Um bando de bobocas resolveu invadir o blog para tentar defender Eleonora Menecucci, afirmando, ora vejam!, que estou tentando “massacrar” a nova ministra das Mulheres. Eu não entendo nada de “massacres”. Se a palavra é essa, a pessoa indicada para falar sobre o assunto é outra, não? De resto, combinemos: vamos nos fixar no jogo democrático. Eu fico, nem que seja sozinho, de um lado criticando o fato de esta senhora ter ido a clínicas de aborto da Colômbia para receber “aulas” sobre o procedimento — que coisa nojenta! —, e quem quiser que a defenda, que a transforme numa grande humanista. Só não vale ser covarde! Só não vale ignorar parte de sua biografia, justamente aquela que a liga diretamente à questão feminina. Reitero: tivesse praticado aqueles atos no Brasil, o lugar de Eleonora seria a cadeia — basta olhar o Código Penal —, não o ministério. “Ah, mas foi na Colômbia”. Pois é… Não terá ela cometido crimes na Colômbia também?
A entrevista de Eleonora Menecucci foi concedida em 2004. A lei colombiana que descrimina parcialmente o aborto — em caso de estupro, risco de morte da mãe e má-formação do feto ou embrião — é de maio de 2006. Antes disso, todas as intervenções que resultassem em interrupção da gravidez eram consideradas criminosas, como evidencia a imprensa colombiana.
Dilma nomeou uma ministra que confessa ter cometido, em país estrangeiro, atos considerados crimes aqui e lá.
A Colômbia deveria considerar Eleonora persona non grata. De modo deliberado, consciente, entrou naquele país para se dedicar a uma prática considerada criminosa. Não adianta a patrulha tentar torrar a minha paciência. Não dou a mínima.
A confissão de Eleonora Menecucci é coisa que interessa, sim, ao Congresso. Se os parlamentares brasileiros tiverem o mínimo de vergonha na cara, independentemente do que pensem sobre o aborto, deixam claro ao governo Dilma que esta senhora não tem condições de ser ministra. Ela se prepara agora para representar o Brasil no Comitê da ONU para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres. Vai liderar um grupo de senadoras, deputadas etc (ver post dessa madrugada). Quem é ela? Aquela senhora que, de forma deliberada, entra num país para violar as suas leis?
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