domingo, 7 de abril de 2019

Os próximos 100 dias de Bolsonaro

domingo, 7 de abril de 2019

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Uma piada-séria, que viraliza nas redes sociais, descreve a situação de Jair Bolsonaro em seus 100 dias de Governo. O Presidente estava em um barco com vários líderes mundiais. De repente, o chapéu do papa voa na água. Jair corre, anda sobre as águas, resgata o objetivo e devolve ao dono. Todos ficam impressionados. Dia seguinte, a extrema imprensa daqui e do mundo solta a manchete: “Bolsonaro não sabe nadar”.
Bolsonaro ainda não demonstrou poderes sobrenaturais para caminhar sobre a água dos lagos artificiais de Brasília. Nos 100 primeiros dias no Governo, o ex-parlamentar por 29 anos, Capitão do Exército no período pré-legislativo, mostrou que é um Presidente diferente. Continua um cara durão, habituado a tomar pancada. De tanto levar flechada do olhar e do verbo dos adversários e inimigos, Bolsonaro começa abandonar, timidamente, o estilo “lobo solitário” que “dá e toma canelada”.
O Presidente indica que seus próximos 100 dias de gestão terão a marca do diálogo. Não tem outro jeito. Se não ceder, não vai conquistar. A base aliada terá de ganhar alguns cargos e ponto final. Basta negociar para que não entrem em esquemas de corrupção. Avisa a eles que a Polícia Federal vai estar de olho... Simples, assim... O que Bolsonaro precisa priorizar é na confecção de uma Agenda de Governo. Até agora, apagou-se mais incêndio na selva do que se plantou árvore. Esta é a impressão geral da maioria do eleitorado.
Os ministros terão de apresentar se houve cumprimento das metas previstas. Será fundamental que cada um explique o que deu certo e por que não deu. Quem apresentou resultados positivos fica. Quem vacilou tem de dançar. Até agora, quem corre mais risco de sair é o ministro da Educação. Ricardo Vélez tende a ser velado na segunda-feira.Fundamental, de imediato, é gerar empregos. É só usar a caneta para desonerar empresas que assumam este compromisso. A economia depende disto para voltar a crescer.
É recomendável que Bolsonaro foque em sua agenda positiva e pare de cair nas armadilhas da mídia extrema. Não dá para perder tempo precioso discutindo polêmicas absolutamente irrelevantes. O Brasil tem de agir corretamente no presente para ter um futuro melhor. Erros do passado devem ser aprendidos para não serem repetidos. A maioria quer saber como estará o País em 2022, ao fim da gestão Bolsonaro. O povão quer solução – não problema.

Ainda é muito cedo para garantir se Bolsonaro terá sucesso ou se vai redundar em um indesejável fracasso. O Presidente tem a seu favor uma lista de acertos e medidas que podem ser consultadas no site do Governo Federal. Evidentemente, os críticos não farão isto. Eles vão apenas atacar Bolsonaro, justa ou injustamente. Até agora, a oposição a Bolsonaro tem sido patética. Bolsonaro só apanha, de verdade, por alguns erros que comete (a maioria falhas infantis de comunicação ou vacilos causados por inexperiência ou ineficiência do staff).
Um grande teste para Bolsonaro será a escolha do novo ministro da Educação. O Presidente terá a chance de se mostrar se tem compromisso efetivo com as mudanças estruturais em uma párea fundamental para a Nação. Ou, então, se vai preferir ceder aos lobbyes do continuísmo da administração Michel Temer, deixando o MEC sob hegemonia de petistas, tucanos e outros demos menos votados.
Bolsonaro não é o He-man. Mas tem a força da caneta esferográfica de plástico. Além da Educação – setor do governo que quase nada avançou e que gerou recordes de intrigas internas -, Bolsoanro tem de avançar na solução da segurança pública, do combate à corrupção sistêmica e da melhoria econômica. O eleitor quer resultados efetivos. Basta de conversinha fiada.

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