terça-feira, 13 de março de 2012

Diogo Mainardi e os crucifixos: “Em Deus, eu não acredito, não! Mas na Igreja, sim!”

A questão dos crucifixos foi parar no Manhattan Connection, comandado por Lucas Mendes. Ele faz uma pequena provocação a Diogo Mainardi, que dá, para não variar, uma resposta excelente. Vejam o vídeo. É curtinho. Volto em seguida.

Voltei
Não que o caro Lucas Mendes, a quem admiro, me ofenda falando que estou numa cruzada contra “a Justiça brasileira e a OAB”. Mas não estou.
1) não se trata de uma cruzada, apenas de uma opinião que considero fundamentada em argumentos não religiosos. Não quero impor a minha religião a terceiros; quero que se preserve um patrimônio humanista;
2) não estou combatendo a “justiça brasileira”; critiquei uma decisão do Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul;
3) não critiquei a OAB — não que não pudesse fazê-lo; critiquei o presidente da OAB do Rio, Wadih Damus, que defendeu que duas obras de arte, goste-se ou não delas, presentes no STF sejam adulteradas em nome do laicismo.
Dado o contexto, vamos à resposta do querido Diogo. Inteligente e divertido como sempre, vai ao ponto. Ele é ateu, eu não sou; ele defende a convivência com a herança cultural do cristianismo, eu também. Em último caso, ambos falamos —  todas as pessoas razoáveis tratam é disso — sobre tolerância.
A síntese magistral de Diogo diz muito mais do que parece: “Em Deus eu não acredito, não, mas na Igreja, sim”. Não acreditar em Deus é uma questão pessoal, de fé, que não está sujeita a qualquer forma de convencimento. As pessoas crêem, deixam de crer ou passam a crer por motivos que são insondáveis. Quando Diogo afirma que “acredita na Igreja”, está lembrando um conjunto de valores culturais, éticos e morais que definiram o mundo ocidental.
Por não crer em Deus, a posição dele é mais ou menos legítima do que a minha? Nem mais nem menos. A herança cultural da Igreja e do cristianismo não é matéria de reflexão exclusiva de cristãos, ateus ou crentes de outra religião. É um patrimônio da humanidade.
Um abraço fraterno a Lucas, Caio Blinder e, muito especialmente, ao meu querido amigo Diogo Mainadi!
Por Reinaldo Azevedo

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