quarta-feira, 24 de outubro de 2018
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Um Corpo de Bombeiros simbólico já foi acionado para apagar, previamente,
um incêndio criminoso na relação entre a cúpula do Judiciário e o futuro
Presidente Jair Bolsonaro. Tanto que uma reunião com o presidente do Supremo
Tribunal Federal, José Dias Toffoli, será uma das primeiras conversas
institucionais a serem agendadas por Bolsonaro, tão logo seja proclamado o
resultado final da truculenta eleição 2018.
Estigmatizado por ter advogado e feito parte da cúpula petista no
passado, Dias Toffoli planeja reconstruir sua imagem pessoal durante a gestão
no STF. O plano dele é restabelecer o diálogo com a sociedade, a fim de reduzir
ou reverter o desgaste de imagem do Judiciário. Toffoli promete investir em um ousado
programa de modernização tecnológica para dar celeridade aos trâmites
processuais, para acabar com a impressão de lentidão e impunidade.
Politicamente, Toffoli não tem o menor interesse em provocar brigas
inúteis com o Poder Executivo. Por isso, muita gente pode se surpreender com a
relação fraterna que Toffoli tende a estabelecer com Jair Bolsonaro. Nos
bastidores do Supremo, Toffoli já sinaliza que atuará como bombeiro e não como
incendiário. Os outros 10 ministros do STF se dividem entre a pacificação
necessária e uma ojeriza ideológica, infantil e preconceituosa contra
Bolsonaro.
A temperatura tende a baixar. Por enquanto, a banda raivosa ainda joga
pesado. Ontem, o Supremo Tribunal Federal pediu que a Procuradoria-Geral da
República investigue um vídeo com ofensas à ministra Rosa Weber e outros
integrantes do STF. Ontem, o ministro mais antigo do Supremo, Celso de Mello,
rebateu as ofensas feitas pelo coronel da reserva Carlos Alves contra alguns
ministros, especialmente Rosa Weber, que preside o Tribunal Superior Eleitoral.
O recado do Celso de Mello bem que vale para todo mundo, inclusive para muitos
magistrados:
“O
primarismo vociferante desse ofensor da honra alheia faz-me lembrar, senhor
presidente, daqueles personagens patéticos que, privados da capacidade de
pensar com inteligência, optam por manifestar ódio visceral e demonstrar
intolerância radical contra os que consideram seus inimigos, expressando, na
anomalia dessa conduta, a incapacidade de conviver em harmonia e com respeito
pela alteridade no seio de uma sociedade fundada em bases democráticas”.
Corporativamente,
de modo combinadinho, outros ministros surfaram na mesma onda. Cármen Lúcia
proclamou: “Tudo o que atinge um de nós, atinge todo o tribunal como
instituição, que é muito mais importante do que cada um, mas, principalmente,
que se preserva pela atuação ética, correta, honesta e séria de cada juiz desta
casa, que tem tentado exatamente agir de acordo com lei e espera isso de cada
cidadão brasileiro”. Luiz Edson Fachin complementou: “A agressão a um juiz é a
rigor uma agressão a toda magistratura”.
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