Exemplo da “tolerância” esquerdista:
integrantes da Marcha das Vadias, que ocorreu no mesmo dia de um ato
católico, inseriram crucifixos e santas em seus orifícios íntimos, além
de quebrar imagens.
Há países em que pessoas vão para a
cadeia por conta da religião; em alguns outros, podem mesmo morrer pela
mesma razão. O Brasil não é um desses lugares, ainda bem (quase escapa
um “Graças a Deus!” aqui). De todo modo, claro que sempre precisamos
aprimorar as liberdades individuais (gênero ao qual se enquadra a
liberdade religiosa).
A esquerda, porém, utiliza esse conceito
de forma desvirtuada. Muitas – mas muitas! – das práticas recorrentes
do esquerdismo configuram a mais completa intolerância a algumas
crenças. A seguir, uma breve lista com cinco:
– Vandalizar igrejas e vilipendiar imagens sagradas
Também não falam em favor da tolerância
esquerdista os inúmeros episódios de igrejas vandalizadas. A coisa
chegou a um ponto tão bisonho que alguns militantes correram depredar a
Catedral da Sé (católica) após um massacre perpetrado por extremista
islâmico na Florida. Compreende-se o receio deles em fazer qualquer
coisa mais séria numa mesquita, mas deveriam manter esse mesmo respeito a
todos os templos de todas as crenças. Quanto ao vilipêndio de imagens, o
mais grave – e bem recente – foi a introdução de santos e crucifixos no
ânus, por militantes esquerdistas. Basta ver qual foi – e ainda é – a
posição da esquerda sobre o episódio;
– Fazer piadas com a castidade alheia
Isso acontece JUSTAMENTE nos papos entre
os mais “pensantes” do esquerdismo. Ao mesmo tempo em que pedem
compreensão e respeito a esta ou aquela crença, fazem piadas, tiram
sarro e azucrinam a vida de quem opta por uma vida casta. Sim, eles
pregam que é preciso respeitar os desejos e decisões sexuais de todos
(com razão), mas aí humilham quem opta por não fazer sexo, especialmente
quando o fazem por questão de fé. Em suma: além de não haver tolerância
à crença, não há também quanto à decisão referente ao sexo;
– Discriminação contra judeus
A postura anti-judaica do esquerdismo é
um caso à parte. Por conta da aliança entre EUA e Israel, o país judeu
passou a ser um inimigo total do esquerdismo. Eles tentam justificar por
questões geopolíticas locais, no geral atropelando a história (até um
mapa fajuto já fizeram circular por aí). No fim, esses ataques a Israel e também aos judeus têm grande dose de intolerância religiosa;
– Relativizar extremismos de X / atacar qualquer ato de Y
Enquanto sustentam posições contrárias
às religiões cristãs e ao judaísmo, os esquerdistas curiosamente não
admitem qualquer ataque ao islamismo, garantindo que os episódios são
excepcionais. Eles não conseguem – sem corar – dizer o percentual de
países islâmicos em que as mulheres têm direitos plenos, os homossexuais
não são presos por serem homossexuais e não há pessoas sendo
perseguidas por suas religiões. Mas, se algum padre fala algo mais
exagerado, rapidamente tomam as redes para garantir que o cristianismo
TODO é o grande mal do mundo. Essa diferença de tratamento, que se vê a
toda hora, é prova cabal da intolerância (ou, se preferem, da
“tolerância seletiva”).
– O socialismo, por si, é contra religiões
Tudo isso, mesmo considerando alguns
fatos gravíssimos, ainda fica atrás da GRANDE intolerância em que
consiste o socialismo. Da mesma forma que não há a possibilidade de
oposição partidária, num regime socialista não há religião. Quando a
coisa aperta muito e a popularidade despenca a extremos, eles tentam
reverter “permitindo” o exercício de alguma fé. Mas, a rigor, não pode
nada. E não é por acaso que o esquerdismo tenha adotado como um de seus
mantras a clássica e péssima frase “O homem só será livre quando o
último rei for enforcado nas tripas do último padre” – atribuída
erroneamente a Voltaire, mas de autoria de Jean Meslier (um ateu
anti-cristão infiltrado na igreja católica entre os séculos XVII e
XVIII).
***
Convenhamos, é uma lista apressada. Há
muitos outros exemplos. Mas fica aí a dica ao pessoal da esquerda: não
faz sentido fingir defender a tolerância religiosa e, ao mesmo tempo,
praticar diuturnamente a mais inequívoca intolerância.
O tema da redação do ENEM – na minha
opinião, uma ótima escolha – deveria servir também para suscitar esse
debate. Em caso contrário, a suposta defesa de algumas religiões e
crenças vira discurso hipócrita. Se bem que esse tipo de coisa é mesmo
padrão no esquerdismo.
Nada de novo, portanto.
Fernando Gouveia é co-fundador do Implicante,
onde publica suas colunas às segundas-feiras. É advogado, pós-graduado
em Direito Empresarial e atua em comunicação online há 15 anos. Músico
amador e escritor mais amador ainda, é autor do livro de microcontos “O Autor”. - DO IMPLICANTE
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