segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Depois de Luppi, Haddad




A pergunta que não quer calar: Como um empresário com R$ 50,84 na conta bancária, há oito meses, venceu três pregões milionários do órgão responsável pelo Enem, sem ter as empresas registradas em seu nome?
Em 15 de março deste ano, o empresário André Luis Sousa Silva, que ganhou contratos milionários no Ministério da Educação, tinha apenas R$ 50,84 em todas as contas bancárias registradas em seu nome.O saldo impediu o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) de cumprir uma ordem judicial de bloqueio de bens. Foi considerado insuficiente para pagar R$ 5,9 mil cobrados por uma universidade por mensalidades atrasadas do curso de sistemas da informação. Em seguida, o TJDFT descobriu que, apesar do extrato bancário, André tinha uma Toyota Hilux modelo 2011. As posses, no entanto, vão além.
O empresário também possui uma casa no condomínio Park Way, que ficou pronta recentemente, segundo vizinhos. André está por trás de três empresas que participaram — e ganharam — do pregão 15/2011, do Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). No entanto, não deixou sua digital em nenhuma delas.A Monal Informática ainda está registrada no nome de Aristides Silva, 84 anos, que disse desconhecer qualquer atividade da empresa.
André admitiu que comprou a Monal este ano.A situação cadastral, segundo ele, só não foi regularizada. Já a DNA Soluções Inteligentes está em nome da mãe dele, Enisa Alves. A empresária teria apresentado capital de R$ 1 milhão. Ela é moradora do Núcleo Bandeirante em Brasília — região administrativa em que o filho também viveu boa parte da vida. O bairro é sede de outra empresa recém-adquirida, a Jeta Informática, e que participou da licitação. A empresa está em nome de dois músicos sertanejos. Um deles confirmou que André era o responsável pelos negócios.
Entre 2001 e 2007, André trabalhou na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), como terceirizado. Foi demitido do cargo de analista de redes e começou a trabalhar por conta própria até montar a DNA. Desde o ano passado, ele começou a participar de licitações públicas e afirmou ao Estado de Minas que comprou a Monal para entrar em outras disputas. Apesar de atuar na área de informática há décadas, André administra também a Clinikids Especialidades Médicas Pediátricas.  
A mulher dele, Jeanne Frota Alecrim, é pediatra do Governo do Distrito Federal e também atende na clínica no Lago Sul. A unidade foi credenciada este ano pelo Senado Federal, com contrato, estimado em R$ 60 mil.
O extrato do negócio foi assinando por André e publicado no Diário Oficial da União em 5 de maio.

DDO RESIST.DEMOCRATICA

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