Numa estimativa conservadora, essa é a quantia anual que a corrupção rouba dos cofres públicos — e do crescimento econômico do Brasil
Alexa Salomão, da EXAME
Um Brasil obscuro: denúncias de corrupção envolvendo servidores e políticos do governo e da oposição agitam diariamente a crônica política — e a policial
São Paulo - as imagens de maços de dinheiro público sendo escondidos por servidores em caixas de papelão, meias e cuecas, os flagrantes de lobistas usando salas de ministérios e as conversas telefônicas que explicitam maracutaias são os sinais mais debochados e patéticos de um problema que parece ter se transformado em epidemia no Brasil.
Nesse curto período de tempo, dois ministros caíram, Antônio Palocci, ex-Casa Civil, e Alfredo Nascimento, ex-Transportes, que levou consigo dezenas de funcionários do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Há alguns dias, Frederico Silva da Costa, secretário executivo de Turismo, foi preso pela Polícia Federal com mais 34 suspeitos de repassar verbas a ONGs fantasmas. Apesar de ninguém saber o que cresceu mais — se as falcatruas ou as denúncias sobre elas —, a sensação é que nunca se roubou tanto.
Num país com enormes carências — que vão do saneamento básico ao transporte coletivo, das escolas e hospitais aos aeroportos, portos e estradas —, o desvio de dinheiro público para a corrupção é a mais deplorável e abjeta praga que enfrentamos.
É bom lembrar: o dinheiro da corrupção é fruto de uma das mais vorazes cargas tributárias do mundo, capaz de engolir cerca de 40% de tudo o que é produzido.
Cada centavo de imposto desviado é prejuízo para o contribuinte tanto pelo que ele deixa de receber em forma de serviços quanto pelo impacto que tem sobre o crescimento da economia. “A corrupção está na raiz do atraso brasileiro”, diz Marcos Fernandes da Silva, professor da Fundação Getulio Vargas de São Paulo.
Nesse curto período de tempo, dois ministros caíram, Antônio Palocci, ex-Casa Civil, e Alfredo Nascimento, ex-Transportes, que levou consigo dezenas de funcionários do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Há alguns dias, Frederico Silva da Costa, secretário executivo de Turismo, foi preso pela Polícia Federal com mais 34 suspeitos de repassar verbas a ONGs fantasmas. Apesar de ninguém saber o que cresceu mais — se as falcatruas ou as denúncias sobre elas —, a sensação é que nunca se roubou tanto.
Num país com enormes carências — que vão do saneamento básico ao transporte coletivo, das escolas e hospitais aos aeroportos, portos e estradas —, o desvio de dinheiro público para a corrupção é a mais deplorável e abjeta praga que enfrentamos.
É bom lembrar: o dinheiro da corrupção é fruto de uma das mais vorazes cargas tributárias do mundo, capaz de engolir cerca de 40% de tudo o que é produzido.
Cada centavo de imposto desviado é prejuízo para o contribuinte tanto pelo que ele deixa de receber em forma de serviços quanto pelo impacto que tem sobre o crescimento da economia. “A corrupção está na raiz do atraso brasileiro”, diz Marcos Fernandes da Silva, professor da Fundação Getulio Vargas de São Paulo.
Criação de dificuldades
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) produziu um estudo que calcula os custos econômicos da corrupção. “Numa estimativa conservadora, as perdas representam cerca de 1,4% do PIB a cada ano”, diz Renato Corona Fernandes, coordenador do estudo.
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