Um movimento suprapartidário ganhou força nos últimos dias para pegar
carona no julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula e com isso
criar uma repercussão geral para derrubar no Supremo Tribunal Federal a
prisão a partir da condenação da 2ª instância.
Com a situação de vários políticos na mira da Lava Jato e de outras
investigações, até mesmo partidos adversários ao PT passaram a defender o
caso do ex-presidente, para forçar o STF a rever o entendimento firmado
em 2018.
Diante disso, partidos do chamado centrão, como o PP, PR e PTB, e até
mesmo o PMDB, passaram a apoiar o PT publicamente. Até recentemente,
esses partidos ficaram em lados opostos durante o impeachment da
ex-presidente Dilma Rousseff. Mas diante de uma aflição generalizada de
investigados, o pragmatismo falou mais alto.
“O que está em jogo nesse momento é aquilo que a Constituição prevê.
Nenhuma interpretação pode se sobrepor ao que está literalmente escrito
na Carta”, defendeu o líder da minoria, senador Humberto Costa (PT-PE).
“Não é uma questão até de apoiar este ou aquele, o PT ou qualquer
partido. É uma questão de legalidade e de constitucionalidade”, reforçou
o líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO).
Mas esse movimento suprapartidário também causou forte reação de um setor do Congresso.
“Tem pessoas de todos os partidos envolvidas nas investigações que
estão curso pela Lava Jato. Isso termina gerando essa articulação que
será forte e duramente repudiada pela sociedade brasileira”, alertou o
vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).
Ao Blog, o decano da Câmara demonstrou preocupação com os desdobramentos da decisão do STF nesta quarta-feira.
“É preciso ter cuidado! O Lula pode ser um boi de piranha. “Ele pode
estar sendo colocado nesse rio para passar a manada da impunidade. Essa é
que é a questão”, ressaltou Miro.
Por Gerson Camarotti
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