quarta-feira, 29 de novembro de 2017

PSDB não saiu do governo Temer, recebeu alta

Josias de Souza

Todos sabem que o muro é o habitat natural dos tucanos. Mas a incapacidade crônica do PSDB de tomar decisões evoluiu para uma esquizofrenia. O partido ensaia seu desembarque do governo há quase seis meses, desde a explosão do grampo do Jaburu. Mas foi ficando. De repente, o tucanato foi saído da administração Temer: “O PSDB não está mais na base de sustentação do governo”, disse aos jornalistas o chefe da Casa civil de Temer, Eliseu Padilha.
Num artigo publicado no início do mês, Fernando Henrique Cardoso, o farol do PSDB, havia iluminado o drama do partido: “Ou o PSDB desembarca do governo e reafirma que continuará votando pelas reformas, ou sua confusão com o peemedebismo dominante o tornará coadjuvante na briga sucessória”, escreveu FHC. Ele não se deu conta. Mas a posição subalterna do seu partido já estava consolidada.
Uma das características da esquizofrenia é a dissociação entre o pensamento e a ação. O fenômeno provoca no doente uma perda de contato com a realidade e uma desagregação da personalidade. Aécio Neves, símbolo da degradação tucana, disse que o PSDB sairia do governo pela porta da frente. Era alucinação. O PSDB não saiu. Tornou-se o primeiro partido da história a ter alta de um governo.

Relator no STJ vota por tornar Fernando Pimentel réu na Operação Acrônimo

Governador de MG é acusado de receber R$ 15 milhões em propina para favorecer Odebrecht; defesa nega. Decisão da Corte, contudo, foi adiada após pedido de vista de ministro.

O governador de MG, Fernando Pimentel (PT) (Foto: Enerson Cleiton/Divulgação)
O governador de MG, Fernando Pimentel (PT) (Foto: Enerson Cleiton/Divulgação)
O ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), votou nesta quarta-feira (29) em favor de tornar o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), réu pelo crime de corrupção passiva.
Relator do caso, Benjamin também se manifestou contra afastar o governador do mandato caso a denúncia do Ministério Público seja aceita pela Corte.
Após o voto de Herman Benjamin, também votou pelo recebimento da denúncia o ministro Jorge Mussi. Terceiro a votar, Og Fernandes pediu vista, ou seja, mais tempo para analisar o processo. Com isso, o julgamento foi interrompido e não há data para ser retomado.
A decisão sobre tornar Pimentel réu ou não depende da maioria dos votos dos 15 ministros que compõem a Corte Especial do STJ. Eles também decidirão se afastam ou não o governador do mandato se a denúncia for recebida.

Acusação

Pimentel é acusado de pedir e receber R$ 15 milhões em propina para favorecer a construtora Odebrecht na obtenção de seguros de créditos obtidos pela construtora junto ao BNDES para obras na Argentina e em Moçambique, nos valores de US$ 1,5 bilhão e US$ 180 milhões, respectivamente.
Segundo a denúncia, Pimentel teria ajudado a empresa na condição de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), entre 2011 e 2014, durante o governo Dilma Rousseff.
Os seguros foram concedidos em 2013 pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), ligada ao ministério e presidida por Pimentel.
Além de Pimentel, foram acusados:
  • Eduardo Serrano, chefe de gabinete no MDIC;
  • Pedro Medeiros, apontado como intermediador dos recursos destinados ao governador;
  • Benedito de Oliveira, empresário próximo de Pimentel;
  • Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht
  • João Nogueira, diretor da construtora.

Entenda o caso

Apresentada com base nas delações de Bené, Odebrecht e Nogueira, a denúncia narra que em 2012, no cargo de ministro, Pimentel teria pedido a Medeiros para lhe informar sobre interesses de empresas junto ao MDIC nos quais poderia intervir para receber valores.
O chefe de gabinete teria, então, verificado que a Odebrecht tinha dois pedidos para obtenção de seguros de crédito na Camex, para empréstimos que já havia conseguido junto ao BNDES.
Um dos empréstimos, de US$ 1,5 bilhão, bancaria projeto de Soterramento da Linha Ferroviária de Sarmiento, localizada em Buenos Aires. O outro, de US$ 180 milhões, foi destinado à construção de um corredor interurbano de transporte público na cidade de Maputo, em Moçambique.
Segundo a denúncia, Pimentel recorreu a Bené para se aproximar de João Nogueira, diretor de crédito à exportação da Odebrecht. Num encontro em 2012, Pimentel teria pedido ao executivo R$ 20 milhões. Presidente da construtora, Marcelo Odebrecht teria concordado em dar R$ 15 milhões.
Com base nos relatos dos delatores, a PGR listo uma série de mensagens telefônicas entre Bené e Nogueira para acertar os pagamentos. O dinheiro em espécie era recebido por Pedro Medeiros em hotéis em São Paulo entre 2012 e 2013, mediante o fornecimento de senhas previamente combinadas.

O que diz a defesa

Na tribuna do STJ, o advogado de Pimentel, Eugênio Pacelli, disse que a denúncia é fruto de "perseguição política" contra o governador.
Ele lembrou que a investigação começou em outubro de 2014, quando a Polícia Federal em Brasília recebeu a informação de que Bené desembarcaria na capital federal com malas de dinheiro.
O advogado contou que, quando o empresário chegou à delegacia para ser interrogado, o delegado lhe perguntou se ele era filiado a partido político e se conhecia Pimentel.
"Vamos provar que Fernando Pimentel era o alvo, foi investigado por perseguição política. Tudo se tratava e se tratou de diligência movida por interesses políticos [...] O alvo sempre foi Fernando Pimentel. Está muito claro o vício originário da Operação Acrônimo, que foi fruto de delação anônima", afirmou Pacelli.
Na sustentação, ele também apontou supostas falhas na investigação que poderiam anular a denúncia, como o fato de a informação sobre o caso terem chegado à PF pela Polícia Civil de Minas Gerais e pelo Ministério Público Estadual, que não poderiam investigar um ministro.

Voto do relator

No julgamento, Benjamin rebateu a tese da defesa e descartou motivação política da Polícia Federal na investigação.
"Não seria crível que a PF teria envolvimento político contra a campanha do governador Fernando Pimentel. Estamos falando de órgão federal, e a presidência da República era ocupada por integrante do partido do candidato", disse o ministro.
Ele também considerou que como os crimes teriam ocorrido antes do mandato de Pimentel como governador, não seria necessário afastá-lo do cargo.
"Em segundo lugar, não há nenhum ato do denunciado Fernando Pimentel que vise obstruir ou criar entrave à investigação criminal. Não vejo necessidade do afastamento do cargo", disse Herman Benjamin.
O eventual recebimento da denúncia pelo STJ não representa culpa do governador, somente a existência de indícios de que ele cometeu crime. Só ao final do processo, após depoimentos de testemunhas e análise das provas, ele poderá ser condenado ou absolvido.DO
Por Renan Ramalho, G1, Brasília

Temer acalenta a sério ideia de se recandidatar

Josias de Souza

Todos os governos, por piores que sejam, cultivam seus mitos de excepcionalidade. Mas é inédita na história a pretensão de Michel Temer de ser um estadista, que merece não só o reconhecimento coletivo como a reeleição à Presidência da República. Em entrevista, o chefe da Casa Civil Eliseu Padilha declarou que Temer não tem pretensões políticas senão a de “cumprir bem o seu mandato”. Acrescentou que a reeleição não está nos planos do presidente. E emendou: “Por enquanto…”
Não é o cinismo de Temer e seu sucesso entre os áulicos peemedebistas que assustam. O cinismo pelo menos é uma coisa consciente. Pode-se compreender que um grupo político recoberto de lama queira camuflar sua imoralidade atrás de hipotéticos projetos reformistas. O que assusta mesmo é a percepção de que nem Temer nem os seus apologistas estão sendo cínicos. Eles acreditam mesmo que fazem ao país o favor de realizar um governo salvacionista, que lhes dá o direito de reivindicar a continuidade.
Se Temer não for candidato, informou Padilha, o PMDB apoiará outro nome. Com uma condição: tem que “defender o legado do governo Temer”, uma gestão que executa a missão especial de “colocar o Brasil nos trilhos.” Os comentários do ministro desconsideram o fato de que Temer não impulsiona as reformas. Ele as enterra, como sucede agora com a não-reforma da Previdência. Ele não conserta a economia, mas torna mais lenta uma retomada do crescimento que poderia ser exuberante.
É certo que o humor compreende também o mau humor. Mas o mau humor que assegura a Temer o título de campeão de impopularidade não compreende que uma piada possa sonhar com a reeleição à Presidência da República. O projeto político que se esconde atrás do “por enquanto” de Padilha é real. Temer passou a acalentar a fantasia de comparecer às urnas de 2018 como recandidato.
Considerando-se o rastro pegajoso deixado pelas duas denúncias criminais congeladas pela Câmara, Temer sonha não com uma nova Presidência, mas com a preservação do escudo da imunidade presidencial. O sucesso do empreendimento depende do reconhecimento de que o Brasil virou uma nação de idiotas.

STF nega aborto e manobra do Psol cai por terra

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Partido usou situação de vulnerabilidade de uma mulher 
para criar "brecha jurídica"
Na última semana, o pedido de Rebeca Mendes Silva Leite solicitando autorização para abortar chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF). Aos 30 anos e com dois filhos, a mulher alegava que tem um salário de R$ 1.250,00 e passava por sérios problemas financeiro.
Ela gravou um vídeo com um desabafo  para a ministra Rosa Weber, relatora da ação pedindo a descriminalização da prática, impetrada pelo Psol.
Todo o arranjo pareceu ser uma manobra do partido, que tenta junto ao Supremo a descriminalização da interrupção da gestação no Brasil até a 12ª semana. Junto com o pedido de Rebeca, o Psol pedia também uma liminar, que estenderia os efeitos dessa decisão a todas as grávidas. Ou seja, tentava legalizar o aborto, alterando judicialmente o que é previsto em lei.
Insistindo que os filhos são dependentes dela, o pedido encaminhado ao STF argumenta que Rebeca "jamais cogitaria violar a lei ou arriscar sua própria vida para interromper a gestação".
O argumento da legenda socialista é que negar a Rebeca o direito ao aborto seria equivalente à tortura, por que imporia tanto sofrimento quanto risco à sua saúde física, mental e social.
Na terça-feira, 28, a ministra Rosa Weber negou todos os pedidos. 
Em 8 de março deste ano, Dia Internacional da Mulher, o Psol encaminhou uma ação em favor da liberação do aborto. A base do seu argumento era um estudo financiado pelo Ministério da Saúde, mostrando que cerca de 330 mil mulheres brasileiras já fizeram aborto.
Os números são bem diferentes dos usados pelo deputado federal Jean Wyllys (Psol/RJ) que publicamente insiste que chega a um milhão. 
Além da negativa do STF, tanto a Advocacia-Geral da União (AGU) quanto a Câmara dos Deputados manifestaram-se contra a ação do Psol, argumentando que o pedido de liberação do aborto até a 12ª semana deve ser negado pelo STF por se tratar de um assunto de competência do Congresso.
O Senado, por sua vez, limitou-se a dizer que o tema está "sendo tratado no Legislativo". A Procuradoria-Geral da República (PGR) não se manifestou sobre o caso.
Especialistas opinam
Angela Martins, doutora em Filosofia do Direito e professora visitante de Harvard. Em entrevista à 'Gazeta do Povo' explicou que "os autores da ação utilizam uma situação de fragilidade humana para poder continuar questionando o assunto e colocar o STF na parede para uma sentença pontual".
Ela lembra que "hoje existe a curadoria de nascituros, por meio do Estado e de outras ongs, nacionais e internacionais, entidades religiosas e outras que recebem essas crianças para adoção; matar nunca é meio de combater qualquer mal e, por outro lado, não seria condizente com a nossa Constituição que protege a vida de modo incondicional".
Já Regina Beatriz Tavares, presidente da Associação de Direito de Família e das Sucessões (Adfas), doutora em Direito Civil pela USP, acredita que a opção do Psol em tentar abrir uma brecha jurídica no STF é por que o Supremo tem assumido um protagonismo permissivo, que contraria os desejos da maioria da população, acionado por ativistas.
Flávio Henrique Santos, presidente da Adfas de Pernambuco, acredita que essa manobra do Psol junto ao STF representa um risco para o resto da população.
"Nesse caso, haveria ainda mais uma pergunta a ser feita: o estado de pobreza e miserabilidade pode autorizar o estado a matar pessoas? Essas deficiências econômicas poderiam, por exemplo, justificar higienizar a sociedade, aprovar genocídios porque as pessoas não conseguem sobreviver? Pelo contrário, não seria mais adequado impulsionar o Estado a colocar ações profundas de mudança econômica para que a sociedade tenha uma vida digna? Está havendo uma grande inversão de valores; uma vida inocente não pode ser ceifada por argumentos tão desprovidos de fundamento".
Fonte: https://noticias.gospelprime.com.br

No teatro de Brasília, PF já não vigia a bilheteria

Josias de Souza

Em sua penúltima esquisitice, o recém-nomeado diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, decidiu acumular as funções de sindicalista. O investigador negocia com deputados investigados a manutenção de privilégios de sua corporação numa hipotética reforma da Previdência. Quer a aposentadoria integral e a garantia de que os policiais aposentados receberão os mesmos reajustes dos colegas da ativa. É esse tipo de sonho que transforma a Previdência num pesadelo.
Eis o quadro: ignorando o fato de que a PF dispõe de federações e associações de classe, Segovia atropela o seu superior hierárquico, o ministro da Justiça, para defender no Congresso privilégios que o presidente da República prometeu eliminar. Nesta terça-feira, o delegado participou de uma reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, alvo da Lava Jato.
Além de avaliar que uma mala com propinas não prova corrupção, Segovia acha conveniente negociar com investigados. Não é à toa que, vista de longe, Brasília está cada vez mais parecida com uma comédia mal escrita, com um diretor desprepado e os atores fora dos seus papeis. Ensaiado às pressas para substituir o espetáculo anterior, o governo Temer não agrada à plateia. E o vaivém do delegado Segovia passa a incômoda impressão de que a PF desistiu de vigiar a bilheteria.

Upgrade!

Josias de Souza
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– Charge do Hubert, via Folha.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Ex-ministro Antonio Carlos Rodrigues se entrega à Polícia Federal em Brasília

Presidente do PR estava foragido desde sexta, quando teve prisão decretada pela Justiça do Rio. Ele é suspeito de corrupção, extorsão, participação em organização criminosa e falsidade ideológica.

Por Ana Paula Andreolla, TV Globo, Brasília
O ex-ministro dos Transportes Antonio Carlos Rodrigues (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo)
O ex-ministro dos Transportes Antonio Carlos Rodrigues (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo)
O ex-ministro dos Transportes Antonio Carlos Rodrigues se entregou à Polícia Federal em Brasília nesta terça-feira (28).
Presidente do PR, Rodrigues estava foragido desde o último dia 24, quando teve a prisão decretada pela Justiça de Campos dos Goytacazes (RJ).
Ele é suspeito de ter cometido os crimes de corrupção, extorsão, participação em organização criminosa e falsidade ideológica.
Os crimes são apurados na mesma investigação que resultou na prisão dos ex-governadores do Rio de Janeiro Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho, ambos do PR.
O G1 buscava contato com a defesa de Antonio Carlos Rodrigues até a última atualização desta reportagem.

Entenda as suspeitas

O Ministério Público do Rio de Janeiro diz que o ex-ministro dos Transportes negociou com Anthony Garotinho e com o frigorífico JBS a doação de dinheiro oriundo de propina para a campanha do ex-governador em 2014.
O inquérito que embasa a denúncia partiu da delação dos irmãos Wesley e Joesley Batista e do executivo do grupo J&F Ricardo Saud.
Conforme a PF, foram identificados elementos que apontam que a JBS firmou contrato fraudulento com uma empresa sediada em Macaé para a prestação de serviços na área de informática.
A suspeita é a de que os serviços não foram prestados e o contrato, de aproximadamente R$ 3 milhões, serviria para o repasse irregular de valores para a utilização nas campanhas eleitorais.

Histórico político

Antonio Carlos Rodrigues comandou o Ministério dos Transportes entre janeiro de 2015 e maio de 2016.
Antes de assumir a pasta, o presidente do PR ocupou uma cadeira no Senado como suplente de Marta Suplicy, que, à época, havia se licenciado para chefiar o Ministério da Cultura.
Em São Paulo, Antônio Carlos Rodrigues foi vereador e comandou a Câmara Municipal entre 2007 e 2010.

‘Pressão Implacável’ De Sérgio Moro Surpreende Um Dos Maiores Jornais Do Mundo

  • 28/11/2017
Um dos jornais mais lidos dos Estados Unidos, “The New York Times”, publicou uma reportagem, recentemente, enaltecendo todas as ações do juiz federal Sérgio Moro contra os corruptos no Brasil. De acordo com o jornal, a Operação Lava Jato tem sido muito bem conduzida por Moro e a reportagem escolheu uma frase para resumir tudo o que tem ocorrido no país: “O juiz que quer limpar a política brasileira partindo dos tribunais”.
Segundo a reportagem, Moro tem se tornado um exemplo de combate aos poderosos políticos que nunca imaginavam viver uma situação dessa. O magistrado tem sido o rosto que luta pela prestação de contas da classe política brasileira.
A condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é descrita pelo jornal como um grande fator que mostrou o rigor e a força de Moro em não se abalar diante de figuras importantes da história do Brasil. Lula se tornou o primeiro ex-presidente condenado por um juiz.
A publicação se rende a surpreendente consistência de resultados concretos vindos de responsáveis investigações. Moro se mostrou audacioso diante de uma longa história de impunidade que foi construída no Brasil. Graças à pressão implacável do juiz e de outros coordenadores da Operação #Lava Jato, os resultados têm se tornado positivos e vários políticos condenados pelos tribunais.
Além das fronteiras
De acordo com o “The New York Times’, os trabalhos de Sérgio Moro foram tão consistentes que chegou a ultrapassar as fronteiras do Brasil, levando a Justiça americana a chamar o que estava acontecendo no Brasil de “o maior acordo de suborno estrangeiro feito pelo Departamento de Justiça dos #EUA”.
As investigações da Lava Jato chegaram a prender um ex-presidente peruano e movimentou ações criminais em vários outros países.
Em entrevista ao jornal, Moro torce para que a Lava Jato não fique apenas como mais um episódio na história do país, mas, sim, como algo que mude e transforme a cultura corrupta de grande parte dos políticos brasileiros.
Grandes mudanças
Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato acreditam que, para a impunidade perder as forças no Brasil, é necessário grandes mudanças, um tipo de transformação profunda. O juiz citou que seria imprescindível uma análise detalhada das regras de financiamento de campanhas eleitorais, diminuição dos partidos políticos e acabar com a imunidade dos parlamentares para que eles sejam julgados igual um cidadão comum. #SérgioMoro

O mercado assimilou Bolsonaro, ou vice-versa?

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Torna-se cada vez mais séria aquela brincadeira do “é bom Jair se acostumando”. Antes encarada como uma “aventura” que não se sustentaria, a candidatura presidencial do deputado federal Jair Bolsonaro vai ganhando viabilidade e visibilidade. Ontem, o mercado ficou excitado com a informação de que Bolsonaro teria o economista Paulo Guedes como seu timoneiro da área econômica. A bolsa monopolista teria subido em função disto.
Alguns fatos são concretos e inegáveis. A maioria esmagadora dos brasileiros está de saco cheio e exige mudanças (até radicais). O descontentamento é cada vez maior com o regime do Estado-Ladrão. A guinada conservadora é a tendência. O discurso esquerdista e sua variante social-democrata não convencem mais. Culpa da petelândia e de seus parceiros no crime. Eles simplesmente “desmoralizaram a honradez” (para usar uma velha expressão do humorista Millôr Fernandes).
O fenômeno Bolsonaro é simples de entender. O mercado e o eleitorado estão carentes de alguém que seja ou demonstre ser honrado. Até agora, é Bolsonaro quem mais bem incorpora tal vontade. O discurso dele combina indignação com combate ao crime – e ataque ao “esquerdismo canalha”, cujos representantes são alvos diretos do indomável Ministério Público e de alguns magistrados que se consagram como “Pontos-fora-da-curva” em um Judiciário que parecia sinônimo de impunidade.
O nome do Bolsonaro fica mais forte a cada erro cometido pelos companheiros de Michel Temer – e a cada palhaçada encenada pela canhota acuada. Quanto mais batem nele, mais o Jair cresce, principalmente junto ao eleitorado jovem do Sul-Sudeste, muito impactado pela crise que atinge, duramente, a classe média baixa e os trabalhadores de baixa renda. Eles são os indignados com a roubalheira – já identificada como a geradora do caos. A maioria culpa diretamente a classe política. Porém, uma minoria já identifica que a culpa é do modelo estatal brasileiro: um capimunismo rentista e corrupto.
Bolsonaro é quem, até agora, melhor representa o discurso contra a insegurança generalizada, no campo político, econômico, judicial e “policial”. A retórica de “pau em bandido” – não importa se ele é da classe alta, média ou baixa – é facilmente assimilável pelo eleitorado. A curiosa novidade é que o papo também agrada aos “deuses” do mercado – justamente os maiores beneficiários dos favores estatais e do rentismo quase nunca produtivo. Até onde vai esta ironia brasileira? Talvez o fla-flu eleitoral de 2018 nos mostre claramente.
É uma jogada de mestre a escalação de Paulo Guedes no time de Bolsonaro – ou o contrário, o patrocínio do time de Paulo Guedes ao Jair até então sem “consistência junto ao poder econômico”. O Bolsonaro sempre pintado como defensor de um Estado forte, nacionalista e interventor agora será colocado na vitrine de uma possibilidade de prática liberal na gestão da Presidência da República. O mercado, que acredita no que deseja, agora aposta suas fichas no Bolsonaro.
A candidatura dele cresce de modo consistente por dois motivos que se complementam. O primeiro é que a equipe de Bolsonaro vem fazendo, há muito tempo, um trabalho muito consistente nas redes sociais, principalmente focando nos jovens (os agentes que desejam e incorporam, mais facilmente, o desejo por mudanças). O segundo motivo é que os adversários se mostram cada vez mais incompetentes, despreparados e, sobretudo, desmoralizados para enfrentar um candidato contra o qual não pesam denúncias de corrupção.
É inegável que Bolsonaro reflete diretamente e surfa na onda da indignação e revolta. O mero discurso messiânico de esquerda não tem capacidade de derrotar Bolsonaro. O desmoralizado Lula é um presidiável – e não um presidenciável viável. O impopular Michel Temer – colocado no poder pela articulação bandida do PMDB para trair o parceiro PT – agora estaria tentando liderar uma articulação de “centro-direita” para enfrentar Bolsonaro. Tudo indica que tal plano vai dar com os corruptos n’água. A parceria de Bolsonaro com o mercado tende a ser mais consistente e forte.
A questão mais importante é: não baste o jogo de faz de conta eleitoreiro. O momento brasileiro exige a formulação de um Projeto Estratégico de Nação – missão até hoje não cumprida pelos agentes políticos e econômicos no Brasil Capimunista que precisa ser passado a limpo urgentemente. A articulação de Bolsonaro com Guedes ao menos indica que haverá um debate liberal no fla-flu de 2018. Amplia-se o espaço, também, para uma discussão séria sobre a Intervenção Institucional sem golpismos.
Falta muito tempo para outubro de 2018. Muita água – e lama – vai passar embaixo da ponte da temerária sucessão ao Palácio do Planalto. Ainda serão firmados, como de mau hábito, muitos acordos espúrios para viabilizar uma candidatura presidencial. Bolsonaro, se quiser vencer e não terminar derrubado mais adiante, precisa se articular de modo consistente, e não meramente para efeitos de marketing. Até porque não basta ganhar a eleição. É preciso criar e garantir as condições para realizar as mudanças prometidas.
O jogo será muito bruto. Os donos do poder não querem mudanças estruturais. Farão o diabo para sabotar Bolsonaro ou qualquer grupo que lidere propostas de transformação real.
“Carta do Rio de Janeiro”
Os procuradores da Força Tarefa da Lava Jato lançaram ontem, no Rio de Janeiro, um documento de compromisso no combate à corrupção:
Os procuradores da República das Forças Tarefas da Lava Jato de Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, reunidos na cidade do Rio de Janeiro, no dia 27 de novembro de 2017, para coordenar esforços no combate à corrupção, por meio da discussão de casos conexos, de técnicas e instrumentos de investigação e dos fatores que estimulam a corrupção no país, vêm a público expressar que:
1. Desde 2014, a Lava Jato vem revelando que a corrupção no Brasil está bastante disseminada no modo de funcionamento do sistema político nas esferas federal, estadual e municipal. Cargos públicos de chefia são loteados por políticos e partidos para a arrecadação de propinas. O dinheiro enriquece criminosos e financia campanhas, o que deturpa a democracia, gera ineficiência econômica, acirra a desigualdade e empobrece a prestação de serviços públicos.
2. Dentre os resultados desse esforço coletivo de diversas Instituições, 416 pessoas foram acusadas por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa; 144 réus foram condenados a mais de 2.130 anos; 64 fases foram deflagradas, cumprindo-se 1.100 mandados de busca e apreensão; pelo menos 92 ações penais tramitam na Justiça; 340 pedidos de cooperação internacional foram enviados ou recebidos em conexão com mais de 40 países; e mais de 11 bilhões de reais estão sendo recuperados por meio de acordos de colaboração com pessoas físicas e jurídicas.
3. Contudo, mesmo depois de tantos escândalos, tanto o Congresso como os partidos não afastaram os políticos envolvidos nos crimes. Pelo contrário, a perspectiva de responsabilização de políticos influentes uniu grande parte da classe política contra as investigações e os investigadores, o que se reflete na atuação de Comissões Parlamentares de Inquérito e em diversos projetos de lei que ameaçam as investigações.
4. Exemplos disso são a forma de atuação da CPI da Petrobras de 2015 (a qual absolveu criminosos e condenou investigadores) e da CPMI do caso JBS em 2017 e a propositura de uma série de projetos de lei prejudiciais à punição dos grandes corruptos, como os de anistia (perdoando a corrupção sob o disfarce de perdão a caixa dois), de abuso de autoridade (criando punições a condutas legítimas com único intuito de intimidar as autoridades), da reforma do Código de Processo Penal (impedindo prisão preventiva em casos de corrupção), da delação premiada (vedando-a, por exemplo, em casos de réus presos) e da prisão apenas após percorridas todas as instâncias (propiciando ambiente altamente favorável à prescrição e à impunidade).
5. As tentativas de garantir a impunidade de políticos poderosos certamente se intensificarão, como aconteceu na libertação dos líderes políticos fluminenses pela ALERJ no dia 17/11/2017.
6. Da mesma forma, é essencial que a sociedade acompanhe o desenrolar das grandes questões jurídicas que hoje são travadas na mais alta Corte do País, como o foro privilegiado, a colaboração premiada, a execução de condenação confirmada em segundo grau e a prisão preventiva, manifestando democraticamente o seu interesse de que não haja retrocessos. Para o desenvolvimento adequado das investigações, é essencial que se fomente um ambiente favorável para a celebração de acordos de colaboração premiada e que tenham sua homologação apreciada rapidamente.
7. O Ministério Público Federal continuará a defender a sociedade e a democracia brasileiras da corrupção endêmica de nosso sistema político. Esse é o compromisso dos procuradores da Lava Jato, que não se acanharão com os ataques que vêm sofrendo de interesses atingidos pelas investigações. Contudo, o futuro da Lava Jato e a esperança no fim da impunidade histórica de poderosos no Brasil dependem do Congresso Nacional. Somente os parlamentares federais podem aprovar as leis necessárias para satisfazer os anseios da população por Justiça. Infelizmente, há quase um ano, em plena madrugada do dia 29/11/2016, enquanto o país chorava a tragédia do avião da Chapecoense, a Câmara dos Deputados desprezou o desejo legítimo de mais de 2 milhões e 300 mil pessoas ao desfigurar as 10 Medidas Contra a Corrupção, encerrando precocemente um debate necessário.
8. Se a luta contra a Corrupção depende essencialmente do Congresso, é preciso que a sociedade continue atenta aos movimentos dos atuais parlamentares, manifestando-se contra qualquer tentativa de dificultar ou impedir as investigações criminais de pessoas poderosas. Por fim, é crucial que em 2018 cada eleitor escolha cuidadosamente, dentre os diversos setores de nossa sociedade, apenas deputados e senadores com passado limpo, comprometidos com os valores democráticos e republicanos e que apoiem efetivamente a agenda anticorrupção. Olhando o passado, não podemos descuidar do futuro."
Assinam: Procuradores das Forças Tarefas da Lava Jato em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo.
 

PRESTÍGIO DE BOLSONARO JÁ ALCANÇA TODO O BRASIL, TANTO NOS GRANDES CENTROS COMO TAMBÉM NO INTERIOR DO PAÍS.



terça-feira, novembro 28, 2017



E o ano de 2017 vai chegando ao seu final e o establishment tupiniquim ainda não encontrou capaz de superar a performance do presidenciável Jair Bolsonaro. Seu prestígio não se circunscreve a uma grande cidade e/ou região mas se espraia por todo o Brasil.
Os dois vídeos acima comprovam isto. O primeiro vídeo é uma manifestação em Cabrobó, no interior de Pernambuco, enquanto o segundo registra manifestação semelhante em Altamira, no Pará.
Ambos os vídeos ilustram a página oficial de Jair Messias Bolsonaro no Facebook, onde o presidenciável já se aproxima de 5 milhões de seguidores superando como folga todos os demais postulantes.
É um capital eleitoral nada desprezível para quem leva bordoadas da grande mídia todos os dias, sem contar as famigeradas revistas semanais que desfiguram o rosto de Bolsonaro por meio do Photoshop e de outros programas de computador para transformá-lo num monstro. Até agora esse truque tosco e agressivo parece que, ao contrário do que deseja a mainstream media, tem tido efeito contrário, isto é, o prestígio do presidenciável aumenta.
O jornalismo esquerdista continua raciocinando como se estivesse ainda no século XX, antes do impacto da internet, sobretudo das redes sociais, blogs e sites independentes. Tanto é que insistem na mídia impressa cujo atestado de óbito já foi emitido faz tempo.
Até a toda poderosa mídia televisiva já sente a fuga de telespectadores enojados com a papagaiada politicamente correta da diversidade bundalelê que vem sendo repudiada e desconstruída pelas redes sociais. Parece que os algoritmos destinados a censurar determinadas postagens "inconvenientes" para o processo de dominação globalista não têm alcançado o resultado pretendido.
Simples assim. Se os censores do Facebook, do Twitter e do Instagram, os que têm maior capilaridade, levarem a termo esse ataque à liberdade não há dúvida que daqui a pouco surgirão novas rede sociais. Trata-se de uma reação de mercado. Ou essa gentalha acredita que poderá mesmo transformar o planeta inteiro numa Coreia do Norte? Que as pessoas estão dispostas a perder seu tempo postando apenas platitudes nas redes sociais?
Dos ditos presidenciáveis o que tem utilizado de forma inteligente as redes sociais tem sido Jair Bolsonaro e sua equipe. E nem precisa armar o circo. As coisas acontecem de forma espontânea como por exemplo em aeroportos onde Bolsonaro aparece para embarcar em algum voo. Isto é algo inaudito nos últimos anos no Brasil, principalmente depois da Lava Jato com a explosão do petrolão. Exemplo disso é o Lula que só viaja de jatinho emprestado pelos "amigos ricaços". Não pode embarcar em avião de carreira sem ser molestado por eleitores irados. Seus correligionários mais graúdos, ex-ministros e coisa e tal, tomaram chá de sumiço. Até mesmo os "mortadelas" - a galera de aluguel do PT -, desapareceram e se torna cada vez mais difícil a sua "contratação".
Esta é a realidade dos fatos. Daí surge a indagação: isto influirá na eleição presidencial de 2018? A resposta obviamente é sim! Influirá. O que se está vendo neste momento é apenas o aperitivo do que vai rolar na campanha presidencial já com os nomes definidos oficialmente.
O establishment está agoniado, tecendo planos no breu das tocas para aplicar um golpe eleitoral. Resta saber se o eleitorado brasileiro acatará sem mais delongas um trambique armado pelos "petrolões" do PMDB, PSDB et caterva.
Por enquanto, queiram ou não, o presidenciável Jair Bolsonaro corre na frente e avança chegando até mesmo nos sertões mais recônditos deste imenso Brasil. Sim, Bolsonaro é um ponto fora da curva. É algo que não se via há muito tempo no Brasil. E por trás dele não há, por exemplo, velhos caciques da política, como também não há o establishment globalístico que contém no seu bojo os velhos agitadores comunistas, profissionais da política e da agitação esquerdista. Afinal, o esquerdismo sempre foi um movimento global.
Por tudo isso, Jair Bolsonaro já é um fenômeno eleitoral. Algo muito parecido com o que ocorreu na eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, onde todos os institutos de pesquisa davam como favas contadas a vitória de Hillary Clinton. Mas quem acompanhou o desenrolar da campanha, vendo os comícios de Trump com milhares de pessoas, sabia que algo estava para acontecer e que não era o que diziam as sondagens eleitorais.
Abertas as urnas foi tiro e queda. Mr. Trump deu um olé! Os dois ambientes pré-eleitorais nos Estados Unidos e no Brasil são muito parecidos. Mas não são iguais. Dependerá unicamente da competência de Jair Bolsonaro e de seu staff.
Por enquanto ele corre solto na frente. Tanto em Cabrobó no interior nordestino como aqui em Santa Catarina, onde a última pesquisa deu Bolsonaro na cabeça folgado. DO A.AMORIM

Conchavo tucano prova que a união faz a farsa

Josias de Souza

Há no caminho do PSDB meia dúzia de problemas: o cadáver político de Aécio Neves, o processo criminal contra Geraldo Alckmin, a radioatividade de Michel Temer, o racha interno e a inanição nas pesquisas presidenciais. A caciquia do tucanato não tem nada a dizer a respeito de nenhum deles. Reunidos em torno da mesa de refeições do Palácio dos Bandeirantes na noite desta segunda-feira, os pajés emplumados jantaram pizza, firmaram um conchavo e varreram as pendência para baixo do tapete.
Tasso Jereissati e Marconi Perillo, que guerreavam pela presidência do partido, depuseram as armas. Num acerto intermediado por Fernando Henrique Cardoso, concordaram em entregar o comando da legenda a Geraldo Alckmin, para que ele pavimente sua candidatura presidencial. O problema é que o PSDB continuará fazendo política em cima do tapete. E as encrencas acobertadas não ficarão imóveis. O Brasil já não é um país de bobos. Mas os tucanos ainda não notaram que sua presunção de superioridade perdeu o prazo de validade.
No dia 9 de dezembro, reunido em convenção nacional, o tucanato escolherá um novo presidente para o PSDB. Se tudo correr como foi planejado, Alckmin será aclamado. E não será por isso que Aécio deixará de feder, que o processo contra Alckmin irá desaparecer, que Temer ficará menos tóxico e que a fenda partidária se fechará. Ninguém dirá ao Ibope ou ao Datafolha que simpatiza com o presidenciável de um partido que, 15 anos depois de ter sido retirado do Planalto, continua acorrentado a uma agenda enferrujada.
Presidente licenciado do PSDB, Aécio teve 51 milhões de votos na eleição presidencial de 2014. Hoje, não sabe se os mineiros lhe dariam um mandato de deputado. Deve ser substituído na briga pelo Planalto por Alckmin. Ele já disputou a Presidência da República em 2006. Perdeu no segundo turno para Lula. Nessa época, sua rejeição rodava na casa dos 17%. Hoje, roça os 30%. De resto, frequenta as pesquisas como um sub-Bolsonaro. As intenções de voto em seu benefícios oscilam entre 6% e 8%.
Há um consenso no PSDB em torno da crença de que Alckmin precisa migrar do fundo da loja para a vitrine se quiser viabilizar-se eleitoralmente. O problema é que, antes de fazer o movimento, o candidato precisa limpar a ferrugem do bico. Sua atitude em relação às pendências morais que rondam o tucanato instruirão o julgamento que a plateia fará de suas pretensões. Suas palavras ofececerão uma ideia do que faria se descalabros éticos acontecessem quando estivesse na poltrona de presidente.
O silêncio imperial e a inércia não são as melhores respostas para o achaque de R$ 2 milhões praticado por Aécio contra Joesley Batista. A omissão tampouco responde à pergunta de R$ 10,7 milhões que os delatores da Odebrecht empurraram para dentro do processo que tramita no STJ contra Alckmin: o que diabos foi oferecido em troca do dinheiro que escorregou do caixa do departamento de propinas da empreiteira para as mãos intermediárias de Adhemar César Ribeiro, o cunhado do governador de São Paulo?
Nesta terça-feira, o Instituto Teotônio Vilela, braço acadêmico do PSDB, lançará um documento intitulado ‘Gente em Primeiro Lugar: o Brasil que Queremos.’ Foi feito com a pretensão de servir de matéria-prima para a elaboração de um projeto para o país. Enquanto o PSDB não sacudir o tapete que oculta todas as suas pendências, a plateia talvez enxergue no título do papelório programático o nome mais criativo já inventado para definir conversa fiada.
Se a pizza servida no Palácio dos Bandeirantes na noite passada serviu para alguma coisa foi para demonstrar que, no PSDB, a união faz a farsa. A melhor coisa que poderia acontecer ao tucanato no momento seria o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, desafiar o conchavo de São Paulo insistindo na realização de prévias. Virgílio também rumina pretensões presidenciais. Seria divertido assistir a um ciclo de debates entre o prefeito e o governador.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Processos contra partidos do petrolão param no TSE

Coluna do Estadão
27 Novembro 2017 | 05h30
 

Os processos no TSE que apuram se PT, PMDB e PP foram beneficiados com recursos desviados da Petrobrás ainda não avançaram na Corte. As ações podem levar à suspensão de repasses do Fundo Partidário e até a extinção dos partidos. Em agosto, o Ministério Público Eleitoral pediu que as provas colhidas no âmbito da ação contra a chapa de Dilma-Temer – incluindo o depoimento de delatores da Odebrecht – fossem compartilhadas. Três meses depois, os ministros Rosa Weber (relatora do caso do PT e do PP) e Luiz Fux (relator do PMDB) não decidiram o que fazer.
Outro lado. Procurados na noite de sexta, os gabinetes dos ministros não responderam à Coluna até a conclusão desta edição.

A origem. O processo contra o PT foi aberto a pedido do ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE; o do PP e PMDB por solicitação da ex-corregedora da Corte Maria Thereza.
Despacito. A escolha dos relatores das ações contra os partidos também foi lenta. O TSE levou seis meses para decidir enviar os casos aos gabinetes dos ministros Fux e Rosa Weber.
Munição. Foi o próprio presidente nacional do PMDB, Romero Jucá, quem aconselhou os deputados de Minas Gerais a escreverem uma carta admitindo o desejo de o partido continuar coligado com o PT.
Com vocês. Jucá tranquilizou a bancada mineira de que a decisão de apoiar o governo petista será da maioria. O vice-governador de Minas, Toninho Andrade, que preside o PMDB estadual, apoia uma coligação PMDB-PSDB.
Promessa é… Em troca do apoio, o governador Fernando Pimentel (PT) prometeu trabalhar para reeleger os seis deputados peemedebistas e ainda aumentar a bancada em mais três deputados federais em 2018.
Clube do milhão. Aos 37 anos, o novo ministro das Cidades, Alexandre Baldy, declarou ao TSE na eleição de 2014 patrimônio de R$ 4,2 milhões, incluindo uma BMW de R$ 350 mil ano 2010/2011. Ele gastou R$ 5,4 milhões na campanha de deputado federal em 2014.
Sob pressão. O PP reagendou a data de filiação de Baldy ao partido para dia 7.
Pacotão. O ministro Fernando Bezerra Coelho (Minas e Energia) concluiu o projeto de lei sobre a privatização na Eletrobrás, que seguirá para a Casa Civil. O presidente Temer quer enviá-lo nesta semana ao Congresso.
Sinais Particulares: Michel Temer, presidente da República; por Kleber Sales
Prêmio. Prestes a se filiar ao DEM, o ex-PSB Fábio Garcia (MT) deve ser o relator do projeto da privatização da Eletrobrás.
Extreme Makeover. De olho na eleição de 2018, deputados e senadores começaram a cuidar do visual. Iniciaram sessões de retoques faciais, com direito a muita aplicação de botox.
CLICK. Na página oficial do PMDB, quem brilha é o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral) com quatro citações em seu nome e só duas e apenas duas menções ao presidente Michel Temer. O presidente do partido, Romero Jucá (RR), não aparece.

Foto: Reprodução PMDB
Na mira. Em reunião hoje, a Comissão de Ética Pública da Presidência pode deliberar se a ministra Luislinda Valois será investigada pelo pedido para ganhar R$ 61,4 mil sob alegação de trabalho escravo. O caso foi revelado pela Coluna.
Vota. O deputado João Rodrigues (PSD-SC) torce para que o STF confirme o fim do foro privilegiado. Condenado por fraude em licitação quando era prefeito de Pinhalzinho (SC), o processo voltaria ao STJ não seria julgado. O crime prescreve em fevereiro.
PRONTO, FALEI!  
“Todos serão iguais perante à lei, do mais simples homem público à principal figura do País. Nada mais será desigual”, DO DEPUTADO RUBENS BUENO (PPS-PR), sobre a votação do foro privilegiado.
COM REPORTAGEM DE NAIRA TRINDADE E LEONEL ROCHA. COM RAFAEL MORAES MOURA E LU AIKO OTTA

Alckmin alardeia o óbvio e esconde o primordial

Josias de Souza
Geraldo Alckmin apresentou-se num seminário promovido pela Veja, nesta segunda-feira, como um profeta do óbvio. ''Ninguém vai votar em partido” nas eleições de 2018, disse o presidenciável tucano. “Os partidos estão fragilizados, desgastados. Vão votar nas pessoas.''
O fenômeno não é novo. O brasileiro nunca foi de votar em partidos. A epidemia de corrupção apenas potencializou a aversão. Em vez de desperdiçar o tempo da plateia, Alckmin deveria ter explicado o seguinte: o eleitor que votar na sua pessoa optará por uma coligação de partidos malcheirosos.
Alckmin escondeu em sua palestra a informação mais primordial: longe dos refletores, o orador troca a alma por minutos de propaganda televisiva de partidos enlameados no mensalão e na Lava Jato. Ou seja: o eleitor vota num pote que o marjeting diz ser feito de mel de mel elege os ferrões da abelha.

Forças-tarefas da Lava Jato no Rio, São Paulo e Curitiba anunciam ações conjuntas em 2018

Representantes se reuniram no Rio de Janeiro. Durante o encontro, Deltan Dallagnol disse que a operação terá 'batalha final' em 2018.

Por Henrique Coelho e Nicolás Satriano, G1 Rio
Procuradores do Ministério Público Federal (MPF) ligados à Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Curitiba se reuniram nesta segunda-feira (27) e anunciaram ações conjuntas em 2018. O encontro ocorreu na capital fluminense.
Durante o evento, o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, afirmou que nenhum dos investigadores tem pretensão eleitoral e que o ano que vem é decisivo.
"2018 é a batalha final da Lava Jato porque as eleições de 2018 determinarão o futuro da luta contra a corrupção do nosso país. Deputados federais e senadores que determinarão se existirão ou não retrocessos na luta contra a corrupção e se existirão reformas e avanços que possam nos trazer um país mais justo com índices efetivamente menores de corrupção e de impunidade", diz ele.
Para o procurador, 2018 é um ano-chave para "reformas sistêmicas" no Congresso Federal e para eventuais retrocessos. Como exemplo, ele citou a soltura dos três deputados do PMDB em votação na Alerj após determinação do TRF-2.
"Será um ano de muito trabalho", resumiu o procurador do MPF no Rio, Eduardo El Hage.
No evento, os procuradores divulgaram uma carta pedindo apoio da sociedade. O documento cita ataques de políticos para garantir a impunidade de corruptos e pede que os eleitores escolham, nas próximas eleições, "candidatos que apoiem efetivamente a agenda anticorrupção".
Outros temas que merecem a atenção dos eleitores, segundo os procuradores, são o foro privilegiado e a delação premiada, "um dos mais importantes instrumentos de investigação", nas palavras de José Augusto Vagos, do Rio.
Até agora, dizem eles, a Lava Jato recuperou R$ 700 milhões desviados.

'Votação na Alerj foi um alerta do que pode vir'

A carta da força-tarefa relembra votação da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que colocou em liberdade os deputados estaduais Jorge Picciani, Paulo Mello e Edson Albertassi, todos do PMDB.
O pleito ocorreu um dia após decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) pela prisão dos políticos por envolvimento com crimes investigados pela Operação Cadeia Velha. “Isso é um alerta do que está por vir se nada mudar”, disse Dallagnol.
Também estiveram presentes as procuradoras Anamara Osório Silva e Thamea Danelon, de São Paulo; e o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, de Curitiba.

Outdoors de apoio a Bolsonaro se espalham pelo Brasil; veja

 

Pré-candidato à presidência da República recebe apoio popular em todo o país.

Pré-candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSC-RJ) vem recebendo apoio em diversas partes do país e outdoors do deputado federal vem se espalhando por todo o Brasil.
O próprio #bolsonaro postou em sua conta oficial no Twitter as imagens dos outdoors em algumas cidades brasileiras [VIDEO]. As peças são produzidas por apoiadores do pré-candidato.
As imagens provam que Bolsonaro é hoje um dos políticos mais populares do Brasil e conta com um eleitorado fiel, que promete até mesmo fazer campanha pelo parlamentar gratuitamente.
As pesquisas de intenção de voto mostram Bolsonaro bem cotado para a disputa do segundo turno das eleições presidenciais do ano que vem.

Ceará

O movimento Direita Juazeiro do Norte, no Ceará, alugou um espaço em uma região movimentada da cidade. O outdoor tem duas fotos de Bolsonaro, uma bandeira do Brasil ao fundo a frase “nossa bandeira jamais será vermelha”.
O pré-candidato à Presidência da República recebeu apoio na postagem do Twitter. “Moro em Jardim de piranhas, na região do Seridó, aqui ele está bem popular, principalmente entre jovens, policias e evangélicos”, comentou um seguidor.
 

Maranhão

“Pela honra, moral e ética, somos todos Bolsonaro”, diz a frase de impacto no outdoor mantido pelo grupo Direita Maranhense. O deputado federal agradeceu o apoio do movimento popular.
“Aqui é Maranhão, aqui é #Jair Bolsonaro 2018, doa a quem doer”, comentou um seguidor. A cidade de Barra do Corda, também no Maranhão, demonstrou apoio ao pré-candidato.
 

Paraíba

“Honestidade não é virtude, é obrigação”, a frase de Jair Bolsonaro aparece no outdoor criado pelos movimentos Direita Paraibana, Direita Paraibana Sertão e Direita Pombal. Além desta frase atribuída ao parlamentar, há também uma pergunta para os que leem a peça: “Eu apoio político honesto. E você?”
“Já passou da hora de termos um presidente de verdade, por isso queremos Jair Bolsonaro”, comentou um seguidor do pré-candidato. “O Nordeste e a Paraíba não estão com o Lula”, afirmou outro.
 

Amazonas

O apoio a Bolsonaro chegou também ao Amazonas.
Na cidade de Manacapuru, dezenas de pessoas posaram para foto em frente a um outdoor de apoio ao deputado federal.
“A capital Manaus está contigo também”, frisou um seguidor. “O Amazonas é Bolsonaro. Minhas Manaus nem se fala”, afirmou outro. “Em breve terá mais cidades com placas mostrando o Bolsonaro. Todas feitas por voluntários”, postou mais um apoiador do pré-candidato.
#Bolsonaro

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Moro diz ter sido alvo de "ataques sujos" como juiz

O juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da operação Lava Jato na primeira instância, disse nesta segunda-feira ter sido alvo de "ataques sujos" durante a condução dos casos da operação e atribui isto ao fato de a Lava Jato envolver pessoas ligadas à política.
Juiz Sérgio Moro, durante evento em São Paulo 24/10/2017 REUTERS/Paulo Whitaker
Juiz Sérgio Moro, durante evento em São Paulo 24/10/2017 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters
"Um lado negativo que eu realmente não esperava foram alguns ataques sujos, por conta desses casos envolverem pessoas da política", disse Moro durante evento promovido pela revista Veja em São Paulo.
Moro classificou de "diversionismo" os ataques de que é alvo e afirmou que não altera a sua conduta por causa das críticas que recebe.
O magistrado se esquivou de comentar sobre se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será preso, limitando-se a afirmar que o caso em que condenou Lula tramita agora na segunda instância, junto ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre.
Moro defendeu a necessidade de reformas estruturais para ajudar a combater a corrupção, mas apontou uma falta de disposição da classe política em realizar essas mudanças. 27 nov 2017 DO TERRA