segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Governantes fazem de conta que são obrigados a nos tolerar; é o contrário: nós é que os toleramos




G
ilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, homem dado a juízos um tanto inusitados — imaginem: ele é até cristão e marxista ao mesmo tempo, que é, assim, como ser um corintiano palmeirense ou um flamenguista vascaíno… —, afirmou que a presidente Dilma Rousseff quer decidir com calma o que vai fazer no Ministério do Esporte, sem se deixar influenciar pela “histeria” da mídia. Ai, ai…
Que coisa, né, gente?

O Brasil precisa se livrar logo dessa “mídia” que fica apontado os malfeitos dos homens públicos e escolher logo os malfeitores.  
Essa imprensa que fica denunciando corrupção é muito histérica.
Boa é aquela que se dedica ao elogio cotidiano do governo, financiada com dinheiro público.  

Cristina Kirchner, a candidata a Hugo Chávez de saias, está tentando resolver isso à sua maneira. 
Eu entendo Carvalho: não fosse a “histeria” da mídia, mensaleiros, aloprados, vagabundos que fabricam dossiês, ladrões do Dnit, do turismo, dos esportes, dda agricultura…
Toda essa gente, em suma, estaria por aí, dando a sua contribuição ao Brasil.  
Os governantes fazem de conta, às vezes, que são eles que nos toleram por bondade. Não! É o contrário: é sempre o povo que tolera o governo. O Estado é que é fruto de uma concessão da sociedade, não o contrário. 
A razão é óbvia: nós trabalhamos para que eles gastem.
Governos não geram dinheiro. 
Nós garantimos o circo. 
O palhaço tem de trabalhar a sério.  
De resto, quem quer punir ladrão não é histérico; é apenas uma pessoa séria. 
Do contrário, ou se é ladrão também ou se é amigo de ladrões. 
Alguém consegue imaginar uma categoria intermediária?
DO B. RESIST.DEMOCRATICA

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