O homem que não sabia de nada, deputado Pedro Novais (PMDB-MA), foi indicado ministro do Turismo pelo senador José Sarney, também maranhense e peemedebista, mas eleito pelo Amapá.
Novais tomou posse em janeiro e nem notou que o número 2 do ministério, Frederico Silva da Costa, atualmente preso no mesmo Amapá, supostamente dirigia o esquema multimilionário que teria desviado ao menos R$ 48 milhões para ONGs de fachada.Foi preciso a Polícia Federal (PF) prender 36 pessoas, na Operação Voucher, para que a ficha do ministro Novais caisse.
A ficha caiu, mas o ministro não. Além de não saber de nada, ele nem é do ramo, caiu de paraquedas na área de turismo, setor onde nunca militou, e continua por lá, em Brasília, enquanto inúmeros seus subordinados ainda estão vendo o sol nascer quadrado em... Macapá!
E a roubança no Ministério do Turismo, de acordo com o juiz federal Anselmo Gonçalves da Silva, que determinou as prisões, nem havia começado direito.
Segundo ele, o esquema planejava fraudar e e lucrar à tripa forra com esses "programas de qualificação" fajutos durante a Copa-2014 e a Olimpíada-2016.
O argumento, endossado pela Justiça Federal, previa que o Ministério do ministro Pedro ('que-não-sabia-de-nada') Novais planejava 'investir' um total de R$ 257 milhões para treinar o pessoal que deveria receber turistas durante a Copa do Mundo.
O programa teria até que um nome alvissareiro: "Bem receber Copa". Só que 'receber', no caso, talvez significasse passar a mão no dinheiro público!
Passados três dias, a Justiça começa a soltar alguns dos presos _18 deles já estão em liberdade.
ERROLFLYNN E FURTADO
O filme é triste e, ao que parece, não vai ter final feliz para o cidadão brasileiro.
Errolflyn Paixão, vice-presidente do PT do Amapá, preso na Operação Voucher (e já solto), disse em entrevista à Folha que os recursos pagos pelo Ministério do Turismo à sua empresa, a Conectur, em parte voltavam para a deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP), autora da emenda que liberou a verba, de "apenas" R$ 250 mil. Errolflyn atribuiu tal afirmação a seu sócio, Wladimir Silva Furtado.
Pelaes, lógico, diz que as declarações são "caluniosas".
O contrato com o Ibrasi, primeiro nessa série de escândalos a ser revelado pela imprensa, beneficiou o tal 'instituto' no Amapá, mas tem ao menos clone no Paraná, onde outra ONG, de fachada também, recebeu outros R$ 4,4 milhões.
Houve críticas da parte da presidente Dilma ao uso de algemas durante a Operação Voucher, mas a PF explicou a situação _e sustenta que as provas contra os servidores e empresários que seriam os beneficiários pelo esquema de desvio de recursos do Ministério do Turismo são "robustas."
A pena é que à essa altura o governo federal não parece muito inclinado a passar a limpo essa história e nem pretende mexer com o ministro Novais, aquele que é ligado ao senador Sarney.
Se realmente Pedro Novais não sabia de nada, ele parece que está mais para um néscio qualquer do que para um administrador público competente e digno de ser ministro de Estado.
Seria uma enorme oportunidade para começar do zero e para começar direito no Ministério do Turismo e na Embratur.
E de, no interesse do Brasil, colocar na burocracia federal gente proba, atenta e que entende de turismo nas vésperas dos dois megaeventos internacionais que o país deve realizar.
Mas do jeito que a coisa anda, a operação abafa deve logo sepultar a Operação Voucher. O azar é todo nosso!
DO UOL
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