O documento oficial foi enviado ao terceiro-secretário, deputado JHC, que atendeu à solicitação de O Antagonista por todos os registros de visitação do criminoso.
“Constatou-se a existência de mais dois registros de entrada referentes à pessoa do Senhor Adélio, ambos datados do dia 6 de setembro de 2018, dia em que fora efetuada sua prisão no estado de Minas Gerais em decorrência do atentado ao deputado Bolsonaro”, escreve o diretor Paul Pierre Deeter.
Como é impossível Adélio ter estado na Câmara, Deeter desconfia de que os registros tenham sido forjados. Ele determinou a abertura de uma investigação interna para “averiguar as circunstâncias nas quais se deram os supostos registros”. E também pediu a decretação de sigilo.
Há duas semanas, O Antagonista havia obtido a confirmação de uma visita de Adélio ao Anexo IV no dia 6 de agosto de 2013. Não foi possível, porém, saber o destino do criminoso nas dependências legislativas – se esteve em algum gabinete parlamentar, por exemplo.
Agora, porém, a situação é muito pior.
A constatação da Polícia Legislativa revela uma grave vulnerabilidade do sistema de controle de acesso às dependências da Câmara.
Se os registros de entrada de Adélio foram feitos antes do atentado, significa que alguém de dentro – com acesso ao sistema – pode ter tentado forjar um álibi para Adélio.
Caso tenham sido forjados posteriormente, resta evidente a tentativa de apagar qualquer rastro do criminoso e confundir as autoridades, numa clara tentativa de obstrução da Justiça.
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