Vou repetir e o farei sempre aqui neste blog: o PT não é um partido democrático, mas totalitário. Seu objetivo é o completo domínio do Estado brasileiro e o mensalão foi o esquema que Lula preparou para destruir a democracia. O conceito de democracia do PT está fora de qualquer manual sério de filosofia política. Esta é a verdade que todos os cidadãos mais esclarecidos sabem.
À Folha caberia que já tivesse incluido no cabeçalho da primeira página a estrela vermelha do PT. É um direito que lhe assiste.
Tratar o PT como um partido democrático é uma piada de mau gosto, para não dizer um embuste. E o jornalismo verdadeiro não se nutre de embustes, mas de fatos. Um jornal não pode ser uma cartilha que tergiversa, escamoteia ou edulcora os fatos para promover uma lavagem cerebral ideológica diária em seus leitores emproveito de um nefasto projeto de poder.
Como jornalista há mais de 40 anos posso afirmar que nunca vi algo igual ao que está acontecendo. Um jornal como a Folha de S. Paulo, que tinha uma certa tradição, se transformou num viveiro de idiotas não apenas complacentes com o cinismo de Lula e seus sequazes, mas o próprio jornal assume esse cinismo e faz dele sua linha editorial.
Mas não é apenas a Folha, toda a grande imprensa brasileira e internacional se transformou em correia de transmissão das teses mais canhestras e absurdas que se produzem na atualidade. Todas elas de vertente comunista, dissimuladas na dominância do pensamento politicamente correto, na idiotia ambientalista e na metaformose do conceito de livre expressão que dá guarida a proliferação do vício em entorpecentes, haja vista para as passetas da maconha, da nudez agressiva e bestial da idiotia ciclística ou da marcha das vadias.
Enfim, em rápida palavras esse é um resumo breve que revela a linha editorial da grande imprensa brasileira. A única excessão que restou foi a revista Veja. E tanto é verdade o que estou afirmando que todas, mas todas mesmo, reportagens de impacto da última década foram realizadas pela revista Veja. Todos os outros veículos de comunicação são por ela pautados e na maioria das vezes as suítes feitas por esses jornais procuram de todas as formas contestar os fatos que essas matéria de Veja trouxeram ao conhecimento público.
Transcrevo a seguir o artigo do historiador Marco Antônio Villa, dos poucos acadêmicos brasileiros (professor da Universidade de São Carlos) que diz o que nenhum jornalista da Folha de S. Paulo e dos demais jornalões são capazes de dizer. Eu próprio fico pasmo de ver que se pode contar nos dedos no Brasil os blogs do tipo deste que edito sozinho e sem estar alojado num portal da grande mídia.
Vamos então ao artigo do professor Villa que salva esta edição da Folha. O título original é "Gritos presidenciais não ocultam fracassos". Vai diretamente ao ponto. Leiam:
O sonho acabou. Sonho ingênuo, registre-se. Durante quase dois anos, a oposição -quase toda ela- tentou transformar Dilma Rousseff em uma estadista, como se vivêssemos em uma república. Ela seria mais "institucional" que Lula. Desejava ter autonomia e se afastar do PT. E até poderia, no limite, romper politicamente com seu criador.
Mas os fatos, sempre os fatos, atrapalharam a fantasia construída pela oposição -e não por Dilma, a bem da verdade.
Nunca na história republicana um sucessor conversou tanto com seu antecessor. E foram muito mais que conversas. A presidente não se encontrou com Lula para simplesmente ouvir sugestões. Não, foi receber ordens, que a boa educação chamou de conselhos.
Para dar um ar "republicano", a maioria das reuniões não ocorreu em Brasília. Foi em São Paulo ou em São Bernardo do Campo que a presidente recebeu as determinações do seu criador. Os últimos acontecimentos, estreitamente vinculados à campanha municipal, reforçaram essa anomalia criada pelo PT, a dupla presidência.
Dilma transformou seu governo em instrumento político-eleitoral. Cada ato está relacionado diretamente à pequena política. Nos últimos meses, a eleição municipal acabou pautado suas ações.
Demitiu ministro para ajeitar a eleição em São Paulo. Em rede nacional de rádio e televisão, aproveitou o Dia da Independência para fazer propaganda eleitoral e atacar a oposição. Um telespectador desavisado poderia achar que estava assistindo um programa eleitoral da campanha de 2010. Mas não, quem estava na TV era a presidente do Brasil.
É o velho problema: o PT não consegue separar Estado, governo e partido. Tudo, absolutamente tudo, tem de seguir a lógica partidária. As instituições não passam de mera correia de transmissão do partido.
Dilma chegou a responder em nota oficial a um simples artigo de jornal que a elogiava, tecendo amenas considerações críticas ao seu antecessor. Como uma criatura disciplinada, retrucou, defendendo e exaltando seu criador.
O governo é ruim. O crescimento é pífio, a qualidade da gestão dos ministros é sofrível. Os programas "estruturantes" estão atrasados. O modelo econômico se esgotou.
Edita pacotes e mais pacotes a cada quinzena, sinal que não tem um consistente programa. E o que faz a presidente? Cercada de auxiliares subservientes e incapazes, de Lobões, Idelis e Cardozos, grita. Como se os gritos ocultassem os fracassos.
O Brasil que ainda cresce é aquele sem relação direta com as ações governamentais. É graças a essa eficiência empresarial que não estamos em uma situação ainda pior. Mas também isso tem limite.
O crescimento brasileiro do último trimestre, comparativamente com os dos outros países dos Brics (Rússia, Índia e China) ou do Mist (México, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia), é decepcionante. E o governo não sabe o que fazer.
Acredita que elevar ou baixar a taxa de juros ou suspender momentaneamente alguns impostos tem algum significado duradouro. Sem originalidade, muito menos ousadia, não consegue pensar no novo. Somente manteve, com um ou outro aperfeiçoamento, o que foi organizado no final do século passado.
E a oposição? Sussurra algumas críticas, quase pedindo desculpas.
Ela tem no escândalo do mensalão um excelente instrumento eleitoral para desgastar o governo, mas pouco faz. Não quer fazer política. Optou por esperar que algo sobrenatural aconteça, que o governo se desmanche sem ser combatido. Ao renunciar à política, abdica do Brasil. Da Folha de S. Paulo desta sexta-feira
DO ALUIZIO AMORIM
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