O prefeito da cidade alagoana de Rio Largo, Toninho Lins (PSB), foi
encaminhado nesta terça-feira a uma carceragem da Academia da Polícia
Militar, no bairro Trapiche da Barra, em Maceió, capital do Estado. Ele
se apresentou à tarde ao desembargador Otávio Leão Praxedes, do Tribunal
de Justiça de Alagoas (TJ-AL), que determinou a prisão do chefe do
Executivo ontem por suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção.
Na
semana passada, todos os vereadores da cidade foram presos em uma ação
da Força Nacional. Segundo o Grupo Especial de Combate às Organizações
Criminosas (Gecoc), do Ministério Público (MP) do Estado, em 2010, o
prefeito encaminhou à Câmara projeto de lei para adquirir uma área de
252 hectares da Usina Utinga Leão - que estava em processo de falência
-, para a construção de casas populares aos desabrigados das enchentes
de junho de 2010. O valor da desapropriação da área seria de R$ 700 mil,
a serem pagos à usina.
A Câmara autorizou a operação, mas as
casas não foram construídas. Assim, o prefeito encaminhou novo projeto
ao Legislativo, desta vez pedindo autorização para vender o terreno a
uma empresa comercial, pelos mesmos R$ 700 mil. Uma avaliação feita na
área, a pedido do MP, entretanto, constatou que o terreno valia R$ 21
milhões. Isso significa que o metro quadrado custou R$ 0,27. A área foi
dividida em nove mil lotes, cada um custando não menos que R$ 20 mil.
Casas e empresas são erguidas no local.
Até agora, dois vereadores
conseguiram habeas-corpus para deixar a prisão. A cidade está sem
Câmara de Vereadores, e a Justiça terá um impasse para convocar todos os
suplentes, já que parte deles trocou de partido e pode ser enquadrada
por infidelidade partidária.
DO JORNAL DO BRASIL
Nenhum comentário:
Postar um comentário