Não é nada fácil provar que as pesquisas
eleitorais sejam manipuladas, embora isso aconteça até com frequência.
Mas é fácil comprovar que a divulgação dos dados pode ser
propositadamente feita de maneira inadequada, para direcionar os
resultados. Os últimos levantamento sobre a sucessão de 2018, feitos por
diferentes institutos, foram todos eles anunciados de maneira a fazer
crer que a candidatura de Lula da Silva já pode ser considerada
praticamente imbatível, quando a realidade não é bem assim.
CONTRADIÇÕES – No caso da
última pesquisa do Datafolha, publicada no domingo, dia 1º, estranhamos
aqui na “Tribuna da Internet” os resultados, por se mostrarem altamente
contraditórios e até mesmo conflitantes.
Na primeira análise, estranhamos que o
levantamento indicasse Lula da Silva com um mínimo de 35% dos votos no
primeiro turno e, ao mesmo tempo, registrasse um impressionante avanço
da “direita“, que já concentraria 26% dos votos. Somados às facções “centro-direta” (10%) e o “centro” (29%), os votos da “direita”
chegariam a 65% das intenções. Portanto, os analistas precisariam
explicar por que a esmagadora maioria do eleitorado, 65%, quer um
candidato de “centro-direita”, digamos assim, mas Lula continua
liderando com, no mínimo, 35%, apesar de ser considerado de “esquerda” ou “centro-esquerda“.
ARANHA EM CENA – No mesmo dia
(domingo), o comentarista José Augusto Aranha começou a postar aqui na
“TI” outras impressionantes contradições. Lembrou que em 2002, na sua
primeira eleição, Lula teve 34% dos votos dos eleitores no 1º turno. Em
2006, com o país em rota de desenvolvimento econômico, redução do
desemprego e melhor distribuição de renda, Lula só chegou aos 36% no
primeiro turno.
“Obviamente, só um religioso da sua seita
achará que ele tem hoje o mesmo percentual daqueles ‘anos dourados’ do
lulismo, estando submetido a condenações e inquéritos criminais”,
ironizou Aranha.
O pior viria em seguida, quando o Datafolha
divulgou que 54% dos eleitores querem Lula na cadeia, 40% não veem
motivo para detenção e 5% não opinaram. “Espera aí? Mas é este mesmo
universo de pessoas que colocaria a vitória fácil de Lula no segundo
turno com até 48% dos votos, dependendo do adversário? Então deixa
entender: 54% querem ele preso e 48% votam nele no segundo turno. A
tortura dos números continua. Os direitos humanos deveriam intervir no
Datafolha, pois tortura é crime inafiançável”, disse Aranha.
MATANDO A CHARADA – Na
segunda-feira, o próprio José Augusto Aranha matou a charada aqui na
“Tribuna da Internet”, ao analisar o mais importante quesito da
pesquisa. “Lá no meio, escondidinho, perguntaram: “Em 2018 haverá eleição para presidente da República. Em quem você pretende votar para presidente na eleição de 2018?”.
E a resposta espontânea mostrou que 48% ainda não sabem em quem votar, e
outros 19% pretendem votar branco, nulo ou abstenção. Isso indica que
67% ainda nem pensaram na sucessão ou não querem votar em Lula ou
qualquer outro candidato” – frisou o didático Aranha.
Em tradução simultânea, fica provado que a
amostragem dos institutos de pesquisas refere-se a apenas um terço dos
votos – exatos 33%, dos quais Lula teria 35%, o que na verdade
significaria 12% dos votos de quem já escolheu candidato.
Somente a partir desse raciocínio, que derruba
todas as contradições apontadas, é que se pode chegar a realidade dos
fatos. Portanto, as pesquisas deveriam ser anunciadas assim – “Lula tem 12% dos votos de quem já escolheu candidato“, e com margem de erro de 3% para mais… ou para menos
POR: Tribuna da Internet
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