“Por que falar tanto da USP?”, insistem alguns em perguntar. Porque a Universidade de São Paulo é o exemplo perfeito do mal que as esquerdas fazem à democracia, à inteligência e ao país. Ali, hoje, direitos constitucionais são diária e sistematicamente violados. Quem deveria sair em defesa dos alunos e professores? Ora, seus respectivos órgãos de representação: no caso dos alunos, centros acadêmicos e DCE; no caso dos professores, a Adusp, a associação de docentes. Ocorre que essas entidades são justamente as promotoras da barbárie. A razão é simples: não respondem às necessidades de seus representados, e sim às de partidos políticos aos quais seus dirigentes servem. Assim é na USP. Assim é na sociedade brasileira.
Nestes nove anos de poder lulo-petista, o PT se fortaleceu muito mais do que o Brasil e os brasileiros. Sempre que foi preciso mandar as instituições e a moralidade às favas para proteger a legenda, os petistas o fizeram: mensalão, aloprados, quebra do sigilo bancário do caseiro, violação do sigilo fiscal de adversários… Estamos falando de uma cultura política!
Sim, eu confesso, um tanto constrangido, que já tentei convencer alunos das Letras a deixar a sala de aula para participar de uma assembléia ou mesmo para aderir a uma greve. Já lá se vão mais de 30 anos! Batíamos à porta. Pedíamos licença ao mestre — assim o chamávamos nessas ocasiões, com ainda mais solenidade do que de hábito. Se ele desse autorização, entrávamos em sala; caso contrário, como ocorria às vezes, não! Sem gritaria, sem piquetes físicos ou sonoros, sem constrangimento de nenhuma natureza. Não havia a menor hipótese de um aluno submeter um professor a qualquer forma de intimidação. Reconhecíamos a sala de aula como um templo, e o mestre como o sacerdote. Intocável!
Nem por isso éramos menos “combativos”. Até porque, convenham, lutávamos ainda contra uma ditadura; hoje, eles lutam contra a democracia. Quando vejo esses cretinóides a chamar depredadores de prédios públicos de “presos políticos”, sinto engulhos. Ontem, na USP, o templo foi violado. A sala de aula em que estava o professor Marcelo Barra, de Lingüística, foi invadida. Uma agressão inaceitável, conforme relatei aqui. É isso que entendem por “autonomia universitária”? Quem, afinal de contas, viola direitos fundamentais na Universidade de São Paulo? O reitor? A PM?
Tão logo publiquei o post, alguns delinqüentes intelectuais e morais tentaram invadir o blog para “explicar” o que aconteceu. O aluno em questão seria da Psicologia — e eu com isso? — e teria, segundo alguns relatos, problemas mentais. Mais, diz uma Mafaldinha: Barra não poderia ter sido pego “pelo colarinho” porque estava de camiseta… Quem não reconhece uma figura de linguagem é certamente incapaz de saber o que é violência literal. Ainda não tenho claro se essa gente é mais burra do que cínica ou o contrário. Não! Não são eventuais psicopatas que põem a USP em risco, aviltam a Constituição e ignoram os direitos individuais; são os esquerdopatas!
Os extremistas, temendo a reação da maioria silenciosa de professores e alunos, tentam “medicalizar” a violência, como se todo o resto a que se assiste na universidade fosse normal. E que se note: as leis e o estado de direito são permanentemente violados na FFLCH sob o silêncio cúmplice da direção da faculdade. Pergunto o que espera a professora Sandra Nitrini para se pronunciar oficialmente e recorrer à força da lei para fazer valer os direitos de quem quer estudar e de quem quer ensinar. Sandra é, como posso dizer?, próxima do PT, e o partido resolveu aderir oficialmente à baderna da minoria por intermédio de seu presidente, Rui Falcão, que assinou um manifesto endossando a pauta dos golpistas.
Vejam o vídeo em que o rapaz, aos berros, se prepara para invadir a sala. Volto
em seguida.
Voltei
“Ele é doente!”, gritam agora os representantes do Centro Acadêmico (CAELL), comandado pelo PSTU. Digamos que sim. Mas esperem. Vejam este outro vídeo, feito momentos antes de o rapaz entrar em surto. Retomo em seguida.
Retomando
Então não se vê acima a expressão de uma doença grave? É o “piquete sonoro”, organizado pelo CAELL. Do outro lado das portas, há professores tentando ensinar e alunos tentando aprender. Pior: estavam fazendo provas, que foram canceladas. Pior ainda: uma assembléia comandada pelos próprios piqueteiros havia decidido pôr um fim à greve das Letras — há um vídeo histórico a respeito, que já exibi aqui. Como é que a entidade oficial de representação dos alunos não aceita a chamada “deliberação soberana” da assembléia conduzida por seus próprios dirigentes? Esses delinqüentes intelectuais que ficam me escrevendo podem tirar o cavalo da chuva: não lhes darei voz porque não dou trela a fascistóides que não reconhecem os direitos garantidos pela sociedade democrática.
Por uma universidade realmente autônoma
É chegada a hora de lutar por uma universidade realmente autônoma!
- Alunos da USP, especialmente da FFLCH, não são livres para ir e vir.
- Professores vivem acuados pela patrulha de seus colegas de esquerda.
- A PM no campus coíbe apenas a ação de bandidos; quem patrulha o pensamento na Universidade são os partidos de extrema esquerda.
A fascistada não desiste; eu também não!
Ela insiste em esbulhar o estado de direito e a democracia. Eu insisto em defendê-los! E parem com essa besteira de ficar fazendo correntes contra mim nas redes sociais. Com 15 anos, tive de me haver com o Dops; acham que, aos 50, vou me deixar intimidar por remelentos e Mafaldinhas do sucrilho e do toddynho?
Vocês precisam é fumar um pouco de realidade! E o Estado precisa fazê-los arcar com o peso de suas escolhas!
Por Reinaldo Azevedo
29/11/2011 às 6:29
REV VEJA
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