Na segunda-feira,
Gilmar Mendes abriu a última semana da primavera de 2017 mandando soltar
Adriana Ancelmo, primeira-dama da organização criminosa chefiada pelo
maridão Sérgio Cabral. No dia seguinte, o ministro da defesa de culpados
socorreu o quadrilhão do PMDB com a transferência do processo para
Brasília. Assim, com a ajuda de seus cúmplices no tribunal, Gilmar
livrou da competência de Sérgio Moro os delinquentes Geddel Vieira Lima,
Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves e Rodrigo Rocha Loures.
Na mesma terça-feira,
Gilmar algemou a condução coercitiva. Assim, enquanto o plenário do
Supremo não ressuscitar a sensatez assassinada, o Ministério Público, a
Justiça Federal e a Polícia Federal estão proibidos de acordar um bando
de meliantes às seis da manhã, levá-los para o confronto com pilhas de
provas e vê-los enredar-se em contradições e mentiras. Ainda na terça, o
general de toga mandou para casa os empresários Miguel Schin e Gustavo
Estellita, ambos envolvidos no esquema criminoso de Sérgio Cabral.
Na quarta-feira,
Gilmar superou-se. No escurinho da noite, aproveitou o começo do recesso
do Judiciário para acionar a fábrica de habeas corpus em favor de
Anthony Garotinho e do presidente do PR, Antonio Carlos Rodrigues. Mas o
que tem o ministro do Supremo a ver com o caso do ex-governador?,
perguntaram-se milhões de brasileiros. É que Gilmar ainda é presidente
do Tribunal Superior Eleitoral e, pior, está de plantão por causa do
recesso. Como perder a chance de decidir monocraticamente a pendência
antes que o ministro Jorge Mussi pudesse examiná-la?
Está claro que o
libertador de gatunos e seus parceiros no STF comandam uma ofensiva cada
vez mais selvagem contra a Operação Lava Jato. Só a mobilização dos
brasileiros decentes, fartos da corrupção impune e agora abençoada pelo
grupo liderado por Gilmar, poderá deter a tropa togada. As bofetadas na
cara do país que presta passaram da conta. Ou o povo mostra nas ruas que
apoia a Lava Jato ou os bandidos seguirão controlando o Executivo, o
Legislativo e o Judiciário.DO O.TAMBOSI
Nenhum comentário:
Postar um comentário