A Operação Lava Jato tem tudo para produzir novos estragos para figuras chaves do PT – algumas até que andam meio fora de cena
O medo agora é que, em meio a documentos e computadores apreendidos na Petrobras, surja o nome de Antônio Palocci Filho, ex-ministro da Fazenda de Lula e ex-chefe da Casa Civil de Dilma.Por Jorge Serrão
Alerta Total
A cúpula petista já teme que, além do já queimado deputado federal André Vargas, as investigações da Polícia Federal também apontem ligações de negócios entre Palocci e o doleiro Alberto Youssef – que tinha como parceiro Paulo Roberto Costa – ex-diretor de Abastecimento da Petrobras.
A Lava Jato mexe com grandes interesses políticos e econômicos, deixando o escândalo do Mensalão no chinelo. O doleiro Youssef já teria passado à Polícia Federal os nomes de pelo menos 47 parlamentares que costumavam utilizar seus serviços.
O grande temor é que apareçam detalhes sobre financiamentos milionários de empresas parceiras em negociatas para campanhas eleitorais. Como as investigações estão fora do controle do governo, tudo pode acontecer.
Informações comprometedoras tendem a vazar.
A operação abafa está em andamento, mas encontra dificuldades técnicas...
Apesar da Lava Jato, a Presidenta Dilma Rousseff se preocupa mesmo é com a repercussão negativa dos escândalos da Petrobras sobre sua governabilidade.
Nem Dilma, que anda mais nervosa que nunca, gritando com todos os assessores diretos, acredita que possa ser alvo de um impeachment.
Mas ela sabe que crescem as chances de, assim que sair da Presidência da República, ser processada por responsabilidade pelas decisões tomadas nos tempos em que presidiu o Conselho da Petrobras, no governo Lula.
Investidores já acionaram o Ministério Público Federal contra Dilma e Guido Mantega (atual presidente do Conselhão da Petrobras). Para piorar a situação, o procurador do Ministério Público Federal no Tribunal de Contas da União, Marinus Marsico, já fez uma representação ao TCU pedindo que se apurassem responsabilidades na diretoria-executiva e eventualmente nos conselhos da Petrobras: “Configurado o débito, tem-se o rol de responsáveis que são obrigados a devolver esses recursos. O tribunal também pode aplicar multas, que podem ser proporcionais ao débito ou decorrentes de atos de gestão temerários, ilegítimos, antieconômicos. O problema é que não é factível que se paguem as multas”.
Revelações Digitais?
Além do que pode respingar da Operação Lava Jato, muitos outros problemas não faltam para serem investigados cuidadosamente na Petrobras.
As compras das refinarias Pasadena (Texas), Nansei (Japão) e San Lorenzo (Argentina).
Aluguel de plataformas superfaturadas, terceirizações e quarteirizações milionárias, absolutamente sem controle e que podem ser fontes de “mensalões”, superfaturamento nos contratos bilionários de obras que mal começam e nunca terminam, como a Refinaria Abreu e Lima (Pernambuco) e o complexo Petroquímico do RJ (em Itaboraí).
A BR Distribuidora sofrerá uma devassa por causa das ações sobre o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Além dela, merecem apuração também outras bilionárias “caixas Pretas” que envolvem as finanças da empresa: Petrobras International Finance (PFICO) e Petrobras Global Finance B. V. (sediada em Rotterdam, na Holanda, que capta euros e dólares para a estatal).
Também precisa ser visto como ocorreram investimentos da Petrobras no fundo BB Millenium - operado em 2006 e 2007, com a ajuda de grandes bancos transnacionais e brasileiros. Sem falar de negócios com a Odebrecht (Brasken), White Martins (Gemini) e BGT Pactual (PetroÁfrica), entre outros.
Todos esses fatos, alguns com investigação da Polícia Federal ou denúncia pelo Ministério Público Federal, já bastariam para a abertura de uma CPI exclusiva para a Petrobras.
Mas, se nenhuma CPI for aberta, nada se altera.
A Justiça, se acionada, tem a obrigação de impedir que dirigentes da empresa e seus conselheiros saiam impunes, no final das contas, que rendem grandes prejuízos à União (acionista majoritária) e aos investidores minoritários.
Vale repetir as palavras do procurador do Ministério Público do Tribunal de Contas da União (TCU), Marinus Marsico, definindo bem a situação surreal da estatal de economia mista:
“A Petrobras está afundando. Há uma mistura de má gestão com o fato de ter se tornado um braço político do governo. Se a empresa não fosse pública, já tinha quebrado”.
Agora, o desafio é a energia para solucionar tantos problemas e tornar a Petrobras uma empresa com boa governança e lucrativa para os investidores e brasileiros que dela dependem.
Na mira da Justiça
14 de abril de 2014
DO R.DEMOCRATICA
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