No comentário de 1 minuto para o site de VEJA, registrei nesta sexta-feira que, pelo teor do “balanço crítico sobre o primeiro ano do governo Dilma Rousseff, o PSDB vai acabar inventando a oposição a favor. Só depois de gravado o programa recebi, por e-mail, o seguinte recado do ex-governador Alberto Goldman:
“O texto publicado no site do PSDB, diferente do texto que eu havia produzido, seria discutido na Executiva do Partido. Porém ela não teve conhecimento do texto proposto, portanto não o discutiu, muito menos o aprovou. Não consegui, até agora, saber quem o modificou, nem quem o colocou no site do Partido como texto aprovado. Observação importante: o texto foi coordenado e produzido por mim ( com uma equipe, é claro ) a pedido do próprio presidente Sergio Guerra”.
As informações reafirmam a seriedade e a coerência de Goldman. E mostram do que são capazes os oposicionistas mais governistas da história, que aprovaram arbitrariamente o “balanço crítico” sem paternidade definida. “Esse documento mostra para a sociedade que o PSDB segue cumprindo seu papel de oposição responsável”, recitou Sergio Guerra. “Responsável”, na novíngua tucana, quer dizer capitulacionista. O monumento à tibieza não inclui o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Nem as expressões “mensalão”, “inflação”, “Lei de Responsabilidade Fiscal” ou “Plano Real”. Certas manifestações de covardia, decididamente, exigem muito mais coragem que atos de bravura em combate.
As omissões são tão desastrosas quanto a última frase do palavrório: “Mais uma herança maldita”, informa o fecho do capítulo que trata amavelmente da Copa da Roubalheira. Releiam: “mais uma”. Como se a inventada por Lula não fosse apenas outro embuste do farsante que, beneficiado pelo esplêndido legado de FHC, agora se beneficia (e com ele Dilma Rousseff) pela rendição sem luta dos poltrões que controlam a Executiva do PSDB.
AUGUSTO NUNES
REV VEJA
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