De VEJA.com
O resultado das transações correntes seguiu
negativo no mês de outubro ao registrar um déficit de 8,13 bilhões de
dólares, o pior resultado para mês desde o início da série histórica, em
1980, de acordo com informações do Banco Central (BC), divulgadas nesta
segunda-feira.
Apesar disso, o chefe do departamento
Econômico do BC, Tulio Maciel, considerou que, como os volumes antes
dessa data eram menores, é possível considerar que é o maior déficit
desde 1947, quando o BC começou a levantar dados gerais sobre
as transações correntes.
O desempenho foi provocado pelo mau desempenho
comercial e por elevadas remessas de lucros e dividendos ao
exterior. Em setembro, houve déficit de 7,90 bilhões de dólares. Já
no acumulado em 12 meses encerrados no mês passado, o déficit foi
de 84,42 bilhões de dólares, o equivalente a 3,73% do Produto Interno
Bruto (PIB).
Contribuíram para o saldo negativo no mês o
déficit de 1,17 bilhão na balança comercial, pior resultado para outubro
desde 1998, e as remessas de lucros e dividendos, que somaram
1,63 bilhão de dólares em outubro, frente a 1,34 bilhão em igual mês de
2013.
Já os gastos líquidos de brasileiros no
exterior com viagens atingiram 1,637 bilhão de dólares em outubro, ante
1,760 bilhão de dólares em igual mês do ano passado. Segundo Maciel, a
recente alta do dólar tem influenciado essa conta.
De forma geral, as contas externas do país
continuam mostrando um quadro preocupante, de déficit crescente apenas
parcialmente coberto por investimentos estrangeiros. Em outubro, os
Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) somaram 4,97 bilhões de
dólares, acumulando no ano saldo positivo de 51,19 bilhões de
dólares. Faltando apenas dois meses para o fim do ano, o número
acumulado do ano ainda precisa somar mais 11,8 bilhões de dólares para
alcançar a previsão do BC, de terminar com 63 bilhões de dólares.
Ano - No ano, o rombo na
conta de transações correntes soma 70,69 bilhões de dólares até outubro,
acima dos 67,37 bilhões de dólares em igual período de 2013. A projeção
do BC para 2014 é de um déficit de 80 bilhões de dólares. - DO R.SETTI
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