Post publicado originalmente a 18 de junho de 2013
As manifestações estão explodindo em todo o país.
O que antes foi iniciativa de pequenos grupos que reclamavam contra o aumento das passagens de ônibus em São Paulo e redundaram em baderna e vandalismo — baderna que condenei com veemência –, está mais do que óbvio que, agora, com a onda de concentrações e passeatas se espalhando por várias capitais e começando a penetrar no interior dos Estados, e com dezenas de palavras de ordem diferentes, se transformou em algo que ultrapassa de muito o objetivo inicial e abrange dezenas de temas.
É um protesto geral contra “tudo isso que aí está” — os gastos excessivos com a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, a presença de Renan Calheiros no comando do Senado, a presidente Dilma, os políticos em geral, os partidos políticos, o próprio PT, a roubalheira, o fato de José Dirceu ainda estar solto, a má qualidade da educação pública, o mau atendimento dos hospitais públicos, a falta de habitação, as deficiências nos transportes públicos, a violência policial…
Não vou cometer a leviandade de taxar a onda que toma conta do país como sendo uma grande manifestação contra o governo. Embora as coisas estejam a pouca distância disso, ainda não se trata disso.
Mas não há menor dúvida de que as ruas, ao reclamarem contra males ancestrais, estão transformando em fumaça e devidamente sepultando o país-maravilha, o “nuncaantezneztepaiz” do Líder Supremo em oito anos de lulalato, a que se seguiu sua discípula, a presidente Dilma, que o governo não se cansa de mostrar, gastando rios de dinheiro, na propaganda oficial.
O país em que a miséria sumiu de repente, em que se criou, segundo a visão oficial, uma classe média que daqui a pouco será maior do que a da China, o país do pleno emprego e dos operários sorridentes que reluz nos filmetes de propaganda na TV, o país que corre em disparada rumo ao Primeiro Mundo.
O Grande Líder não deu o ar de sua graça, limitando-se a se manifestar pelo Facebook com o lero-lero de sempre: ““Ninguém em sã consciência pode ser contra manifestações da sociedade civil porque a democracia não é um pacto de silêncio, mas sim a sociedade em movimentação em busca de novas conquistas”, postou — ou mandou postar — o ex-presidento.
Lula condenou a violência policial em sua tímida aparição. Faltou condenar outros atos de manifestantes.
Faltou condenar a tentativa de invasão, por baderneiros, do Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, e a residência oficial do governador (Renato Casagrande, do PSB), em Vitória. Também os assaltos a caixas eletrônicas que vândalos ladrões praticaram no Rio.
A presidente Dilma, que aos poucos aprende a ser o que se considera esperta no mundo político, finge que nada tem a ver com coisa alguma e elogia as manifestações como parte da democracia.
Estão fingindo que não vêem que o país que sua propaganda inventou não existe. E que o país real reclama, e ainda vai reclamar mais.
Os democratas esperam que isso se dê sem atropelar a Constituição e as leis, e sem interferir no sagrado direito de ir e vir dos cidadãos.- DO RICARDOSETTI
As manifestações estão explodindo em todo o país.
O que antes foi iniciativa de pequenos grupos que reclamavam contra o aumento das passagens de ônibus em São Paulo e redundaram em baderna e vandalismo — baderna que condenei com veemência –, está mais do que óbvio que, agora, com a onda de concentrações e passeatas se espalhando por várias capitais e começando a penetrar no interior dos Estados, e com dezenas de palavras de ordem diferentes, se transformou em algo que ultrapassa de muito o objetivo inicial e abrange dezenas de temas.
É um protesto geral contra “tudo isso que aí está” — os gastos excessivos com a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, a presença de Renan Calheiros no comando do Senado, a presidente Dilma, os políticos em geral, os partidos políticos, o próprio PT, a roubalheira, o fato de José Dirceu ainda estar solto, a má qualidade da educação pública, o mau atendimento dos hospitais públicos, a falta de habitação, as deficiências nos transportes públicos, a violência policial…
Não vou cometer a leviandade de taxar a onda que toma conta do país como sendo uma grande manifestação contra o governo. Embora as coisas estejam a pouca distância disso, ainda não se trata disso.
Mas não há menor dúvida de que as ruas, ao reclamarem contra males ancestrais, estão transformando em fumaça e devidamente sepultando o país-maravilha, o “nuncaantezneztepaiz” do Líder Supremo em oito anos de lulalato, a que se seguiu sua discípula, a presidente Dilma, que o governo não se cansa de mostrar, gastando rios de dinheiro, na propaganda oficial.
O país em que a miséria sumiu de repente, em que se criou, segundo a visão oficial, uma classe média que daqui a pouco será maior do que a da China, o país do pleno emprego e dos operários sorridentes que reluz nos filmetes de propaganda na TV, o país que corre em disparada rumo ao Primeiro Mundo.
O Grande Líder não deu o ar de sua graça, limitando-se a se manifestar pelo Facebook com o lero-lero de sempre: ““Ninguém em sã consciência pode ser contra manifestações da sociedade civil porque a democracia não é um pacto de silêncio, mas sim a sociedade em movimentação em busca de novas conquistas”, postou — ou mandou postar — o ex-presidento.
Lula condenou a violência policial em sua tímida aparição. Faltou condenar outros atos de manifestantes.
Faltou condenar a tentativa de invasão, por baderneiros, do Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, e a residência oficial do governador (Renato Casagrande, do PSB), em Vitória. Também os assaltos a caixas eletrônicas que vândalos ladrões praticaram no Rio.
A presidente Dilma, que aos poucos aprende a ser o que se considera esperta no mundo político, finge que nada tem a ver com coisa alguma e elogia as manifestações como parte da democracia.
Estão fingindo que não vêem que o país que sua propaganda inventou não existe. E que o país real reclama, e ainda vai reclamar mais.
Os democratas esperam que isso se dê sem atropelar a Constituição e as leis, e sem interferir no sagrado direito de ir e vir dos cidadãos.- DO RICARDOSETTI
Com essa onda desenfreada de corrupção - que segundo Paulo Roberto Costa em depoimento na CPMI -, atinge indistintamente todas as empresa estatais, não tem mesmo como o povo ficar calado, ainda mais por que os serviços públicos essenciais, como Saúde, Educação e Segurança Pública estão muito aquém das necessidades da população. Por outro lado, não custa lembrar que o povo não se conforma com essa história, como você bem falou, de vê o José Dirceu, apontado como o líder do Mensalão, já se encontrar solto. Este fato, por si só, já denota que alguma coisa não está funcionando bem na nossa Justiça. E foi por isso que os operadores da Operação Lava-Jato estão optando pela delação premiada, com receio de que ao final sobre para eles a mesma coisa que sobrou para o Marco Valério. Uma coisa é certa: algo precisa mudar no nosso país, a começar pela maneira como é tratado o dinheiro público e as punições para aqueles que são responsáveis por desvios. E tem mais: há necessidade de uma reforma política urgente. Essa história de sucatearem as empresas do Governo para comprar apoio político não pode continuar. Ninguém defende uma volta do Regime Militar, mas manter um Congresso caro, ineficiente e corrupto como o que está aí também não faz nenhum sentido. Conheçam o nosso blog: www.ideiasefatostucujus.blogspot.com.br
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