Operador financeiro assinou acordo com a PGR no mês passado. Caso foi remetido ao Supremo porque Funaro citou nos depoimentos nomes de pessoas com foro privilegiado.
Por Mariana Oliveira e Renan Ramalho, TV Globo e G1, Brasília
O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou (validou) nesta terça-feira (5) o acordo de delação premiada do operador financeiro Lúcio Funaro. O conteúdo está sob segredo de Justiça.
O acordo entre Funaro e a Procuradoria Geral da República foi assinado no mês passado e o caso foi remetido ao STF porque o operador financeiro citou nos depoimentos nomes de pessoas com foro privilegiado, entre os quais o do presidente Michel Temer.
Funaro é apontado pelos investigadores da Operação Lava Jato como
operador de propinas do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso desde o ano passado.
Na prática, a homologação do acordo dá validade jurídica à delação e
permite a abertura de novas investigações com base nos fatos contados
pelo delator.
Os relatos e provas entregues por Funaro deverão ser incluídos pela Procuradoria Geral da República em uma eventual nova denúncia contra o presidente Michel Temer, por suposta obstrução de Justiça e organização criminosa.
O presidente passou a ser investigado pelos crimes com base na delação
de executivos da JBS, homologada em maio por Fachin. Segundo a PGR,
Temer teria dado aval para a compra do silêncio de Funaro e de Cunha pelo dono da JBS, Joesley Batista.
A suspeita foi levantada a partir da gravação entregue por Joesley de uma conversa com Temer
em março, no Palácio do Jaburu, fora da agenda oficial. O presidente
nega e diz que o executivo induziu a conversa para incriminá-lo e obter
benefícios de uma delação.
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