quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Primo de Dirceu pendurado na gerência de uma divisão de Furnas usa computador da empresa para ameaçar jornalistas

O miliciano disfarçado de “Kako Lamin”, que enviou à coluna inúmeros comentários insultuosos e ameaçadores, foi identificado nesta terça-feira: trata-se de Clayton Mendonça de Oliveira, gerente de divisão de Furnas. Clayton será interpelado judicialmente para confirmar ou desmentir o que escreveu. A direção de Furnas será convidada a esclarecer se o funcionário está autorizado a utilizar equipamentos da empresa para endereçar, durante o horário de expediente, insultos e ameaças a jornalistas que discordam do governo e do PT.
Nesta quarta, voluntariamente, Clayton (vulgo Kako Lamin) acrescentou ao prontuário outra anotação: nascido em Passa Quatro, é parente de José Dirceu. “Meu pai é primo dele, a briga vai ser boa”, gabou-se o delinquente confesso, confirmando que bazófia é coisa de família. Se tropas comandadas pelo guerrilheiro de festim só conseguem matar de rir, um batalhão de tios e primos do revolucionário de araque é coisa de picadeiro.
Mas também é caso de polícia, como registra o comentário de Reynaldo Rocha, abaixo reproduzido. Nosso Reynaldo-BH falou por mim. Volto em seguida. (AN)
Clayton Mendonça de Oliveira, parente de José Dirceu, gerente de divisão de Furnas.
Dentro das regras legais ─ que certamente desconhece – será interpelado por ofensas, calúnias e (se seguiu a cartilha dos petixiitas) ameaças. Nada na WEB é oculto. Só os imbecis (mesmo os que se julgam experts na área) acreditam nisso. Não se trata de vendetta, mas de reparação. Que o tal Clayton prefere ignorar (se acreditasse ter sido ofendido, como parente do chefe da quadrilha) e apelar para um pretenso anonimato, reduto de covardes.
Seria grave o fato por si. NENHUM dos comentaristas habituais desta coluna ameaça oponentes. O que fazemos é desmontar mentiras e escancarar a mediocridade. Elles (os milicianos) preferem a agressão vulgar e ameaças explícitas. Sei disso. Já sofri agressões do gênero.
Ainda mais grave é um gerente de divisão de uma empresa estatal usar IPS e equipamentos (além do horário reservado ao trabalho) prestar-se a tal aberração. A direção de Furnas terá de manifestar-se. É o que esperam ao menos os acionistas minoritários, que não fazem parte do governo nem admitem que uma estatal seja reduzida a quintal do PT e apaniguados.
Uma empresa que tem ações em Bolsa, alcançou dimensões internacionais e atua numa área estratégica para o país não pode tolerar o uso de ferramentas de trabalho para a consumação de serviço sujo. Furnas lida com energia. Não com esgoto. Não é propriedade de um partido. Nem de uma quadrilha. Muito menos de um parente do réu acusado de chefiar a organização criminosa que administrou o mensalão.
A impunidade incentiva a transformação de postos de emprego em esconderijos de apreciadores de tocaias. No caso, por envolver um primo que se orgulha dos laços de sangue, reforça o que sempre se disse de José Dirceu. Esse tipo de “ajuda” prestado pelo gerente de divisão de Furnas ao parente em perigo confirma até onde vai a barbárie ética e moral, e o menosprezo ao estado de direito. Vale tudo?
Não, Clayton. O vale-tudo começa a ser julgado amanhã. Seu caso pode esperar um pouco mais.
Volto para um último recado: se os ministros do STF cumprirem seu dever e se quem lidar com o caso de “Kako Lamin” estiver disposto a mostrar que existem juízes no Brasil, estaremos todos contribuindo para a preservação dos vínculos familiares. Os primos Clayton e Dirceu terão tempo de sobra para conversar no pátio da cadeia.
POR AUGUSTO NUNES

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