SÃO PAULO - O
método preferencial de pagamentos de propinas da JBS, que veio à tona
com delação premiada de cinco executivos da companhia e dois sócios, tem
maior potencial de rastreamento e comprovação do que aqueles expostos
pela delação do grupo Odebrecht, que se utilizava bastante do repasse em
espécie. Muitos dos pagamentos feitos pela JBS a políticos se deram por
meio de notas fiscais frias, devidamente anexadas na delação.
Os delatores da JBS implicaram o Presidente da República, Michel Temer, o senador José Serra (PSDB-SP), o ex-ministro Antônio Palocci (PT-SP), entre os políticos que foram beneficiados com recursos por meio de notas fiscais sem contrapartida. Outros políticos, como o ministro Gilberto Kassab (PSD-SP), e governadores também receberam pelo mesmo método. Os recursos pagos dizem respeito tanto a contribuições não contabilizadas em períodos eleitorais quanto a “mensalinhos”.
Presidente do conselho de administração da JBS, Joesley Batista afirmou no anexo 9 de sua delação premiada que, nas eleições de 2010, atendeu a um pedido de Michel Temer, então candidato a vice-presidente, de R$ 3 milhões “em propinas”. Joesley afirmou ter aceitado o pedido, pagando R$ 1 milhão por meio de doação oficial e R$ 2 milhões com a emissão de duas notas fiscais para a empresa Pública Comunicações. A Pública pertence ao marqueteiro do PMDB, Elcinho Mouco.
Joesley também afirmou no anexo 16 da delação que doou R$ 20 milhões para a campanha de José Serra, sendo que R$ 6 milhões foram pagos por meio de notas fiscais frias à LRC Eventos e Promoções, com a falsa venda de um camarote no autódromo de Interlagos.
No caso do Palocci, Joesley disse ter pago, nas eleições de 2010, R$ 612,9 mil divididos em três notas fiscais em nome da Hedge Assessoria e Contabilidade, além de outros pagamentos por doação eleitoral oficial. Ao todo, Pallocci teria pedido R$ 30 milhões a Joesley para as eleições de 2010, quando o ex-ministro foi um dos homens-chave da campanha à presidência de Dilma Rousseff.
No termo de colaboração número 18, o empresário Wesley Batista disse que o ministro Gilberto Kassab tinha uma frota de caminhões que de fato prestava serviços para a JBS. No entanto, afirmou ele, a empresa pagava um “sobrepreço” de R$ 350 mil por mês com notas de serviços não prestados em nome da empresa Yape Consultoria e Debates.
Também delator, o diretor de relações institucionais da J&F — holding que controla a JBS —, Ricardo Saud, disse que foram pagos R$ 5,5 milhões a Kassab em 22 parcelas de R$ 250 mil para o PSD integrar a coligação do PT nas eleições presidenciais de 2014. Esses recursos teriam sido recebidos em notas frias emitidas em nome da Yape.
Outro caso de nota fiscal sem contrapartida atinge o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB). No termo de colaboração número 16, Wesley disse ter pago R$ 12,9 milhões para o governador com notas falsas de compras de carne bovina emitidas para o frigorífico Buriti Comércio de Carnes. Ela anexou o número de cada nota fiscal em seu termo de colaboração. DO VALOR
Os delatores da JBS implicaram o Presidente da República, Michel Temer, o senador José Serra (PSDB-SP), o ex-ministro Antônio Palocci (PT-SP), entre os políticos que foram beneficiados com recursos por meio de notas fiscais sem contrapartida. Outros políticos, como o ministro Gilberto Kassab (PSD-SP), e governadores também receberam pelo mesmo método. Os recursos pagos dizem respeito tanto a contribuições não contabilizadas em períodos eleitorais quanto a “mensalinhos”.
Presidente do conselho de administração da JBS, Joesley Batista afirmou no anexo 9 de sua delação premiada que, nas eleições de 2010, atendeu a um pedido de Michel Temer, então candidato a vice-presidente, de R$ 3 milhões “em propinas”. Joesley afirmou ter aceitado o pedido, pagando R$ 1 milhão por meio de doação oficial e R$ 2 milhões com a emissão de duas notas fiscais para a empresa Pública Comunicações. A Pública pertence ao marqueteiro do PMDB, Elcinho Mouco.
Joesley também afirmou no anexo 16 da delação que doou R$ 20 milhões para a campanha de José Serra, sendo que R$ 6 milhões foram pagos por meio de notas fiscais frias à LRC Eventos e Promoções, com a falsa venda de um camarote no autódromo de Interlagos.
No caso do Palocci, Joesley disse ter pago, nas eleições de 2010, R$ 612,9 mil divididos em três notas fiscais em nome da Hedge Assessoria e Contabilidade, além de outros pagamentos por doação eleitoral oficial. Ao todo, Pallocci teria pedido R$ 30 milhões a Joesley para as eleições de 2010, quando o ex-ministro foi um dos homens-chave da campanha à presidência de Dilma Rousseff.
No termo de colaboração número 18, o empresário Wesley Batista disse que o ministro Gilberto Kassab tinha uma frota de caminhões que de fato prestava serviços para a JBS. No entanto, afirmou ele, a empresa pagava um “sobrepreço” de R$ 350 mil por mês com notas de serviços não prestados em nome da empresa Yape Consultoria e Debates.
Também delator, o diretor de relações institucionais da J&F — holding que controla a JBS —, Ricardo Saud, disse que foram pagos R$ 5,5 milhões a Kassab em 22 parcelas de R$ 250 mil para o PSD integrar a coligação do PT nas eleições presidenciais de 2014. Esses recursos teriam sido recebidos em notas frias emitidas em nome da Yape.
Outro caso de nota fiscal sem contrapartida atinge o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB). No termo de colaboração número 16, Wesley disse ter pago R$ 12,9 milhões para o governador com notas falsas de compras de carne bovina emitidas para o frigorífico Buriti Comércio de Carnes. Ela anexou o número de cada nota fiscal em seu termo de colaboração. DO VALOR
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