quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Por que Alckmin não tem chance presidencial

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

   
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Talvez de maneira nunca antes vista na História deste País, os donos do poder nunca estiveram tão fragilizados na capacidade de influenciar no resultado eleitoral. O temor deles tem dois motivos. O primeiro é o crescimento consolidado da candidatura de Jair Bolsonaro. O segundo é o alto risco de Lula da Silva não conseguir disputar a eleição de 2018. Por motivo de saúde e, sobretudo, por falta de condições morais, se for condenado novamente e tiver sentença confirmada em segunda instância judicial por crimes ligados à corrupção.
Os controladores do sistema de poder no Brasil podem não ter condições de manipulação no Judiciário para salvar Lula. Pior ainda, têm tudo para falhar na previsível tentativa de sabotagem contra Jair Bolsonaro. O tal “Fator Honestidade” parece tão consolidado quanto à candidatura do “mito”. Além dele, o grande tema popular para a eleição de 2018 será a “Segurança”, em seus aspectos policial, econômico e jurídico. O quesito favorece, claramente, Bolsonaro. O discurso dele incorpora o anseio popular. É muito improvável que outro candidato consiga fazer o mesmo. Por mais bem representar o anseio popular por segurança, Bolsonaro tende a crescer.
O “sistema” tem algumas dificuldades para assimilar o eventual retorno de Lula ao Palácio do Planalto. Primeiro, porque se tem a certeza de que ele e os seguidores da seita petralha jogarão todas as fichas em um projeto bolivariano que atrapalha meganegócios. Segundo, porque Lula no poder promoveria um violento ataque contra a Lava Jato e afins, no compromisso de salvar os parceiros na corrupção do próprio PT e do PMDB, PP, PSDB e afins, e a corrupção descontrolada também afetaria negativamente os negócios. Resumindo: os deuses do mercado rejeitam Lula.
O inverso acontece com Bolsonaro. Embora alguns ainda alimentem dúvidas sobre a visão estatizante, desenvolvimentista e interventora do candidato, a maioria avalia que Bolsonaro não atrapalhará os grandes negócios. Já se consolida a imagem de Bolsonaro como um “Trump dos pobres”. O discurso moralista-conservador, principalmente contra a corrupção, sinaliza um ambiente de liberdade e segurança para a retomada de investimentos em empreendimentos fundamentais, principalmente em infraestrutura, que não podem nem devem ser atrapalhados pela ação da corrupta máquina estatal e seus agentes operacionais ou pelos sabotadores ideológicos.
Lula prejudicado. Bolsonaro consolidado e crescendo. Então, o que torna a candidatura de Geraldo Alckmin sem chances de vitória? Primeiro, o seu estilo “Picolé de Chuchu”. Ele é muito fraco – já demonstrou isto na eleição que perdeu feio para Lula – no discurso ofensivo. O estilo “moderador” é ineficaz na campanha programada para uma polarização radical e imagética entre “honestos e bandidos”. O segundo motivo é que ele concorre pelo desgastado PSDB – fatalmente enterrado pelas denúncias contra Aécio Neves. O tal "orgulho tucano" nunca esteve tão abalado...
O terceiro motivo contra Alckmin é o desgaste natural de mais de 20 anos no Governo do Estado de São Paulo. Ele não está preparado para agüentar o volume da pancadaria que tomará dos adversários, inimigos e, sobretudo, do “fogo amigo” tucano. O nome de Alckmin só une o PSDB na base da força. A trituração promovida (por ele) contra João Dória é a prova de que nenhuma candidatura resiste a um movimento de assassinato de reputação. Alckmin será alvo de graves denúncias de corrupção contra a gestão dele no Palácio dos Bandeirantes. O negócio ficará feio quando surgir e se consolidar o candidato anti-PSDB ao governo paulista.
Apenas parece, desenha-se uma falsa impressão, de que o momento atual se parece com 1989 – naquela campanha que elegeu o fenômeno Fernando Collor de Mello, com a violenta sabotagem que impediu a candidatura (imbatível e surpreendente) do showman e empresário Sílvio Santos. Tudo não passa de ilusão, porque Bolsonaro não é Collor. Do mesmo jeito como Luciano Huck ou (o já detonado) João Dória nem chegam perto do que simbolizava, no final da década de 80, o Homem do Baú da Felicidade. Além disso, o descontrole econômico da Era Sarney nem se compara com a crise estrutural de agora – que impede até o mais banal vôo de galinha.
Com o agravamento da descontrolada insegurança com requintes de violência, a presente conjuntura política e econômica está gerando as pré-condições para uma inédita mudança estrutural no Brasil. Curiosamente, a figura hedionda de Lula – se puder disputar a eleição – contribuirá para consolidar a rejeição da maioria dos brasileiros contra os políticos corruptos. Para completar, a quase certa tentativa de sabotagem contra Bolsonaro pode gerar uma revolta inédita da maioria contra o “sistema” (“o verdadeiro inimigo” – conforme prega o Capitão Nascimento de Tropa de Elite I e II).
Independentemente do resultado que tenha, a eleição de 2018 tem tudo para consolidar as pré-condições para as inevitáveis mudanças estruturais que acontecerão, em breve, pela via de uma inédita Intervenção Institucional (ou Constitucional).
Desenhando, para facilitar o entendimento: O Brasil tem de mudar e romper com seu modelo Capimunista meramente rentista, sem compromisso com a produção, emprego e renda, porém aliada aos agentes do Estado-Ladrão. Se a mudança não acontecer, pode ter certeza que “a porrada vai comer”, e o resultado é imprevisível.
Vavá é Lula amanhã

Nenhum comentário:

Postar um comentário