PRIMEIRA EDIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, 27 DE MAIO DE 2019
NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Somente agora, cinco meses após a posse,
o governo poderá começar a “limpar” os cargos de petistas que os
“aparelham” desde os tempos de Lula e Dilma. São militantes que
trabalharam contra a candidatura de Jair Bolsonaro, são até suspeitos de
sabotar a gestão, mas não largam as boquinhas. “São mais de 110 mil
cargos de confiança e funções gratificadas”, confirma o ministro Onyx
Lorenzoni (Casa Civil). Ele disse que acabou o tempo de nomeações sem
qualquer critério.
A dificuldade foi o critério inédito do
presidente Bolsonaro de ocupar os cargos tecnicamente, sem indicações
políticas, inclusive nos Estados.
A prioridade do governo foram os cargos
de comando, de primeiro e segundo escalões, além de estatais, para
depois preencher o restante.
Já foram mais os cargos de confiança e
funções gratificadas. Após a extinção de 21 mil, ainda sobram 110 mil,
em Brasília e nos Estados.
O candidato a cargos passará por um
filtro (informações cadastrais) e depois submetido ao ministro e ao
dirigente de estatal ou autarquia.
Nascida do sonho de Darcy Ribeiro e
Anísio Teixeira, com destino de centro de excelência, a Universidade de
Brasília (UnB) enfrenta uma decadência constrangedora. Em apenas seis
anos, entre os governos Lula e Temer, despencou do 6º para 17º lugar
entre as universidades brasileiras no ranking Lieden, que mede a
importância acadêmica das universidades. O número de trabalhos
acadêmicos até cresceu 57%, mas a qualidade da UnB caiu de 769ª para
854ª na classificação geral.
Das 16 universidades brasileiras à
frente da UnB, nesse ranking, metade teve menos publicações, mas de
qualidade bastante superior.
As universidades brasileiras de
importância acadêmica mais relevante são a UFCE, UFBA, a federal de São
Carlos (SP), UFSC e Unicamp.
A assessoria da UnB desdenha do ranking
Lieden. Cita a ferramenta Scival e o Times Higher Education apontando
“justamente o contrário”.
As ONGs que mandavam no Ministério do
Meio Ambiente estão indóceis com a perda de poder, boquinhas e sobretudo
de dinheiro. Um grupo de 40 ONGs vai à Câmara, nesta terça, “denunciar o
desmonte dos objetivos” que definiram - quanta arrogância -, para o
Brasil.
O ex-ministro Alexandre Baldy, que por
enquanto não cogita voltar para Brasília, adotou o metrô para ir e
voltar da Secretaria dos Transportes Metropolitanos de São Paulo. O
governador João Dória aprovou.
A medida provisória 872 precisa ser
aprovada até o dia 3 ou caducará. Atribui à AGU (Advocacia-Geral da
União) o encargo de defender policiais federais investigados ou
processados.
Funcionários de Itaipu se dizem
assustados com a possível nomeação para uma diretoria da empresa do
ex-deputado e ex-ministro Osmar Serraglio. Ele foi citado na operação
Carne Fraca da Polícia Federal.
Até hoje, cinco anos depois, o Tribunal
de Contas do DF ainda não julgou as contas do último ano do governo
Agnelo Queiroz (PT), que foi governador de 2011 a 2014. A Câmara
Legislativa pode interpelar o ativo conselheiro Paulo Tadeu,
ex-supersecretário do governo petista.
…o Brasil criou 126 mil empregos em abril, melhor índice para o mês em seis anos, mas as manchetes estavam reservadas.
NO DIÁRIO DO PODER
Manifestações fortalecem Bolsonaro, Guedes e Moro, avalia cientista político
Bolsonaro foi representado na manifestação de Brasília por uma foto em tamanho natural
Da Redação — 26/05/2019, domingo
O cientista político Paulo Kramer avalia
que o presidente Jair Bolsonaro “turbinou” seu poder de barganha
perante o Congresso, com os expressivos atos de apoio que recebeu neste
domingo em todo o País, e que os ministros Paulo Guedes (Economia) e
Sérgio Moro (Justiça) saíram fortalecidos. Para ele, o bolsonarismo
“exibiu uma face reformista, moderna, civicamente responsável, numa
palavra, ‘civilizada’, protagonizando algo raro, para não dizer
‘inédito’ no Brasil e no mundo: manifestações populares a favor de uma
agenda altamente impopular (reforma da Previdência)”.
Kramer disse que até hoje “eu não tinha
visto passeatas com cartazes e faixas em apoio a uma equipe econômica!”
“Para um executivo que abriu mão do toma-lá-dá-cá do presidencialismo
de coalizão/cooptação/corrupção para se alimentar da seiva da
popularidade, foi uma recarga no prazo de validade do seu carisma”,
sentencia Kramer, professor de Ciência Política, aposentado da
Universidade de Brasília (UnB), articulista do Diário do Poder e
comentarista da rádio BandNews FM.
O cientista político considera também
ser notável a autonomia cívica do bolsonarismo em relação a grupos
organizados que ajudaram a tornar possível essa grande transformação,
“mas que decidiram se distanciar da mobilização preparatória às
demonstrações de hoje, provavelmente por receio de que a tônica viesse a
ser uma pauta antidemocrática e hostil à institucionalidade
democrática”. Entre esses grupos ele cita os movimentos MBL, Vem Pra Rua
etc. “Felizmente, esse temor foi desfeito pela celebração cívica
auriverde num domingo ensolarado de Norte a Sul do País”, celebra.
Mas Kramer pondera que não é possível
compreender este domingo nas ruas do Brasil “sem remontar ao arco
histórico que começou a ser traçado em junho de 2013, conquistou
maturidade no impeachment de Dilma e ganhou musculatura nas eleições do
ano passado”.
NO BLOG DO POLÍBIO BRAGA
Opinião do editor - Bolsonaro sai com força inaudita para enfrentar o Centrão e mudar a cara do Brasil
Eu estava no Parcão.
Se é verdade o que escreveram e disseram
pessoas como a jornalista Rosane Oliveira e o cientista político e
professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo
(Fespsp), Paulo Niccoli Ramirez, ou seja, que manifestações de
proporções reduzidas registrariam um fracasso para o governo Bolsonaro,
deve-se admitir que o contrário também é verdadeiro.
É simples assim.
O governo Bolsonaro saiu fortalecido politicamente das ruas.
Há uma renovada e forte ordem do povo,
tudo para que o presidente leve a cabo as reformas, ajustando a economia
para que ela gere crescimento sustentável e por consequência empregos e
renda, mas também para que prossiga com força no combate à corrupção,
ao crime organizado e ao resgate da legalidade e da moralidade,
inclusive e principalmente nos costumes.
É isto.
O ronco das ruas não cessou neste domingo.
O povo que derrubou Dilma e elegeu Bolsonaro, gostou do cheiro das ruas.
Marcel Van Hattem foi aplaudido em Porto Alegre, mas o povo vaiou quando tentou poupar Kim Kataguiri
Terminou há pouco, 18h, a concentração
que reuniu 30 mil manifestantes no Parcão, Porto Alegre. O número foi
surpreendentemente alto: o maior de todos os atos públicos realizados
este ano pelos eleitores de Bolsonaro.
A foto é de Mauro Schaeffer, publicada há pouco no site do jornal Correio do Povo.
O Centrão foi o alvo dos ataques feitos
pelos oradores e pelos manifestantes, sendo ressaltado o papel corrosivo
do líder da Câmara, o deputado Rodrigo Maia.
Um dos últimos oradores foi o deputado
federal Marcel Van Hatten, que só decidiu comparecer na undécima hora,
já que seu Partido, o Novo, criticou severamente o movimento deste
domingo. O deputado é o líder da bancada do Novo na Câmara. O que disse
Marcel:
- Meus eleitores, que são vocês, me pressionaram e eu vim até aqui para dar meu apoio às reformas e ao pacote anticrime.
Marcel Van Hattem, com quem o editor
conversou depois do discurso, tentou contemporizar em relação a líderes
do MBL, que também fustigaram o evento, mas ao citar Kim Kataguiri, o
que se ouviu foi uma estrondosa vaia.
A vaia foi para Kim e não para Marcel, mas o deputado não pode prosseguir o elogio.