Em novo depoimento à Polícia Federal, sem a presença de seus advogados, o policial militar João Dias Ferreira, ex-militante do PCdoB, informou que outras sete ONGs também vão denunciar o esquema de propina no Ministério do Esporte
Jailton de Carvalho Eu já conversei com sete ONGs. Vamos conversar com outras
- Eu já conversei com sete ONGs. Vamos conversar com outras. Ao todo, 20 donos de ONGs vão lá (na Polícia Federal) entregar tudo - disse João Dias ao GLOBO.
Segundo o PM, um grupo de servidores saía a campo em buscas de ONGs, oferecia convênios e, em contrapartida, exigia a contratação de algumas empresas aliadas da organização.
Algumas empresas forneciam parte dos estoques de alimentos, equipamentos e uniformes.
Outras cediam notas fiscais falsas.
A partir dos contratos com empresas reais ou fictícias, parte do dinheiro dos convênios destinados a estimular a prática de esporte entre crianças do Distrito Federal retornava para o caixa de dirigentes do PCdoB.
As verbas eram usadas para financiamento de campanhas eleitorais e enriquecimento ilegal.
No interrogatório, João Dias entregou ainda aos delegados Fernando de Sousa e Jackson Rimac os 14 áudios de duas comprometedoras conversas que teve com quatro dirigentes do ministério e com o ex-jogador Tony Mattos, supostamente um dos principais arrecadadores de dinheiro do PCdoB em Brasília.
A denúncia mais grave foi dirigida a um ex-secretário nacional de Esporte Educacional do Ministério.
Segundo João Dias, esse ex-secretário teria usado uma ordem de prisão falsa para tentar extorquir dele R$ 200 mil.
João Dias entregou a cópia do suposto mandado de prisão que teria sido expedido em 13 de julho de 2007.
Em julho de 2007, o PM foi chamado para uma conversa com este ex-secretário, na sala dele, no segundo andar do prédio sede do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit).
Ordem de prisão pressionaria
o PM
Segundo o policial, durante a conversa, o ex-secretário exibiu a ordem de prisão contra Eduardo Pereira Tomaz, coordenador das ONGs do policial, a Federação Brasiliense de Kung Fu (Febrak) e Associação João Dias de Kung Fu e Fitness. O mandado "teria sido usado para pressionar o declarante ao recebimento de propina", disse Dias, conforme depoimento do policial ao qual O GLOBO teve acesso.
Em tom de cumplicidade, o interlocutor teria dito que era preciso fazer algo para livrar Tomaz da prisão. A detenção dele poderia atingir duramente os negócios do policial.
- Ele deve ter feito alguma coisa errada sem você saber, João - disse o ex-secretário, conforme relato do policial.
João Dias disse que ficou atordoado diante do mandado de prisão supostamente assinado pelo juiz Nelson Ferreira Júnior.
O ex-secretário teria pedido então R$ 200 mil.
O dinheiro seria para pagar advogados.
Mais tarde, o policial descobriu que a ordem de prisão era falsa. Naquele momento, auxiliares do ministro Orlando Silva estariam fazendo pressão para demover o policial de levar adiante as denúncias contra fraudes no Segundo Tempo.
O policial disse que não pagou a propina e, desde então, partiu para o confronto com militantes do PCdoB e dirigentes do ministério que, depois de convidarem-no a participar do programa Segundo Tempo, teriam resolvido transferir para ele responsabilidades sobre eventuais irregularidades nos convênios.
O ex-secretário não foi localizado nesta segunda-feira pelo GLOBO.
25/10/2011
COMENTÁRIO
“A corrupção é a moeda corrente no modo petista de governar”, pois a falta de escrúpulo é autorizada pela ideologia do Partido no poder.
Quem se escandaliza é “moralista”.
Os corruptores são revolucionários promovendo a destruição da “democracia burguesa”.
Eis a questão, Senhores.
Não há “canalhas”ou “pouca vergonha na cara”.
Há ideologia que a tudo justifica.
Há ideologia que a tudo justifica.
VALFRIDO M. CHAVES
DO RESIST.DEMOCRATIVA
Nenhum comentário:
Postar um comentário