quarta-feira, 8 de junho de 2011

Palocci cai, sai, mas não explica

MENTIRA
“Para nós é um momento triste, sabemos do relatório da Procuradoria-Geral [da República], que colocou de forma muito clara a situação do ministro, falando que não há problema. É uma pena perder o ministro Palocci, pela qualidade que ele tem.” (Gleisi Hoffmann, nova ministra-chefe da Casa Civil do governo Rousseff, em Brasília, 07/06/2011.)
“Quero assegurar que o ministro Palocci está dando todas as explicações para os órgãos de controle.” (Presidente Dilma Rousseff, em defesa de Antonio Palocci, em Brasília, 26/05/2011.)
”A robusta manifestação do Procurador Geral da República confirma a legalidade e a retidão de suas atividades profissionais no período recente” (Nota da assessoria da Casa Civil, sobre a queda do duplamente ex-ministro do PT, Antonio Palocci, 07/06/2011.)
A VERDADE
O apoio de Gleisi Hoffmann a Antonio Palocci, que pela segunda vez perde o cargo por envolvimento em escândalos, põe em dúvida como será conduzido o ministério mais importante da República. Palocci saiu para fugir ao dever do esclarecimento. O Brasil espera que o caminho da nova ministra da Casa Civil seja exatamente oposto.
No governo Lula, Palocci caiu por conta da quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, caso até hoje mal esclarecido. Desta vez, o ex-ministro cai por conta de seu muito mal explicado enriquecimento meteórico e espetacular. Só no ano passado, quando era deputado federal e coordenador da campanha de Rousseff, a empresa dele, que é médico sanitarista por formação, faturou R$ 20 milhões.
Saiu sem explicar ao país a origem de tantos milhões e o emprego desse dinheiro, ao contrário do que assegurou sua chefe, Rousseff. As únicas pistas conhecidas são as divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo – um apartamento de quase R$ 7 milhões e um imóvel comercial de quase R$ 1 milhão. Luxos inimagináveis para Palocci em 2006, quando declarou patrimônio de R$ 356 mil à Justiça Eleitoral, e que põe em xeque a capacidade dos petistas governar pensando apenas no interesse público.
Gleisi Hoffmann é a sexta ministra-chefe da Casa Civil em oito anos de governo do PT. Antes dela, três dos ocupantes do cargo caíram por envolvimento em escândalos: José Dirceu é réu no Mensalão; Erenice Guerra foi afastada acusada de tráfico de influência; e, por último, Palocci, por inconsistências múltiplas.
DO B. GENTE QUE MENTE

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