sábado, 2 de agosto de 2014

Aécio Neves anuncia programa social “Família Brasileira”

O candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, anunciou neste sábado (2) em Curitiba que um dos carros-chefes de seu governo será o programa “Família Brasileira”. O programa voltado a pessoas em situação de extrema vulnerabilidade tem o formato semelhante ao “Família Paranaense”, que integra ações de diversas áreas não apenas para transferir renda, como também capacitar de acordo com as carências específicas.
O anúncio foi feito em Curitiba, no início de caminhada que reuniu cerca de 3.000 pessoas. Ele estava acompanhado do governador do Paraná, Beto Richa, que concorre à reeleição, e do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), também candidato a novo mandato.
“Nós vamos, ao longo da campanha, detalhar o projeto que nós chamaremos Família Brasileira, em que vamos classificar a precariedade e as demandas das famílias”, afirmou o candidato à Presidência da República.
Em seguida, Aécio acrescentou que: “Na nossa visão, a pobreza não pode ser analisada e cuidada apenas na vertente da privação da renda. Temos que falar da privação de serviços de qualidade e da privação de oportunidades. Portanto, é um avanço em relação às políticas sociais propostas”.
Inspiração
O presidenciável disse que se inspirou na experiência bem sucedida do Paraná, adotada inicialmente em Curitiba, em 2009, quando Beto Richa foi prefeito da cidade.
O programa “Família Paranaense” atende atualmente a 99 mil famílias em situação de extrema vulnerabilidade, por meio de ações de 17 secretarias estaduais nas áreas de saúde, educação, habitação, assistência social, trabalho, agricultura, justiça e cidadania e esportes.
O plano de ações é estabelecido a partir de um diagnóstico sobre as necessidades específicas, e cada secretaria faz um monitoramento das atividades durante dois anos para detectar a evolução.
Fim à discriminação
O candidato à Presidência afirmou que acabará com a discriminação a que o governo do Paraná está submetido sob a administração federal petista. “Eu vou reconciliar o Paraná com o governo federal. Não é justo, não é digno o que fizeram ao longo desses últimos anos. O Paraná é o quinto Estado que mais contribui em receitas para a União e é apenas o 23º a receber de volta o fruto do trabalho paranaense”, ressaltou.
Aécio Neves lamentou os dados recentes sobre o declínio da atividade na indústria brasileira. “Tivemos uma perda, no último ano, de 36% na indústria automotiva no Brasil. Em julho deste ano, comparado ao mesmo mês do ano passado, a queda na atividade industrial no Brasil, no geral, chega a 7%. Portanto, temos um caos na indústria brasileira. O Brasil é o país que menos cresce em toda a nossa região”, destacou.
O presidenciável lembrou que o país vive novamente “o fantasma da inflação” e que “o clima de pessimismo ronda todos os setores da economia e também da sociedade brasileira”.
Aécio acrescentou que: “Não é justo para com os brasileiros que tenhamos mais quatro anos de desgoverno, de descontrole inflacionário, de políticas sociais que não permitem a superação.”
Caminhada
Em um trajeto de pouco mais de um quilômetro, em clima tranquilo, Aécio Neves, Beto Richa e Alvaro Dias cumprimentaram pessoas, acenaram para comerciários e moradores de prédios e foram abraçados por eleitores.
Cerca de 3.000 pessoas participaram da caminhada, onde havia também candidatos a deputado federal e estadual, militantes da Juventude do PSDB, representantes de associações de bairro, líderes sindicais, correligionários e simpatizantes.
Presente desde o início, a artesã Pedrina Maria dos Santos, 57, conselheira da unidade de saúde do Sítio Cercado, um dos bairros mais violentos de Curitiba, mostrou-se convicta da necessidade de mudança na condução política do país.
“Saúde e segurança devem ser prioridades. Falta remédio, falta médico, falta muita coisa. Tem bandido solto, enquanto gente honesta não consegue trabalho”, disse a artesã.
A caminhada foi na Rua das Flores, um calçadão de pedestres no centro de Curitiba, e terminou na Boca Maldita, reduto tradicional de discussões políticas entre formadores de opinião e líderes sociais que frequentam o local.
Ao final da caminhada, Aécio Neves utilizou um megafone para fazer breve saudação aos participantes da caminhada, lembrando que o local sediou um grande comício do movimento das “Diretas Já”, em 1984.
“Há exatos 30 anos, Beto, nós estávamos aqui na Boca Maldita fazendo o primeiro comício da campanha pelas eleições diretas, com o seu pai, José Richa, Tancredo Neves e inúmeros outros brasileiros. Naquela época, o Brasil pedia democracia e liberdade. Pois bem, vivemos hoje numa democracia. As nossas instituições são livres. Mas, passados 30 anos, o Brasil nos pede aqui na Boca Maldita decência e competência.”
DO WELBI

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