sábado, 5 de novembro de 2011

Coordenador de contratos do Trabalho emprega mulher em ONG do PDT

iG teve acesso a uma cópia da folha de pagamento da entidade, que está em situação inadimplente

Foto: Adriano Ceolin Ampliar
Irany é mulher do coordenador de convênios da pasta do Trabalho
Responsável por aprovar a prestação de contas de contas e convênios do Ministério do Trabalho, o servidor Manoel Eugênio Guimarães de Oliveira é casado com mulher que trabalhou em Organização Não-Governamental (ONG) suspeita de irregularidade na pasta. O iG teve acesso a uma cópia da folha de pagamento da entidade, que está em situação inadimplente.
Leia também: Ministério do Trabalho é alvo de novas denúncias
O nome da mulher de Manoel Eugênio é Irany Ferreira de Amorim de Oliveira. Em 29 de fevereiro de 2008, ela recebeu R$ 1,710,00 líquidos como funcionária da Confederação Nacional dos Evangélicos (Conae). Trata-se de uma ONG que assinou convênio com o Trabalho em dezembro de 2007 no valor R$ 3,3 milhões.
Como o iG demonstrou, a Conae é uma entidade ligada a militantes do PDT, partido que comanda o Ministério do Trabalho desde 2007. Manoel Eugênio é servidor de carreira aposentado na pasta. Na gestão atual, porém, ele exerceu cargos de confiança do ministro Carlos Lupi, que é presidente nacional licenciado do PDT.
Até maio deste ano, Manoel ocupava o posto de assessor especial do gabinete do ministro. Em 4 de maio, foi nomeado coordenador geral de convênios e contratos, que tem entre as suas atribuições aprovação ou rejeição da prestação de contas dos serviços de todos os contratos e convênios.
O portal entrou em contato por telefone com Manoel Eugênio na tarde desta sexta-feira. Ele, porém, não quis conceder entrevista e pediu que a reportagem encaminhasse perguntas para a assessoria de imprensa do Ministério do Trabalho. Até o fechamento deste texto, a pasta não se pronunciou sobre o caso.
Esquema parecido foi usado no Esporte
Num esquema similar do utilizado no Ministério do Esporte, a Conae firmou convênio com uma empresa de fachada para justificar gastos na execução de um programa em parceria com a pasta do Trabalho. No caso, a ONG usou notas fiscais concedidas pela JG Alimentos, que tem como sócio administrador Geraldo Nascimento. Em depoimento ao qual o iG teve acesso, ele afirma que sacou dinheiro e entregou para representantes da Conae.

Nascimento é testemunha-chave no processo que desencadeou a Operação Shaolin da Polícia Civil do Distrito Federal, que revelou um esquema de desvios de convênios do programa Segundo Tempo do Ministério do Esporte.
A operação teve como principal foco o policial militar João Dias, dono de duas ONGs. Em entrevistas e em depoimento à Polícia Federal, ele acusou o então ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior (PCdoB), de ser beneficiário de um esquema de propina. A denúncia abriu uma crise na pasta e acabou provocando a demissão do comunista. Aldo Rebelo assumiu seu lugar.
Ontem, o iG publicou que Carlos Lupi avisou a auxiliares próximos que pretende deixar o Ministério do Trabalho até janeiro. Seu objetivo é evitar ser demitido por conta de denúncias envolvendo irregularidades na pasta. Lupi, por meio de sua assessoria, nega.
No Palácio do Planalto e no Congresso, a saída de Lupi do Trabalho é tratada como uma questão de tempo. Além de ter perdido o prestígio com a presidenta Dilma Rousseff, ele não conta mais com o respaldo de deputados e senadores do PDT. Seu maior adversário no partido é deputado Brizola Neto (PDT), neto do fundador do partido.
FONTE:IG

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