quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Política Lula não tem 35%, mas apenas 12% dos votos de quem já escolheu candidato

CARLOS NEWTON NBO
Não é nada fácil provar que as pesquisas eleitorais sejam manipuladas, embora isso aconteça até com frequência. Mas é fácil comprovar que a divulgação dos dados pode ser propositadamente feita de maneira inadequada, para direcionar os resultados. Os últimos levantamento sobre a sucessão de 2018, feitos por diferentes institutos, foram todos eles anunciados de maneira a fazer crer que a candidatura de Lula da Silva já pode ser considerada praticamente imbatível, quando a realidade não é bem assim.
CONTRADIÇÕES – No caso da última pesquisa do Datafolha, publicada no domingo, dia 1º, estranhamos aqui na “Tribuna da Internet” os resultados, por se mostrarem altamente contraditórios e até mesmo conflitantes.
Na primeira análise, estranhamos que o levantamento indicasse Lula da Silva com um mínimo de 35% dos votos no primeiro turno e, ao mesmo tempo, registrasse um impressionante avanço da “direita“, que já concentraria 26% dos votos. Somados às facções “centro-direta” (10%) e o “centro” (29%), os votos da “direita” chegariam a 65% das intenções. Portanto, os analistas precisariam explicar por que a esmagadora maioria do eleitorado, 65%, quer um candidato de “centro-direita”, digamos assim, mas Lula continua liderando com, no mínimo, 35%, apesar de ser considerado de “esquerda” ou “centro-esquerda“.
ARANHA EM CENA – No mesmo dia (domingo), o comentarista José Augusto Aranha começou a postar aqui na “TI” outras impressionantes contradições. Lembrou que em 2002, na sua primeira eleição, Lula teve 34% dos votos dos eleitores no 1º turno. Em 2006, com o país em rota de desenvolvimento econômico, redução do desemprego e melhor distribuição de renda, Lula só chegou aos 36% no primeiro turno.
“Obviamente,  só um religioso da sua seita achará que ele tem hoje o mesmo percentual daqueles ‘anos dourados’ do lulismo, estando submetido a condenações e inquéritos criminais”, ironizou Aranha.
O pior viria em seguida, quando o Datafolha divulgou que 54% dos eleitores querem Lula na cadeia, 40% não veem motivo para detenção e 5% não opinaram. “Espera aí? Mas é este mesmo universo de pessoas que colocaria a vitória fácil de Lula no segundo turno com até 48% dos votos, dependendo do adversário? Então deixa entender: 54% querem ele preso e 48% votam nele no segundo turno. A tortura dos números continua. Os direitos humanos deveriam intervir no Datafolha, pois tortura é crime inafiançável”, disse Aranha.
MATANDO A CHARADA – Na segunda-feira, o próprio José Augusto Aranha matou a charada aqui na “Tribuna da Internet”, ao analisar o mais importante quesito da pesquisa. “Lá no meio, escondidinho, perguntaram: “Em 2018 haverá eleição para presidente da República. Em quem você pretende votar para presidente na eleição de 2018?”. E a resposta espontânea mostrou que 48% ainda não sabem em quem votar, e outros 19% pretendem votar branco, nulo ou abstenção. Isso indica que 67% ainda nem pensaram na sucessão ou não querem  votar em Lula ou qualquer outro candidato” – frisou o didático Aranha.
Em tradução simultânea, fica provado que a amostragem dos institutos de pesquisas refere-se a apenas um terço dos votos – exatos 33%, dos quais Lula teria 35%, o que na verdade significaria 12% dos votos de quem já escolheu candidato.
Somente a partir desse raciocínio, que derruba todas as contradições apontadas,  é que se pode chegar a realidade dos fatos. Portanto, as pesquisas deveriam ser anunciadas assim – “Lula tem 12% dos votos de quem já escolheu candidato“, e com margem de erro de 3% para mais… ou para menos
POR: Tribuna da Internet

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