Consultoria especial
Na
semana passada, num hotel de Brasília, com discrição, conversavam o
ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish e Zuleido Veras, dono da
empreiteira Gautama, que, em 2007, foi alvo de operação da Polícia
Federal e acusado de comandar um esquema de corrupção que desviou perto
de R$ 300 milhões em obras públicas em dez Estados com a ajuda de
políticos e servidores. Na época, o escândalo derrubou o ministro Silas
Rondeau, de Minas e Energia. Cavendish queria ouvir conselhos de Veras
que o advertiu que "o pior dos mundos" seria a Delta ser considerada
inidônea pelo governo federal. Hoje, a Gautama responde pelo menos a 11
ações judiciais em todo o país que cobram a devolução de R$ 131 milhões
aos cofres públicos. Todos esses processos andam lentamente (alguns
estariam engavetados) e até hoje, nada foi julgado, nem em primeira
instância.
Bens bloqueados
Zuleido
Veras, que chegou a ser preso pela Polícia Federal (é o maior medo de
Cavendish e também de Demóstenes Torres), está com parte de seus bens
bloqueados pela justiça, mora na mesma mansão num condomínio de luxo
próximo a Salvador, avaliada em R$ 4 milhões. Até o estouro do
escândalo, Veras esbanjava influência: era dele a lancha em que a
presidente Dilma, quando ministra, fez um passeio com o governador
Jaques Wagner pela Baía de Todos os Santos em 2006. O barco, que custava
R$ 1,5 milhão, foi um dos bens apreendidos pela PF. Durante o
escândalo, Veras conseguiu vender uma de suas empresas, a Ecosama, para a
Odebrecht, como a Delta está fazendo com a JBS.
Não vai dar
A
presidente Dilma, é sempre muito simpática com o governador Eduardo
Campos (PSB), de Pernambuco. Só que já avisou a alguns aliados que,
apesar disso, não tem como trocar de vice, em 2014, quando disputará a
reeleição. Nesses dias, a propósito, peemedebistas correram para
desfazer a história levantada pelo ex-ministro Nelson Jobim, que
defendia candidatura própria do PMDB à Presidência, num encontro do
partido. A cúpula da agremiação - e especialmente Michel Temer -
considera que "é melhor uma vice na mão do que qualquer aventura
eleitoral" contra Dilma - e Lula, claro.
Depressão
O
que mais tira a alegria do governador Sérgio Cabral, que não sorriu nem
com o torpedo quase romântico de Candido Vaccarezza (PT-SP), não é sua
queda (pequena, ainda) de popularidade, nem quaisquer incertezas de
futuros vôos políticos, até mesmo porque ele gostaria de encerrar sua
carreira política em 2014. Cabral sonha todas as noites com a primavera
de Paris. Com ou sem guardanapo amarrado na cabeça.
Pinto no lixo
O
novo diretor corporativo da Petrobras e ex-presidente nacional do PT,
José Eduardo Dutra, era visto, noite dessas, bem mais magro e em
companhia de duas amigas, circulando pela noite da Lapa, no Rio. Passou
pelo Leviano, esticou pelo Carioquinha e experimentou a cerveja Delirium
Tremens, considerada uma das melhores do mundo. Estava mais alegre do
que pinto no lixo.
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