sexta-feira, 11 de maio de 2012

Haddad nem mesmo se esforça para demonstrar que existe

Não tenho bola de cristal e não sei, portanto, se o petista Fernando Haddad será ou não eleito prefeito de São Paulo. Ninguém tem o direito de duvidar se sua eleição seria do meu gosto. Como não recorro aos métodos do JEG ou da BESTA, jamais apelo à mentira. Lido apenas com as verdades que dizem respeito a Haddad — e a qualquer outro — e digo o que penso a respeito.
Anteontem, veio a público uma nova pesquisa eleitoral, desta vez do Ibope. O petista aparece com 3% dos votos — e 12% de rejeição. Os petistas estão enfrentando algumas dificuldades para fazer alianças. Haddad faz de tudo para ser notícia. Uma de suas práticas consiste em ser judicioso sobre programas da Prefeitura que estão em curso. Tem valido de tudo para conseguir título em jornal. Vejam o que se lê agora no Estadão Online. Volto em seguida.
Por Daiene Cardoso:
O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, informou nesta sexta-feira, 11, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará disponível para entrar em sua campanha a partir da próxima terça-feira, 15. Nesta semana, Lula encontrou-se com Haddad e com o marqueteiro João Santana para pedir que eles produzam um cronograma de atividades conjuntas. “Ele nos deu autorização para que nós elaborássemos uma programação conjunta”, contou Haddad, durante visita à região da Casa Verde, na zona norte da Capital.
Segundo Haddad, Lula recebeu o aval da equipe médica responsável por seu tratamento de combate a um câncer na laringe para que ampliasse sua agenda de atividades. Além das atividades de campanha, Haddad afirmou que Lula quer a sua presença também em eventos de sua agenda pessoal. “O presidente terá algumas atividades e ele já pediu a minha presença”, frisou.
O pré-candidato petista confirmou que paralelamente às negociações do PT municipal com partidos aliados do governo Dilma Rousseff, Lula se dedicará nos próximos dias a fechar negociações com os diretórios nacionais dessas legendas, dentre elas PSB, PCdoB e PR. “O presidente vai manter conversações com os partidos e nós vamos falar com os presidentes municipais desses partidos”, afirmou.
(…)
Voltei
Sabem o que mais me impressiona nesse rapaz — além da comprovada incompetência demonstrada no Ministério da Educação? Ele não tem a menor independência e faz questão de demonstrar isso. Seu grande ativo, ele é o primeiro a evidenciá-lo, é ter sido “eleito” por Lula. Vejam ali o que informa o Estadão. Qual é a notícia? Qual é o lead? Este: “Haddad informa que Lula entra na sua campanha na terça-feira”.
Não é impressionante?
Isso quer dizer o que quer dizer: não tem apoio ainda no PT, não tem apoio do eleitorado, não tem apoio de outros partidos. Tudo depende de Lula usar seu prestígio e influência para mobilizar todos esses grupos. Parece brincadeira. Se Lula não existisse, então, nem pudesse entrar na sua campanha, não haveria candidatura. É um político que tem existência apenas derivada.
Convenham: é um troço patético! É isso o que alguns analistas isentos (mas petistas de alma ou de serviço) chamam de “novidade” no processo eleitoral de São Paulo, entenderam? A novidade consiste em haver um candidato ignorado pelo grande eleitorado e até pelo eleitorado do próprio PT. A novidade é haver um nome eleito por um homem só: o coronel Lula.
E Haddad não disfarça essa condição. Ainda que quisesse, que alternativa teria?
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

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