terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Renan consulta líderes para colocar abuso de autoridade em votação


O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pediu a interlocutores que sondassem líderes partidários para saber se há condições de votar ainda nesta terça-feira (13) o projeto de lei que endurece punições para autoridades – como juízes, políticos e procuradores – que cometem algum tipo de abuso.
Polêmica, a proposta patrocinada por Renan tem sido criticada por representantes do Ministério Público e por setores do Judiciário. Eles dizem que o projeto é uma retaliação do Congresso a investigações que envolvem políticos, como a Operação Lava Jato.
A medida também foi alvo de protestos populares em várias capitais brasileiras no último dia 4 de dezembro.
O projeto está na pauta de votações do Senado e Renan disse nesta terça que pretende votar todos os textos que estão na pauta da Casa antes do início do recesso parlamentar, previsto para a próxima quinta (15). Além do projeto sobre abuso de autoridade, estão na pauta outras 17 propostas.
Nos bastidores, a informação é de que a sondagem promovida por Renan tem o objetivo de verificar se há apoio entre os parlamentares para a análise da proposta nesta terça. O peemedebista espera sinal positivo dos líderes, principalmente das maiores bancadas (PMDB, PSDB e PT), para colocar o projeto em votação.
No entanto, dividida, a bancada do PT não deve apoiar a votação do projeto. Parte dos petistas avalia que agora não é o momento de analisar o texto, principalmente após o impasse entre o Senado e o Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do afastamento de Renan da presidência da CASA, e a denúncia contra o peemedebista na Lava Jato, apresentada pela Procuradoria Geral da República nesta segunda.
Na mesma linha, o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), diz que “não há clima” para que o projeto seja votado.
Ele lembrou que existem três requerimentos para retirar a urgência do projeto. Se aprovado um desses pedidos, a proposta voltaria para análise da comissão responsável.
Em seu perfil no Twitter, o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), afirmou que Renan “vai tentar a lei do abuso novamente”. Ele também lembrou que apresentou um dos requerimentos de retirada da proposta da pauta de votações.

Votação

Em entrevista a jornalistas, Renan disse que vai "sentir na hora" o clima do plenário para saber se há possibilidade de a proposta ser votada. Ele disse ainda que colocará o requerimento de retirada de urgência em votação e que caberá aos senadores decidir sobre se o texto será votado.
Ele, porém, disse que o Brasil "está precisando muito" de uma lei contra o abuso de autoridade.
"Eu vou sentir na hora. Toda vez que você vai votar uma matéria e há um requerimento de adiamento da discussão, esse requerimento vai ser apreciado. Então é o plenário, ao final e ao cabo, que vai decidir se nós votaremos ou não abuso de autoridade. Eu nao preciso dizer, mas o Brasil está precisando muito de uma lei para conter o abuso de autoridade. O povo nao concorda com o abuso de autoridade", afirmou o presidente do Senado.

Dez medidas contra corrupção

Além de verificar se tem apoio para votar a proposta, Renan promoveu a sondagem para evitar novo revés no plenário com relação a assuntos polêmicos.
Há duas semanas, o peemedebista – após acordo com líderes partidários – tentou votar o projeto das dez medidas de combate à corrupção. O pacote de propostas, elaborado pelo Ministério Público, foi desfigurado durante análise pala Câmara dos Deputados.
O texto foi muito criticado por representantes do Judiciário e do Ministério Público e também foi alvo de protestos populares. Mesmo assim, Renan tentou votar o projeto da forma que recebeu da Câmara
Diante da repercussão negativa no plenário, senadores que haviam concordado em votar o pacote com urgência desistiram de ir adiante com a análise e apenas 14 senadores concordaram com a proposta de Renan. Com isso, o texto foi despachado para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e ainda não avançou. DO G1

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