presidente do STF e ao relator do caso um
pedido para que não houvesse mudanças no rito do julgamento. Para ele, o
tribunal deveria manter as tradicionais sessões plenárias, apenas nas
quartas e quintas. Bastos afirmou que restringir o tribunal ao julgamento do mensalão
poderia impedir que outros casos urgentes, como os habeas corpus, fossem
julgados. "Você deixa o estado de Direito entre parênteses", disse. "O
julgamento deve ser feito em ritmo de normalidade", afirmou o advogado. (Estadão)
DO B. DO CELEAKS
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