quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Projeto em redes sociais cria lista de deputados que não devem ser reeleitos


 
Reprodução/Facebook/Vem Pra Rua Brasil
Nós, representantes de diversos movimentos da sociedade civil organizada, estamos reunidos na Câmara dos Deputados, neste dia 29 de novembro de 2017, para registrar total repúdio ao que aconteceu nesta casa no fatídico 29 de novembro de 2016.
Mobilização na semana passada contra congressistas, em Brasília
JOELMIR TAVARES - Folha de São Paulo


O "tchau, querida", assíduo nos cartazes e gritos de quem pedia a saída de Dilma Rousseff (PT) em 2016, volta ampliado, batizando um projeto do Vem pra Rua (VPR) que quer fazer campanha contra políticos ficha suja em 2018.
Com o "Tchau, Queridos", o grupo que puxou atos pelo impeachment se une ao Ranking dos Políticos para divulgar em redes sociais o nome de congressistas que não devem ser reeleitos, segundo critérios das duas organizações.
Pelo menos 15 parlamentares já estão na fila da antipropaganda, que começa a ser feita nos próximos dias e seguirá até perto da votação. Na primeira leva há filiados a PMDB, PSD, PT e Avante.
"Ainda temos muitos 'queridos' que precisam sair para a vida política melhorar no Brasil", diz o empresário Rogerio Chequer, líder do VPR —a expressão entrou para o anedotário político após a divulgação do telefonema de Dilma a Lula, no ano passado.
A iniciativa é um novo passo do grupo rumo ao pleito de 2018. Ao lado de outros movimentos, o VPR também integra a Frente pela Renovação, que quer apoiar candidatos à Câmara e ao Senado, principalmente novatos.
Os fatores para a escolha dos "queridos" que, de acordo com os ativistas pró-renovação, devem ficar longe dos cargos públicos partem da base de dados do Ranking dos Políticos. O site classifica os congressistas por características como participação em sessões, gasto de verba pública e processos na Justiça.
"Não tem direcionamento pró-esquerda ou pró-direita", diz Alexandre Ostrowiecki, um dos fundadores do Ranking, ao falar do "caráter apartidário" da ferramenta. O projeto prega o combate à corrupção e a eficiência do serviço público. Defende livre iniciativa, propriedade privada e regime de mercado.
Além dos critérios objetivos, entra na conta a qualidade dos projetos de lei, julgada por conselheiros que atribuem notas (positivas ou negativas) conforme o posicionamento nas principais votações.
Quem se colocou a favor do impeachment de Dilma ganhou 25 pontos. Quem votou pela continuidade das ações contra Michel Temer somou 5 (na primeira denúncia) e 10 pontos (na segunda). Senadores que votaram para manter Aécio Neves (PSDB-MG) afastado angariaram 30 pontos.
Já o voto contra a reforma trabalhista, por exemplo, tirou 20 pontos do "prontuário". Também entram na somatória os votos nas sessões sobre o projeto das dez medidas contra a corrupção, o fim do foro privilegiado e a criação do novo fundo eleitoral.
"Vamos deixar claro como é feita a seleção e aí as pessoas fazem seu próprio julgamento", diz Chequer, que é colunista da Folha. Além da classificação feita pelo site, o "Tchau, Queridos" vai levar em conta na sua relação o tempo de atuação no Congresso e se o parlamentar é de "dinastia" política –ambas as atribuições pesam contra ele.
Na segunda-feira (4), quem aparecia em primeiro lugar no Ranking era o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) —beneficiado pela nota de desempenho nas votações. O último era o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) —prejudicado pela pontuação de ações judiciais abertas contra ele.
Com a divulgação da "lista suja da política", os organizadores afirmam querer lançar luz sobre o passado de candidatos e promover um ambiente de representatividade alinhado com os desejos da população. DO J.TOMAZ

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