Reprodução/Facebook/Vem Pra Rua Brasil | |
Mobilização na semana passada contra congressistas, em Brasília |
JOELMIR TAVARES - Folha de São Paulo
O "tchau, querida", assíduo nos cartazes e gritos de quem pedia a saída de Dilma Rousseff (PT) em 2016, volta ampliado, batizando um projeto do Vem pra Rua (VPR) que quer fazer campanha contra políticos ficha suja em 2018.
Com o "Tchau, Queridos", o grupo que puxou atos pelo impeachment se une
ao Ranking dos Políticos para divulgar em redes sociais o nome de
congressistas que não devem ser reeleitos, segundo critérios das duas
organizações.
Pelo menos 15 parlamentares já estão na fila da antipropaganda, que
começa a ser feita nos próximos dias e seguirá até perto da votação. Na
primeira leva há filiados a PMDB, PSD, PT e Avante.
"Ainda temos muitos 'queridos' que precisam sair para a vida política
melhorar no Brasil", diz o empresário Rogerio Chequer, líder do VPR —a
expressão entrou para o anedotário político após a divulgação do
telefonema de Dilma a Lula, no ano passado.
A iniciativa é um novo passo do grupo rumo ao pleito de 2018. Ao lado de outros movimentos, o VPR também integra a Frente pela Renovação, que quer apoiar candidatos à Câmara e ao Senado, principalmente novatos.
Os fatores para a escolha dos "queridos" que, de acordo com os ativistas
pró-renovação, devem ficar longe dos cargos públicos partem da base de
dados do Ranking dos Políticos. O site classifica os congressistas por
características como participação em sessões, gasto de verba pública e
processos na Justiça.
"Não tem direcionamento pró-esquerda ou pró-direita", diz Alexandre
Ostrowiecki, um dos fundadores do Ranking, ao falar do "caráter
apartidário" da ferramenta. O projeto prega o combate à corrupção e a
eficiência do serviço público. Defende livre iniciativa, propriedade
privada e regime de mercado.
Além dos critérios objetivos, entra na conta a qualidade dos projetos de
lei, julgada por conselheiros que atribuem notas (positivas ou
negativas) conforme o posicionamento nas principais votações.
Quem se colocou a favor do impeachment de Dilma ganhou 25 pontos. Quem
votou pela continuidade das ações contra Michel Temer somou 5 (na
primeira denúncia) e 10 pontos (na segunda). Senadores que votaram para
manter Aécio Neves (PSDB-MG) afastado angariaram 30 pontos.
Já o voto contra a reforma trabalhista, por exemplo, tirou 20 pontos do
"prontuário". Também entram na somatória os votos nas sessões sobre o
projeto das dez medidas contra a corrupção, o fim do foro privilegiado e
a criação do novo fundo eleitoral.
"Vamos deixar claro como é feita a seleção e aí as pessoas fazem seu próprio julgamento", diz Chequer, que é colunista da Folha.
Além da classificação feita pelo site, o "Tchau, Queridos" vai levar em
conta na sua relação o tempo de atuação no Congresso e se o parlamentar
é de "dinastia" política –ambas as atribuições pesam contra ele.
Na segunda-feira (4), quem aparecia em primeiro lugar no Ranking era o
deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) —beneficiado pela nota de desempenho
nas votações. O último era o senador Lindbergh Farias (PT-RJ)
—prejudicado pela pontuação de ações judiciais abertas contra ele.
Com a divulgação da "lista suja da política", os organizadores afirmam
querer lançar luz sobre o passado de candidatos e promover um ambiente
de representatividade alinhado com os desejos da população. DO J.TOMAZ
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