segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Justiça condena ex-deputado Vadão Gomes por desvios

O ex-deputado federal Vadão Gomes (PP-SP) foi condenado pela Justiça Federal em Jales (SP) a devolver aos cofres públicos R$ 523.439, em valores atualizados, por suposta participação em um esquema de desvio de verbas públicas que ficou conhecido como "escândalo no Denacoop (Departamento Nacional de Cooperativismo e Associativismo Rural)", nos anos 90.
Na mesma ação também foram condenados Jonas Martins de Arruda, assessor do ex-deputado e mentor do projeto que permitiu o desvio de verbas, e o então presidente da Associação dos Produtores Rurais de Meridiano, Antônio Silva.
Arruda também foi multado em três vezes o valor (R$ 5.000) que recebeu a título de honorários por elaborar o projeto.
De acordo com o procurador da República Thiago Lacerda Nobre, o escândalo levou o Ministério Público Federal a investigar 42 convênios celebrados entre o Denacoop, órgão ligado ao Ministério da Agricultura, e entidades e sindicatos da região noroeste do Estado de São Paulo.
As investigações, segundo a Procuradoria, revelaram a existência de uma quadrilha especializada no desvio de recursos públicos. Entre 1994 e 1996 foram liberados para a região cerca de R$ 3 milhões em verbas federais.
"Resta provado o liame entre Antônio da Silva, Vadão Gomes e Jonas Arruda, que planejaram desde o início a malversação do dinheiro público, deixando de realizar o objeto das avenças de forma deliberada e apresentando tomada de contas de maneira fraudulenta", afirmou a juíza federal Karina Lizie Holler, na sentença de condenação.
Além do ressarcimento ao erário, Vadão e Silva tiveram seus direitos políticos suspensos por cinco anos, e Arruda por 10 anos. Eles também foram proibidos de contratarem com o poder público e receberem benefícios ou incentivos fiscais e creditícios por cinco anos.
CONDENAÇÃO
Em 2010, Vadão foi condenado pela Justiça Federal de São José do Rio Preto à perda do mandato de deputado federal, suspensão dos direitos políticos por cinco anos, multa de R$ 10 mil, proibição de contratar com o Poder Público e de receber benefícios fiscais por cinco anos, além do ressarcimento de R$ 76,5 mil corrigidos a partir de dezembro de 1995, por um convênio firmado em 1995 entre o Denacoop e o Sindicato Rural de Urupês.
A reportagem está tentando contato com os acusados para comentar o caso.
FOLHA

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