O procurador-Geral da República (PGR),
Rodrigo Janot, entregou um documento ao Supremo Tribunal Federal (STF)
no qual pede que uma ação levada à Corte pela defesa do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva não seja aceita. O procurador pede ainda que
uma decisão liminar (provisória) concedida pelo presidente da Corte,
ministro Ricardo Lewandowski, na mesma ação, seja anulada.
Em julho, a defesa do ex-presidente levou um recurso ao STF, onde os advogados pediram liminarmente que toda a investigação sobre Lula volte a tramitar no Supremo. Os advogados alegam que os parlamentares citados em diálogos com o ex-presidente têm foro privilegiado e, por isso, só podem ser julgados pela Corte.
Em julho, a defesa do ex-presidente levou um recurso ao STF, onde os advogados pediram liminarmente que toda a investigação sobre Lula volte a tramitar no Supremo. Os advogados alegam que os parlamentares citados em diálogos com o ex-presidente têm foro privilegiado e, por isso, só podem ser julgados pela Corte.
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Durante o recesso do judiciário no mês
passado, o presidente do Supremo decidiu que a parte em que Lula aparece
em conversas grampeadas com políticos deveria ser separada para que o
relator do processo, ministro Teori Zavascki, analisasse a legalidade da
investigação. Durante o recesso, o presidente da Corte julga as ações
consideradas urgentes.
No mês de junho, uma decisão do ministro
Teori Zavascki remeteu as investigações sobre o ex-presidente para o
juiz Sérgio Moro. Teori anulou uma gravação feita durante a Operação
Lava Jato em que Lula aparece conversando com a então presidenta Dilma
Rousseff.
Na manifestação entregue ontem (9),
Janot alega que, na liminar concedida por Lewandowsk, durante o recesso,
não foi tratado de maneira suficiente se caberia ou não o tipo de ação
usado pela defesa para apresentar os fatos ao Supremo. Janot disse que
Moro não está descumprindo a decisão de Teori, que remeteu o processo à
primeira instância e que o juiz, segundo as informações que foram
prestadas no processo, “está adotando as cautelas necessárias para dar
efetividade à referida decisão”. Antes de conceder a liminar,
Lewandowski pediu que Moro envie informações à Corte.
No documento, Janot lembra ainda que,
apesar do ministro Teori Zavascki ter anulado a gravação da conversa
entre Dilma e Lula, as demais foram preservadas. “ (…) houve
reconhecimento da nulidade do conteúdo de conversas colhidas após a
determinação judicial de interrupção das interceptações telefônicas, não
daquelas outras colhidas antes da decisão de interrupção, que
permanecem válidas e podem ser utilizadas se tiverem relevância
probatória em futura ação penal”, diz o texto.
“Posto isso, não há desrespeito à
decisão dessa Corte Suprema, tampouco usurpação de sua competência,
devendo ser cassada a liminar concedida, julgando improcedente a
reclamação”, pede Janot na manifestação. O pedido será analisado pelo
ministro Teori Zavascki, que é o relator do caso. (ABr, Diário do Poder e
Cristalvox)
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