quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Escuta da PF flagrou ameaça de bicheiro a juíza assassinada

Rio de Janeiro
VEJA- 17/08/2011
Gravação de 2009 registra promessa do contraventor: "vai chorar lágrimas de sangue". Magistrada solicitou providências legais para sua proteção
Policiais colhem pistas no carro da juíza assassinada: 21 tiros atingiram Patrícia Acioli
Policiais colhem pistas no carro da juíza assassinada: 
21 tiros atingiram Patrícia Acioli (Paulo Jabor/OGlobo)

Escutas telefônicas da Polícia Federal, feitas em 4 julho de 2009, revelam um plano para matar a juíza Patrícia Acioli, assassinada com 21 tiros na última quinta-feira na porta de sua casa, em Niterói (RJ). Na gravação, autorizada pela Justiça, o bicheiro Luís Anderson de Azeredo Coutinho diz ao interlocutor que "uma bomba iria explodir em São Gonçalo". Em outro trecho, o contraventor acrescenta que "a pessoa que bate o martelo vai chorar lágrimas de sangue".
O bicheiro teve prisão preventiva, por homicídio, decretada por Patrícia, que atuava na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, município da região metropolitana do Rio de Janeiro. O processo era referente ao assassinato de um homem que testemunhou a ação violenta de integrantes da máfia do transporte alternativo. Os autos registram que, após tomar conhecimento das ameaças, a juíza aguardava que fossem tomadas "providências legais".
A família da juíza relata que ela sofria ameaças com frequência devido às suas atividades como magistrada. Entre 2002 e 2007, Patrícia contou com uma escolta de 24 horas por dia, formada por três policiais militares. Ela teria aberto mão do benefício após ficar contrariada com a redução do contingente para apenas um policial. Há informações de que a organização da escolta teria passado para as mãos de um desafeto dela, que segundo o advogado Técio Lins e Silva, que assiste a família de Patrícia, seria um oficial da PM.
Na noite de segunda-feira, uma das ligações feitas ao Disque-denúncia atribuiu a detentos do presídio Ary Franco a ordem de matar Patrícia. Segundo a mesma denúncia, as próximas vítimas seriam o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e um juiz federal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário