quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Até quando, Brasília, abusarás da nossa paciência?

Lúcio Sérgio Catilina, um membro da elite romana, queria ainda mais riqueza e ainda mais poder. Para isso, planejava derrubar o governo republicano. Mas foi contido por Marco Túlio Cícero, seria afastado do Senado, montaria uma milícia para uma última tentativa e morreria no campo de batalha. Não sem antes ouvir do próprio Cícero, em 63 a.C., um dos discursos mais marcantes da história.
Rodrigo Janot já batizou uma das fases da Lava Jato com o sobrenome do conspirador. Na ocasião, mirava Eduardo Cunha. Mas o discurso de Cícero pode facilmente ser adaptado contra tudo o que Brasília vem fazendo. Em alguns casos, no que não vem fazendo – e Janot talvez seja um dos melhores exemplos.
Até quando, Brasília, abusarás da nossa paciência?
Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós?
A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada audácia?
Nem a ronda noturna da cidade,
nem o temor do povo,
nem a afluência de todos os homens de bem,
nem a expressão do voto destas pessoas, nada disto conseguiu perturbar-te?
Não te dás conta que os teus planos foram descobertos?
Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem?
Quem, dentre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, onde estiveste, com quem te encontraste, que decisão tomaste?
Ó, tempos, ó, costumes!
O Brasil não vai tolerar mais esta, Brasília. E só você não percebeu.
Catilina caiu um ano após o discurso acima. DO IMPLICANTE

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