Novo levantamento mostra que candidato do PSDB chega ao dia do pleito
com mais condições de avançar ao segundo turno do que a representante
do PSB
A pesquisa ISTOÉ/Sensus realizada entre a terça-feira 30 de setembro e a
sexta-feira 3 indica que 14,4% dos eleitores admitem mudar de voto e
que outros 9,4% ainda não definiram em quem votar para a sucessão
presidencial. É esse universo de aproximadamente 35 milhões de eleitores
que irá definir quem deverá enfrentar a presidenta Dilma Rousseff (PT)
no segundo turno: Aécio Neves (PSDB) ou Marina Silva (PSB). A tendência,
segundo Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus, é a de que o
tucano passe para a fase final da disputa. “Os números mostram que
Marina vem perdendo votos diariamente, em movimento contrário ao de
Aécio, que em menos de um mês teve um crescimento de pontos percentuais
no índice de intenção de voto”, diz Guedes. “Soma-se a isso o fato de
que a perda de votos da candidata do PSB vem acompanhada de um aumento
no seu índice de rejeição, o que representa uma dificuldade maior da
candidata para obter o voto indeciso ou o voto mais volátil”, explica. O
levantamento, realizado em 136 municípios de 24 Estados, mostra que o
índice de eleitores que afirmam não votar em Marina de forma alguma
saltou de 33% para 38,8% apenas nos últimos sete dias. No mesmo período,
a rejeição ao tucano praticamente não variou.
De acordo com o levantamento, a presidenta Dilma Rousseff tem 37,3% das
intenções de voto, Marina Silva 22,5% e Aécio Neves 20,6%. Nos últimos
sete dias, a diferença entre Marina e Aécio caiu de 4,3 pontos
percentuais para 1,9 ponto percentual. Os números apurados pela pesquisa
ISTOÉ/Sensus confirmam a tendência mostrada pelas pesquisas internas
feitas pelo comando das três principais candidaturas. No PT, o discurso
oficial é o de buscar a vitória ainda no primeiro turno. Na prática,
porém, o partido trabalha com o horizonte de uma disputa contra o tucano
no segundo turno, reeditando a polarização PT/PSDB que vem marcando as
campanhas presidenciais desde 1994. Foi esse o cenário que pautou a
estratégia da candidata Dilma Rousseff no último debate antes do
primeiro turno, realizado na noite da quinta-feira 2. A presidenta e o
tucano acabaram sendo os principais protagonistas do embate. Marina
Silva ocupou lugar bem mais discreto, ao contrário dos debates
realizados no início de setembro, quando a ex-senadora acreana surfava
nas ondas das pesquisas eleitorais.
No QG de Marina, o clima é de abatimento. No início da tarda da
sexta-feira 3, pesquisas internas mostravam que Aécio e Marina
continuavam em empate técnico, mas com ligeira vantagem para o senador
mineiro. A candidatura de Marina também sofre com a divisão interna
entre os “sonháticos” da Rede e os líderes do PSB. Só na semana passada,
por exemplo, é que Marina procurou uma aproximação com as alianças
feitas pelos socialistas em Estados importantes, como São Paulo. Às
vésperas da eleição, correu para distribuir material de campanha ao lado
do governador Geraldo Alckmin, que deverá vencer a disputa no maior
colégio eleitoral do País ainda no primeiro turno. Foi tarde demais. Nem
mesmo os militantes do PSB se entusiasmaram com a tarefa. Já entre os
tucanos, a ordem é apostar em um forte corpo-a-corpo com o eleitorado,
usando para isso um exército de prefeitos, vereadores e deputados. As
pesquisas também demonstram que o maior número de eleitores indecisos
está localizado na região Sudeste. Trata-se de mais uma dado que pode
ser decisivo em favor da candidatura de Aécio Neves. O PSDB tem no
Sudeste do País suas principais lideranças e maiores redutos eleitorais.
Para um provável segundo turno entre Dilma e Aécio, a pesquisa
ISTOÉ/Sensus mostra uma vantagem inicial de 8,9% a favor da presidenta.
Esse dado, de acordo com Ricardo Guedes, não representa nenhum tipo de
tendência consolidada, embora a história recente não demonstre viradas
entre o primeiro e o segundo turno. “Ao contrário de outras eleições, a
candidata que vem liderando o primeiro turno tem um imenso índice de
rejeição (39,1%). E isso é um impeditivo para a reeleição”, afirma
Guedes.
PESQUISA ISTOÉ/Sensus
Realização – Sensus
Registro na Justiça Eleitoral – BR- 00918/2014
Entrevistas – 2.000, em cinco regiões, 24 Estados e 136 municípios do País
Metodologia – Cotas para sexo, idade, escolaridade, renda e urbano e rural
Campo – de 30 de setembro a 3 de outro de 2014
Margem de erro - +/- 2,2%
Confiança – 95%
DO WELBI
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