Em dezembro de 2014, o advogado Modesto Carvalhosa transformou a entrevista ao programa Roda Viva (assista abaixo)
numa aula magna sobre a praga da corrupção apadrinhada pelos donos do
poder — talvez a obra mais repulsiva entre as tantas obscenidades
institucionalizadas por Lula e expandidas por Dilma Rousseff. Ao longo
de 90 minutos, Carvalhosa lancetou tumores escancarados pelo Petrolão e
mostrou como extirpá-los.
Com a bravura de quem lida desde a juventude com adversários de alta
periculosidade, o jurista intimorato demoliu a argumentação malandra dos
insones com o instrumento legal da delação premiada e desmoralizou os
que insistem em neutralizar a Operação Lava Jato com rabulices de porta
de cadeia e chicanas de quinta categoria. Carvalhosa provou que o que
prejudica a governabilidade não é o combate à corrupção, mas a
impunidade dos corruptos.
Achar o contrário, comparou, é culpar o remédio por estragos
provocados pela doença. A Lava Jato é solução, não problema. Não pode
terminar antes que seja devassada a última catacumba, não pode ser
interrompida antes que sejam identificados todos os integrantes da
quadrilha formada por bandidos de estimação de qualquer governo. É o que
ensina o artigo publicado no Estadão deste sábado por Modesto Carvalhosa, e reproduzido pela coluna.
O texto demonstra que existe no Congresso uma milícia fantasiada de
“Polícia Legislativa”. A operação autorizada pela Justiça Federal teve
como alvo um bando de jagunços cuja existência insulta a Constituição e
reafirma a desfaçatez do cangaceiro disfarçado de presidente do Senado.
“Eu acredito na Justiça”, disse Renan Calheiros ao saber da decisão do
ministro Teori Zavascki que, na prática, estendeu a imunidade
parlamentar à guarda pretoriana a serviço de parlamentares enredados em
bandalheiras multimilionárias.
Tal frase só será endossada pelo Brasil decente quando o Supremo
Tribunal Federal tratar como se deve um prontuário ambulante. É o que
acaba de fazer Modesto Carvalhosa. DO A.NUNES
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