Por Dudolfo Lago: Congresso em Foco
Ministro
apresenta o texto com o resumo do processo que lerá na sessão de
julgamento no Supremo Tribunal Federal. Veja o que ele diz
O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa divulgou
hoje (10) seu relatório com um resumo do processo do mensalão. O
relatório de Joaquim Barbosa, que acolhe a denúncia da Procuradoria
Geral da República contra 38 réus envolvidos com o esquema, tem 122
páginas e descreve como agiu a “sofisticada organização criminosa”, como
classifica a denúncia do procurador-geral da República, Roberto Gurgel,
para “garantir a continuidade do projeto poder do Partido dos
Trabalhadores, mediante a compra de suporte político de outros
partidos”.
Leia na íntegra o resumo do mensalão feito por Joaquim Barbosa
Veja quem são os réus apontados na denúncia do mensalão e os crimes a ele imputados
De
acordo com o rito acertado pelo STF ontem (9) para o julgamento do
mensalão, Joaquim Barbosa, como relator do processo, será o segundo a
falar. Primeiro, Roberto Gurgel terá cinco horas para fazer a acusação.
Em seguida, Joaquim Barbosa terá uma hora para ler o resumo do seu
relatório. Para que os ministros já tivessem conhecimento prévio, o
ministro divulgou o texto. Veja quem são os réus apontados na denúncia do mensalão e os crimes a ele imputados
Inicialmente,
a denúncia feita por Roberto Gurgel era contra 40 pessoas. Mas o
ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira foi afastado por ter colaborado
com as coesstigações e o ex-deputado José Janene (PP-SP) morreu. De acordo com a denúncia, a “sofisticada organização criminosa”
era “dividida em setores de atuação”, e “se estruturou
profissionalmente para a prática de crimes como peculato, lavagem de
dinheiro, corrupção ativa, gestão fraudulenta, além das mais diversas
formas de fraude”. Os réus são divididos em grupos. O ex-ministro da
Casa Civil José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, Sílvio
Pereira e o ex-presidente do PT José Genoino foram o primeiro grupo,
que, para garantir o projeto de poder do PT, criou um esquema para
comprar “suporte político” de outros partidos e garantir o financiamento
de suas campanhas eleitorais. Para
viabilizar isso, o primeiro grupo uniu-se ao “núcleo publicitário”,
chefiado pelo “até então obscuro empresário Marcos Valério”. A
“quadrilha” de Valério ofereceria seus “préstimos” em troca de
“vantagens patrimoniais no governo federal”. Para garantir o suporte
financeiro ao esquema, associou-se o terceiro grupo, formado pelos
executivos do Banco Rural Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Vinícius
Samarane e Ayanna Tenório. Os “mecanismos criminosos” oferecidos ao PT
“já vinham sendo praticados”, segundo a denúncia do Procurador-Geral da
República, em Minas Gerais, “especialmente a partir do governo” do hoje
deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que responde a outra ação também em
tramitação no STF. “Os
fatos, como narrados pelo procurador-geral da República, demonstram a
existência de uma associação prévia, consolidada ao longo tempo,
reunindo os requisitos estabilidade e finalidade voltada para a prática
de crimes, além da união de desígnios entre os acusados”, considera
Joaquim Barbosa.DO MOVC
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