terça-feira, 10 de abril de 2018
Hegel, inspirador do marxismo et caterva. |
Francisco Escorsim, um dos articulistas da Gazeta do Povo,
escreve sobre "A Paixão da Ideia", mal de que Lula foi acometido depois
da "perseguição" promovida pela Lava-Jato. A propósito do artigo,
lembro que o idealismo político é típico das esquerdas, que,
desconhecendo a realidade, tomam a ideia (a sua ideia, bem entendido)
como a própria realidade. É a velha confusão hegeliana, levada adiante
por Marx e os marxismos (tratei disso num livro de 1999, esgotado: O declínio do marxismo e a herança hegeliana,
Editora da UFSC). Chamam isto de dialética, mas Hegel (1870-1831),
reconheçamos, foi mais coerente, já que o real era, para ele, apenas o
real pensado. Trazendo a sardinha idealista para o campo lulopetista,
real é o que os petistas pensam (erro típico dos marxistas). O resto é
"narrativa" - e viva o relativismo:
Deixaram vazar trechos do Novo Testamento Ideológico. Divulgo tal como recebi.
Evangelho de Mateus da Auto-Peças, capítulo 26, 36-56:
36. Retirou-se a
Ideia com eles para um lugar chamado Sindicato e disse-lhes:
“Assentai-vóis tudo aqui, enquanto eu vou ali bebê.”
37. E, tomando consigo Frey Lero e os dois filhos dele mesmo, começou a entristecer-se e a angustiar-se.
38. Disse-lhes, então: “Minha ideia tá triste até o esquecimento. Fica aqui e bebe junto.”
39. Adiantou-se um
pouco e, prostrando-se com a face por terra, assim rezou: “Minha Ideia,
si dé pra quebrá o galho, completa pra mim este copo! Todavia não se
faça o que eu quero, mas sim o que você quiser.”
40. Foi ter, então,
com os militantes e os encontrou trocando o domicílio eleitoral. E disse
a Janete: “Então não pudestes beber uma hora comigo…”
41. “Bebe e joga truco para que não entreis em tentação de ir para casa. A ideia está pronta, mas a carne é fraca.”
42. Afastou-se pela
segunda vez e bebeu, dizendo: “Minha ideia, se não é possível que este
copo passe sem que eu o beba, faça-se a tua vontade!”
43. Voltou ainda e os encontrou novamente dormindo, porque as câmeras de televisão estavam desligadas.
44. Deixou-os e foi beber pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras.
45. Voltou então para
os seus militantes e disse-lhes: “Dorme agora e descansa! Chegou a
hora: o Filho da Ideia vai ser entregue nas mãos dos golpistas…”
46. “Levantai-vóis tudo, vamos! Aquele que me traz a cachaça está perto daqui.”
47. A ideia ainda
falava no comício, quando veio Creidi, uma dos Doze, e com ela uma
multidão de garrafinhas d’água armadas de cachaça, enviada pelos
príncipes dos golpistas e pelos anciãos do PSDB.
48. A cachaça combinara com eles este sinal: “Na ideia que sentirem meu cheiro, é nela. Prendei-a!”
49. Creidi aproximou-se imediatamente da Ideia e disse: “Salve, Presidente.” E cheirou-o.
50. Disse-lhe a
Ideia: “É, então, para isso que vens aqui?” Em seguida, adiantaram-se
militantes e lançaram mão da garrafinha de cachaça para prendê-la.
51. Mas um dos
companheiros da Ideia desembainhou outra garrafa e magoou um servo do
sumo sacerdote, que quase saiu do papel que cumpria ali.
52. A Ideia, no entanto, lhe disse: “Embainha tua garrafa, porque todos aqueles que usarem da garrafa, pela garrafa morrerão.”
53. “Vai dizê tu que não posso invocar minha Ideia e ela não me enviaria imediatamente mais de 12 caminhões de Brahma?”
54. “Mas como se cumpririam então os roteiros dos marqueteiros, segundo os quais é preciso que seja assim?”
55. Depois,
voltando-se para a turba, falou: “Saram tudo armado de bandeira e
pochetes para defender-me, como se eu fosse um benfeitor. Entretanto,
todos os dias estava eu bebendo entre vós ensinando no sindicato e não
me completaram o copo.”
56. Mas tudo isto
aconteceu porque era necessário que se cumprissem os oráculos dos
marqueteiros. Então os militantes foram para perto do caminhão de som e a
Ideia fugiu deles.
Segundo o Evangelho do Joãozinho do Sindicato, capítulos 18, 29-40 e 19, 1:
29. Saiu, por isso, Fakein para ter com eles, e perguntou: “Que acusação trazeis contra este homem?”
30. Responderam-lhe: “Se este não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti.”
31. Disse, então,
Fakein: “Tomai-o e julgai-o vós mesmos segundo a vossa lei.”
Responderam-lhe os golpistas: “Não nos é permitido matar ninguém.”
32. Assim se cumpria a palavra com a qual a Ideia indicou de que gênero sexual de morte havia de morrer.
33. Fakein entrou no pretório, chamou a Ideia e perguntou-lhe: “Que merda, hein?”
34. A ideia respondeu: “Diz isso por tu mesmo, ô companheiro, ou foram outros que te delataram de mim?”
35. Disse Fakein: “Acaso sou eu golpista? A tua nação, duas instâncias judiciais e mais o STJ entregaram-te a mim. Que fizeste?”
36. Respondeu a
Ideia: “A minha Ideia não é deste mundo. Se a minha ideia fosse deste
mundo, os meus militantes certamente teriam pelejado que nem o Curíntia
em 71 contra o Parmera para que eu não fosse entregue aos golpistas. Mas
a minha Ideia não é deste mundo.”
37. Perguntou-lhe
então Fakein: “És, portanto, ideia?” Respondeu a Ideia: Sim, eu sou uma
ideia. É para dar testemunho da ideia que nasci e vim ao mundo. Todo o
que é da ideia ouve a minha voz.”
38. Disse-lhe Fakein:
“Que é a ideia?…” Falando isso, saiu de novo, foi ter com os golpistas e
disse-lhes: “Não acho nele crime algum.
39. Mas é costume entre vós que pela Páscoa vos conceda uma liminar. Quereis, pois, que vos solte o rei das ideias?”
40. Então todos gritaram novamente e disseram: “Não! A este não! Mas a Eduardo!”
1. Fakein mandou então prender a Ideia. DO O.TAMBOSI
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