Josias de Souza
Virou pó o compromisso assumido por Michel Temer de afastar os ministros alvejados por denúncias da Procuradoria-Geral da República. Incluídos na segunda denúncia de Rodrigo Janot contra o presidente, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) permanecerão nos respectivos cargos. Com isso, Temer rasga uma regra que criara em fevereiro.
Na época, acossado por notícias que o acusavam de blindar auxiliares tóxicos, Temer criou um sistema de exoneração a prazo: Denunciado, o ministro deixaria o cargo temporariamente, preservando o salário e o escudo do foro privilegiado. Convertido em réu, seria enviado ao olho da rua. Agora, na primeira oportunidade que tem para aplicar seus autocritérios, Temer decidiu dar o dito por não dito. (reveja no vídeo abaixo o pronunciamento que Temer fizera em fevereiro)
Padilha e Moreira foram incluídos na denúncia de Janot porque uma investigação da Polícia Federal apontou-os como membros da “organização criminosa” formada pelo chamado PMDB da Câmara, grupo 100% feito de correligionários de Temer.
Além do presidente e dos dois ministros, há outros quatro denunciados. Sem mandato, todos estão presos. Encontram-se atrás das grades os ex-ministro Geddel Vieira Lima e os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves. Está em prisão domiciliar o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, o ‘homem da mala’.
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