O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação
Lava Jato, em primeira instância, disse que está perplexo com a morte do
ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki. O magistrado morreu em um acidente aéreo na tarde desta quinta-feira (19), na região de Paraty, no litoral fluminense.
"Tive notícias do falecimento do Ministro Teori Zavascki em acidente
aéreo. Estou perplexo. Minhas condolências à família. O Ministro Teori
Zavascki foi um grande magistrado e um herói brasileiro, exemplo para
todos os juízes, promotores e advogados deste país. Sem ele, não teria
havido Operação Lava Jato. Espero que seu legado de serenidade,
seriedade e firmeza na aplicação da lei, independentemente dos
interesses envolvidos, ainda que poderosos, não seja esquecido", disse.
Enquanto Moro cuida dos processos da Operação Lava Jato na primeira
instância, Zavascki era o relator de todos os processos da investigação
que chegavam ao STF.
Em março de 2016, Zavascki exigiu de Moro uma resposta sobre a divulgação de grampos telefônicos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a então presidente Dilma Rousseff (PT). O ministro pediu explicações sobre os motivos que levaram o magistrado a deixar que as gravações se tornassem públicas.
À época, Moro enviou um ofício ao STF, em que pediu desculpas aos
ministros. O juiz disse que não tinha a intenção de provocar as
polêmicas que decorreram após a divulgação dos áudios. Assim que as
gravações foram tornadas públicas, houve uma série de protestos por todo
o país, pedindo a saída da presidente e também de Lula, que acabara de
ser indicado para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil.
Em junho, Zavascki acabou considerando nulas parte das gravações
obtidas naquela ocasião. No mês seguinte, Moro voltou a defender a
legalidade dos áudios. No mesmo despacho, o ministro encaminhou a Moro
os documentos das investigações referentes a um tríplex no Guarujá e a
um sítio em Atibaia, ambos no estado de São Paulo. No caso do
apartamento, Moro aceitou uma denúncia contra o ex-presidente, que virou
réu e responde à ação penal em primeira instância.
Força-tarefa lamenta a morte
Os
procuradores do Ministério Público Federal, que integram a força-tarefa
da Operação Lava Jato, também lamentaram a morte de Teori Zavascki. Os investigadores lembraram a trajetória do ministro como magistrado e professor de direito. DO G1
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