Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Qualquer um com um pouquinho de
discernimento já verificou a gravidade da situação brasileira, no curtíssimo
prazo. Novamente, a Nova República nos “brinda” com um Presidente da República
totalmente desmoralizado, impopular, investigado por crimes ligados à corrupção.
Tão ou mais grave que isto é que a Procuradoria Geral da República está prestes
a denunciá-lo, porém a maioria corrupta e clientelista da Câmara dos Deputados
não dará autorização para que o Supremo Tribunal Federal processe o titular do
Palácio do Planalto (ou da cama da bela Marcela).
Tal situação é pra lá de surreal.
Atingimos o resultado mais desastroso daquela tal de “Nova República” – que já
nasceu esclerosada em 1985, com a posse espúria de José Sarney, em função da
morte do Presidente (eleito indiretamente) Tancredo Neves que nem conseguiu
tomar posse. Sarney, que continua mandando no pedaço até hoje, fez um governo
desastroso e ajudou a promulgar uma Constituição que ele mesmo classificou de
problemática. Foi sucedido por Collor – que acabou impedido.
O vice que o sucedeu, Itamar Franco,
nos deu uma ilusão de melhora com o Plano Real, que fez um serviço incompleto,
sem as mudanças estruturais necessárias. Seu legado foi a eleição de Fernando
Henrique Cardoso, que negociou com o Diabo para conseguir uma reeleição,
fracassou no segundo mandato, e abriu caminho para o desastre de 13 anos de
nazicomunopetralhismo, com Lula (duas vezes) e Dilma Rousseff (também em
dobro), até ser derrubada, para a entrada temerária de quem está hoje por um
fio.
A escrota Nova República (1985 até
quando mais vai durar?) é uma sucessão de escândalos derivados da corrupção
sistêmica gerada e reproduzida pelo Crime Institucionalizado, fruto podre de um
modelo estatal Capimunista Rentista. Anos atrás, tivemos a ilusão de que
chegamos ao máximo da vergonha nacional com escândalo do Mensalão, com punições
meia-boca impostas pelo Supremo Tribunal Federal para julgamento de políticos
corruptos. Como não se mudou a estrutura, o Mensalão não morreu, se sofisticou
e acabou expondo a Lava Jato – descoberta acidentalmente em uma investigação
sobre tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
A Lava Jato é motivo de orgulho
nacional. Produziu heróis nacionais a partir do modelo Sérgio Moro e dos jovens
(ou nem tão novos) procuradores da Força Tarefa do Ministério Público Federal. Obrigou
um Procurador Geral da República a não ser um “Engavetador-Geral”. Popularizou
o Supremo Tribunal Federal, embora tenha ajudado a produzir uma falsa noção de
que todos os problemas brasileiros podem se resolver pela via judicial. Talvez
a mais perigosa ilusão seja a crescente judicialização da política (ou da
politicagem). No entanto, a Lava Jato não produziu mudanças. Até porque nem era
o papel originário dela. No entanto, chamou a atenção para a necessidade de
mudarmos o Brasil, de verdade.
O cineasta, jornalista e livre
pensador Arnaldo Jabor, na “opinião do Jornal da Globo” na noite sexta para
este sábado, tocou em vários gargalos e paradoxos do momento político
brasileiro. Na verdade, Jabor fez um rápido resumo de nossa deficiência
histórico-cultural e apontou qual o nosso grande e verdadeiro problema a ser
resolvido o mais urgentemente possível. Resumindo: a sociedade brasileira e
seus segmentos esclarecidos ainda não levaram a sério sua missão de definir um
Projeto Estratégico para o Brasil. Falhamos em não formular planos com soluções
reais e efetivas para mudar o Brasil para melhor, e não apenas ficar enxugando
gelo. Vale pensar seriamente sobre o recado de Jabor – que, não por mera
coincidência, é a maior preocupação atual dos militares brasileiros.
Jabor: “A luta contra corrupção não
pode nos cegar para o principal: Quais são os planos para mudar a velha
estrutura histórica que nos formou? Não temos... Estamos vidrados nessa
história policial, querendo saber se o Temer sai, se o Temer fica... Digamos
que o Temer saia. Eleição direta, indireta, não resolvem o terrível vazio
teórico e programático que nos ameaça. Não há reflexão sobre reformas
profundas, muito além da previdência e do trabalho, aliás já aguadas pelo
oportunismo do Temer. Sem dúvida, uma nova consciência ética se forma com a
Lava Jato. Ou melhor: há um crescimento do medo. Como diria Nelson Rodrigues,
‘consciência ética de político é medo da polícia’. E todos dizemos que, se as reformas
não forem aprovadas, o Brasil vai para o brejo. Mas como será esse brejo? Será
o seguinte: a desorganização maior do Estado falido, a falta de grana para
pagar funcionários e aposentados, a degradação da infraestrutura, o aumento
brutal da criminalidade, o desemprego em massa, mais miséria para os já
miseráveis, a classe média desorientada, pairando acima de todos a desesperança
sobre o presente e o futuro. Tem de haver uma grande reforma do patrimonialismo
que nos formou, em que o Estado é dominado pelas oligarquias. A Lava Jato é o
primeiro passo para sairmos da barbárie. Mas conseguiremos chegar a uma
civilização?”
Por tudo isso, ficamos diante do
paradoxo que deixa tanta gente bestificada, desanimada ou muito pt da vida. A
questão pode ser bem resumida pela indagação (com três pontos de interrogação)
feita pela cidadã carioca Eliane Cantini, em um comentário na página da
cientista política Celina Vargas do Amaral Peixoto, no Facebook: “Os
internautas clamam por mudanças, mas estão realmente dispostos a mudar???”.
Eis o megaparadoxo tupiniquim. As
mudanças estão ocorrendo, mas em velocidade aquém do ideal ou do necessário. A
pista para a uma resposta à dúvida da internauta esteja no comentário do Jabor
(vale reler ou rever). Sem querer ou querendo, as pessoas se tornam reféns da
estrutura estatal. Ainda mais no Brasil onde a maioria se acostumou ou foi
adestrada a ser “estadodependente”...
Assim, voltamos à tragicomédia
institucional (que alguns insistem estar dentro da “normalidade”). Temer viaja
para Rússia e Noruega, deixando Rodrigo Maia uma semana como Presidente
Interino da República, para alegria do Papai César Maia e do Sogrão Moreira
Franco. Ironia é que Temer “sai fora”, mas a coisa por aqui segue russa e
muito, mas muito longe da realidade norueguesa... Temer teme ser defenestrado,
mas segue fingindo que é corajoso, em um show de autoengano ou cinismo...
A nossa sorte, repetindo o
flamenguista enrustido Nelson Rodrigues, é que: “Consciência ética de político
é medo da Polícia”... Mas o chefe da Polícia só não manda avisar isto, porque o
telefone dele, certamente, está grampeado...
Traficando influência
Defesa do Juiz
Fernando Cordioli tem esperança que a
Justiça seja feita e ele volte a atuar como magistrado:
“Depois de mais de um ano de espera (e representações no CNJ),
seis meses somente com a Relatoria do Des. Ricardo Roesler, no Órgão Especial,
está pautado para o dia 21 o julgamento do meu Mandado de Segurança preventivo,
que atacava a forma mais que abusiva e causadora de nulidades, que foi a
condução dada pelo Des. Ernani, para a alcançarem minha aposentadoria
compulsória que estava pré-julgada”.
Segue cópia do
referido Mandado de Segurança, para conhecimento público.
Empate mafioso
Periguetes
Sobrevivendo
Na berlinda
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