25 de maio de 2011 • 17h44
Palocci é acusado de tráfico de influência
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Deputados tucanos apresentaram, nesta quarta-feira, novas denúncias contra o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, segundo dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal. O deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) afirmou que, de acordo com as informações obtidas pelo Siafi, Palocci teria praticado tráfico de influência para beneficiar a então candidata do PT à presidência da República em 2010, Dilma Rousseff. Um cliente da empresa de consultoria de Palocci teria recebido cerca de R$ 9 milhões em restituição do imposto de renda pessoa jurídica (IRPJ) logo após o primeiro turno das eleições, e doado R$ 2 milhões para a campanha petista.
"Não quero chegar ao ponto de dizer que há envolvimento da campanha, mas quero que se explique essas doações, porque ele (Palocci) era um dos arrecadadores da campanha. É preciso que Dilma dê ordem ao Palocci para que a sujeira que está na Casa Civil não chegue no gabinete da Presidência, afinal há indícios fortes de tráfico de influência", disse.
Ainda de acordo com dados apresentados pelos parlamentares do PSDB, a empresa WTorre, cliente da consultoria de Palocci, reivindicou a restituição do IRPJ relativo aos anos-base de 2007 e 2008. O dinheiro foi liberado pela Receita Federal apenas um mês e meio após o pedido, em duas operações com diferença de quatro minutos entre uma e outra. Segundo Francischini, foram feitos dois saques, um de R$ 6,25 milhões e outro de R$ 2,92 milhões. No dia seguinte aos saques, uma doação de R$ 1 milhão foi feita à campanha de Dilma, seguida por outra de igual valor 15 dias depois.
"Por que só em 2010, em pleno ano de eleição, a WTorre requereu a devolução do Imposto de Renda? Parece que houve consultoria. Queremos saber se a consultoria do Palocci ajudou nisso. Eu espero que não seja mais um modelo de maquiagem de dinheiro de caixa dois para campanha", afirmou. Francischini é o autor de uma nova proposta de mini-CPI (comissão parlamentar de inquérito) na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara para investigar a nova denúncia.
Segundo reportagem divulgada no domingo pelo jornal Folha de S.Paulo, o político aumentou seu patrimônio em 20 vezes em um período de quatro anos. Ainda de acordo com o jornal, semanas antes de assumir a chefia da Casa Civil, Palocci comprou um apartamento em São Paulo por R$ 6,6 milhões. Um ano antes, ele havia adquirido um escritório na cidade por R$ 882 mil. Ainda segundo o periódico, os dois imóveis foram comprados pela empresa Projeto Administração de Imóveis, da qual ele tem 99,9% do capital.
FONTE TERRA
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