Questionamento será analisado pelo ministro Luís Roberto Barroso; PT registrou candidatura de Lula nesta quarta-feira (15). Condenado em 2ª instância, ex-presidente está preso em Curitiba.
procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresentou na noite desta quarta-feira (15) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a impugnação (questionamento) da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República.
O questionamento será analisado pelo ministro Luís Roberto Barroso, vice-presidente do TSE e relator do pedido de registro.
O PT registrou a candidatura de Lula na tarde desta quarta, após uma marcha e um ato em frente ao TSE com a presença de políticos poiadores da candidatura.
Além da contestação apresentada pela PGR, o tribunal também recebeu outros questionamentos, apresentados por Kim Kataguiri, do Movimento Brasil Livre (MBL), e pelo ator Alexandre Frota.
Argumentos da PGR
Para Raquel Dodge, Lula éstá inelegível por já ter sido condenado em segunda instância no caso do triplex do Guarujá (leia detalhes sobre a condenação mais abaixo).
Como argumento, Dodge apresentou ao TSE a certidão do Tribunal Regional
Federal da 4ª Região que confirma a condenação do ex-presidente.
Na avaliação de Raquel Dodge, Lula só poderá se candidatar oito anos após o cumprimento da pena.
Dodge defende, ainda, que Lula não seja autorizado a fazer campanha
"sub judice", ou seja, enquanto não sai resultado final sobre a
inelegibilidade. Segundo a procuradora, a intenção é evitar que o
ex-presidente tenha a campanha financiada com recursos públicos.
"Deve decorrer a rejeição liminar do requerimento, sem qualquer outro
efeito jurídico que habilite o impugnado a ser considerado candidato sub
judice ou a pretender o financiamento de sua candidatura com recursos
públicos, que são destinados apenas a financiar campanhas dos
elegíveis", completou.
Condenação de Lula
Condenado a 12 anos em regime inicialmente fechado, Lula está preso desde abril na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR).
Lula foi condenado pelos desembargadores da 8ª Turma do Tribunal
Regional Federal da Quarta Região (TRF-4), responsável pela Lava Jato em
segunda instância.
Pela Lei da Ficha Limpa, se torna inelegível o candidato condenado por
órgão colegiado da Justiça. A situação do ex-presidente, porém, ainda
terá de ser decidida pelo TSE.
No entendimento do TRF-4, Lula recebeu da OAS um apartamento triplex em Guarujá (SP) em retribuição a contratos firmados pela construtora com a Petrobras.
Desde o início das investigações, o ex-presidente negou ser o dono do imóvel, afirmando ser inocente.
A defesa de Lula também reafirma desde o começo do processo que o
petista não cometeu crimes antes, durante ou depois do mandato.
Por Vladimir Netto, TV Globo, Brasília
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