José Dirceu fez vaquinha
pra pagar a multa de mensaleiro, enquanto gastava R$ 320 mil para
monitorar as redes sociais. Não faltou burrinho pra ajudar.
( Folha) A quebra do sigilo fiscal de José Dirceu (PT-SP), decretada pelo juiz federal de Curitiba (PR) Sergio Moro na Operação Lava Jato, revelou que o ex-ministro pagou R$ 320 mil a uma empresa de São Paulo para monitoramento de redes sociais na internet.
Dirceu informou os gastos à Receita
Federal na declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física. Em
entrevista à Folha, o dono da empresa contratada, a Interagentes
Comunicação Digital, Sergio Amadeu da Silveira – que no primeiro governo
Lula presidiu o ITI (Institucional Nacional de Tecnologia de
Informação), vinculado à Casa Civi l–, afirmou que o trabalho consistiu
em relatórios sobre o que as pessoas falavam a respeito de Dirceu,
principalmente no Twitter.
"Ele nos contratou para fazer análise de
rede social. [...] Comentários sobre ele. Faz tempo isso, não sei
direito [agora], mas eram comentários sobre ele", disse Silveira.
Falando sobre os serviços que presta em geral, e não sobre o contrato
com Dirceu, Silveira afirmou que as informações ajudam "a saber o humor
da rede em relação a uma pessoa ou a uma marca".
Os pagamentos ocorreram nos anos de 2011
e 2012, em duas vezes de R$ 160 mil. Dirceu foi julgado pelo STF
(Supremo Tribunal Federal) a partir de 2012 no processo do mensalão, pelo qual foi condenado.
Em seu site na internet, a Interagentes
informa que também trabalha com "a potencialização de presença em rede",
incluindo campanhas para ampliar o alcance do perfil, blog ou site do
cliente. No caso de Dirceu, Amadeu afirmou que o trabalho não envolveu
interagir com internautas ou publicar mensagens – apenas levantamentos
sobre o que era escrito em perfis abertos.
Procurado pela Folha, Dirceu informou
por meio de sua assessoria que não iria se manifestar sobre o assunto.
Ele também não explicou por que preferiu fazer os pagamentos pela pessoa
física, e não pela sua empresa de consultoria JD. Em nota, a assessoria
afirmou que o serviço não tem qualquer relação com a Operação Lava
Jato.
DO ESTENIO
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